No fim-de-semana passado, os holandeses deram-se conta que o governo os ia condicionar a um pequeno confinamento a partir das 21:00 e até às 4:30. Os protestos começaram numa pequena aldeia, e espalharam-se rapidamente às grandes cidades, particularmente Eidhoven, com confrontos com a polícia. Ver por exemplo a notícia em BreitBart (25 de Janeiro):
Anti-Lockdown Riots Erupt as the Netherlands Imposes COVID Curfew
Claro está, e nesse ponto não podemos dizer que não sabíamos, porque o antigo ministro das finanças holandês já se tinha queixado...
- Enquanto os holandeses continuavam na sua vida de trabalho, os portugas estavam a descansar em casa com as mulheres e a beber bom vinho.
Para quando também um recolher obrigatório na Holanda? O povo holandês exasperava!...
Finalmente, neste fim-de-semana sai a lei, e mesmo assim não chega aos calcanhares do que Costa conseguiu para os portugueses. Em Portugal às 20:00 tem que estar tudo fechado. Os holandeses, povo habituado a grande sofrimento (onde as mulheres que estão em montras não são manequins, e onde o cheiro a erva não vem dos relvados), ficaram estupefactos! Desde a 2ª Guerra Mundial que não tinham recolhimento obrigatório, e agora que apareciam finalmente umas férias, era só a partir das 21:00.
Estranhamente, há quem diga que os holandeses não querem o recolher domiciliário (para os mais distraídos, recolher obrigatório é só em ditaduras, coisa que não existe na Europa), dizem que os holandeses estão contra o confinamento, etc, etc... mas só pode ser gente parva, porque o recolher domiciliário é bom, protege o povo, que confia nas melhores decisões, que são as que interessam, tomadas pelos sábios ungidos pelo comité-central da internacional socialista.
Em Portugal está tudo pensado para as 20:00.
- A sessão de missa que todos os serviços
religiosos, noticiosos, emitem, é às 20:00, quando todo o povo já está em casa para assistir às palestras dos párocos do Telejornal da RTP, do Jornal da Noite da SIC, do Jornal das 8 da TVI, e do CM Jornal da CMTV, que professam o mesmo credo criativo, independente da paróquia, e do pároco de serviço: - ver campanha "Somos Todos Uma Só Voz" que ganhou o prémio Grand Prix, Gold & Bronze nos prémios Clube Criativos de Portugal 2020, e benditos sejam!
- E que bravas lições de moral os brilhantes pastores de ovelhas tresmalhadas nos dão. Até arrepia, quando nos fazem sentir os maiores pecadores do mundo e arredores... nem o mais ardente Torquemada, nos saudosos tempos da Santa Inquisição Espanhola, metia tanto medo ao demo.
- Primeiro, os números que assustam até o mais beato, ungido pela fé na santa Ursula von der Leyen. O demo já não tem espaço no inferno para tanta alma pecaminosa, como aquelas que vão apostar no Placard às 15:00 de um sábado, quando o recolher termina às 13:00. Valha-nos Deus!
- Depois o povo vê os grandiosos planos e acções de guerra dos bispos da igreja universal, transmitidos pelos gurus-supremos, almas ungidas pelo socialismo universal.
- Chegam então as notícias da falta de meios. São os hospitais sem camas para as vítimas desta guerra, são as vacinas que não chegam. Enfim, um pandemónio bem arquitectado pelo Satanás da Covid.
- Depois o teatro de guerra nos outros países. Sempre os bons pastores, como Santa Ursula, almas caridosas, que sofrem, por nós pecadores, a tentar combater esta malvada pandemia.
Após esta missa que anuncia o apocalipse, previsto nas Escrituras, o povo pode então entreter-se com uma novela descontraída, meter os chinelos, tomar o seu Xanax ou Serenal, para os nervos, e dormir um bom soninho. Amanhã, é dia de trabalho, ou de descanso, já nem sabe, porque os dias são todos iguais.
Fecha a porta, tranca a janela, não fala com nenhum vizinho, e mesmo assim, com toda a gente mais presa e recolhida do que numa solitária em Sing-Sing, o sacana do vírus continua a entrar pelas frinchas, e a aumentar o número de infectados, e mortos todos os dias.
O bicho é tão maligno, que até nos dá volta à cabeça! Que havemos de pensar?
Se não vemos ninguém há meses, se já há 700 mil infectados, se o governo já fez 7 milhões de testes (quase a população inteira). Será que os testes não funcionam bem, será que em vez de nos sujeitarmos à violação nasal, deveríamos optar por violação anal?
Os chineses dizem que sim, que não há nada melhor, do que enfiar uma sonda pelo anús:
China Deploys Anal Swab Tests To Detect High-Risk Covid-19 Cases (Forbes, 27 Janeiro)
Ah! mas depois há os negacionistas, malta que nega tudo, excepto negar as teorias da conspiração.
Dizem que voltou a Idade Média, que a diferença entre estar doente com Covid e ter coronavirus deixou de ser feita.
Dizem que isto é uma forma de dominar os países, e interrogam-se como as sociedades se deixam levar nesta paranóia...
Pessoas, enfim como o Prof. Jorge Torgal do Conselho Nacional de Saúde Pública, epidemiologista, que diz ter colegas a quem as televisões não dão palavra... porque preferem dar notícia das bichas, bichas de ambulâncias à porta das urgências, porque há malta que prefere pagar aos bombeiros para estar na bicha de ambulância, do que se sujeitar a apanhar frio na sala de espera.
Pandemia: «Não há justificação para esta paranóia»
Jorge Torgal (Conselho Nacional de Saúde Pública)
E a prova que estão enganados, é simples. É que se isto fosse a Idade Média, já estavam com um auto de fé, e juntava-se uma lenha no Terreiro do Paço. Agora que até faz um frio, como não se tinha visto há décadas, dizem que dava jeito (que me perdoe Santa Greta das Meias Altas, pelo aquecimento global).
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Nota adicional:
Bom, e para não se pensar que foram só os holandeses, ficam aqui outros exemplos:
- Viena 15 de Janeiro de 2021, protesto contra a "ditadura" Covid
Thousands march in Vienna against coronavirus restrictions (Reuters, 16 Janeiro)
- Friede, Freiheit, Keine Diktatur - que é como quem diz - liberdade, liberdade sem ditadura.
- Paris, hoje, 30 de Janeiro, protesto contra as leis globais de segurança
New protests in Paris against global security bill (Sputnik, 30 de Janeiro)
- A agência Reuters fala mesmo em Anti-lockdown protests around the world (27 Janeiro)
Policemen remove an Ultra-Orthodox Jew during a protest over the coronavirus restrictions
in Ashdod, Israel, January 24. REUTERS/Amir Cohen
in Ashdod, Israel, January 24. REUTERS/Amir Cohen
Demonstrators gather near burning tires during a protest against the lockdown
and worsening economic conditions in Tripoli, Lebanon, January 25. REUTERS/Walid Saleh
and worsening economic conditions in Tripoli, Lebanon, January 25. REUTERS/Walid Saleh
Demonstrators hold a banner reading 'Black-clad resistance' during a protest by a group called Men in Black
against COVID-19 restrictions in Copenhagen, Denmark, January 23. Mads Claus Rasmussen/Ritzau Scanpix
against COVID-19 restrictions in Copenhagen, Denmark, January 23. Mads Claus Rasmussen/Ritzau Scanpix
- Curiosamente, não se vêem em iniciativas, nem vontade nenhuma de desobedecer das ordens dos pastores do bem sanitário e do confinamento universal em Portugal, porque será?
- Dizem que o bem obedecer ficou no DNA lusitano, depois de passarem por aqui os nossos hermanos Filipes, e especialmente depois desse grande déspota iluminado pela luz das fogueiras e incêndios, que foi o Marquês de Pombal.
- Morto todo o bicho que dissesse ai ou ui, pretendeu-se que sangue rebelde não tivesse hipótese alguma de ser passado às próximas gerações. Pombal estaria muito à frente do seu tempo em selecção genética, não fôra essa prática ser já usada pelos romanos, sem grande sucesso.
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