Há um mês atrás este era o aspecto do Gerês:
Nessa altura falava-se assim (NiT, 07.12.20) «Primeiro veio a Dora, agora chega o Ernest. Na semana passada, a depressão Dora trouxe chuva e agitação marítima para o litoral, mas a descida da temperatura sentiu-se por todo o território, o que levou às regiões mais altas do País - em alguns casos, não tão altas assim - os primeiros nevões»...
Depois a coisa foi continuando e no final do ano era este o aspecto em Montalegre:
Ok, coisa ocasional, culpa da Dora e do Ernest, até porque 2020 foi o ano mais quente, etc, etc, mas agora em 2021 veio a Filomena, que não deixa a coisa por menos:
«A estação meteorológica de Clot de la Llança, no Parque Natural do Alto Pirineu, na Catalunha, registou, esta quarta-feira, a temperatura mais baixa alguma vez registada na Península Ibérica. Foram 34 graus centígrados abaixo de zero.»
Sim, pode ter sido a temperatura mais baixa de sempre na Península Ibérica, mas isso não significa nada, foi um caso pontual. Chamem a Greta, que ela explica. Depois de Bob Dylan, o prémio Nobel vai para a Pipi das Meias Altas.
E afinal o que são 34º C negativos? Mete-se uma camisolinha, e já está... o que interessa não é o frio do Inverno, é o calor no Verão, e parece que este ano promete ser quente, se formos a fiar-nos nos velhos, que a sabiam toda.
Ora, -37ºC é a temperatura que está no Pólo Sul, segundo se diz a propósito de Pequim:
The wind-chill factor made it feel like -31 C in Beijing, while the temperature at the South Pole felt like -37 C, according to weather forecasts.
Lá está, Pequim que é uma das cidades mais poluentes, está a aquecer tanto, que vai ao ponto de atingir a temperatura de Verão no Pólo Sul, onde apesar das temperaturas extremamente negativas, os gelos e glaciares derretem como gelados. O facto do sueco Celsius ter estabelecido os 0ºC como temperatura em que a água congela, isso é só um detalhe, que não interessa nada à nova geração sueca e mundial, que é a mais instruída desde sempre.
Não sejamos maus, parece que o Verão na Austrália já tem os habituais incêndios:
... e assim, o incógnito português que inventou o adágio «Dezembro frio, calor no estio» deveria constar nos anais da climatologia moderna.
Olá caro Da Maia,
ResponderEliminarA meu ver o adágio é prova de que a algumas décadas a esta parte houve de facto alterações climáticas e eu nem me considero um desse maluquinhos mas lá está os malucos não sabem que o são, posso ser e não o saber.
Este é um adágio que nunca teria caído em desuso se os invernos não tivessem deixado de ser frios como deixaram. Toda a gente se queixa do frio mas eu acho normal, eu lembro-me de ser criança, usar ceroulas e as famosas camisolas thermotebe e sair de casa para a escola com geada e se não houvesse geada era porque a água caía em abundância. Tivemos agora um Outouno que fez lembrar os de há 30 anos atrás mas o Inverno apesar de frio, como aliás tem de ser, não se tem revelado chuvoso. E porque voltou o frio este ano? Devido ao confinamento mundial que levou ao encerramento da indústria e respectivos poluentes associados durante alguns meses e isto foi o suficiente para regressar alguma normalidade natural em termos de climatéricos. É a minha leitura.
Ab.
JR
Em termos de adágios, de são e de louco todos temos um pouco...
EliminarAcho que se está a exagerar na fase de louco, porque uns começam e os outros continuam, no exagero.
Esta onda de frio dura há mais algum tempo, sendo Outubro um dos meses mais frios e chuvosos deste milénio (IPMA):
O mês de outubro de 2020 classificou-se como frio e chuvoso em Portugal continental (Figura 1).
Foi o 2º outubro mais frio dos últimos 20 anos (mais frio em 2003). O valor médio da temperatura média do ar, 15.36 °C, foi -0.85 °C inferior ao normal. Valores de temperatura do ar inferiores aos agora registados ocorreram em 25 % dos anos desde 1931.
O valor médio da temperatura mínima do ar, 9.88 °C, foi -1.31 °C inferior ao valor normal sendo o 9º mais baixo desde 1931 e o mais baixo dos últimos 20 anos. O valor médio da temperatura máxima do ar, 20.84 °C, com uma anomalia de -0.39 °C, foi o 3º valor mais baixo desde 2000.
Já tivemos esta discussão em
https://odemaia.blogspot.com/2019/03/apanhados-do-clima.html
Mas não há discussão com recordes de temperatura no sentido oposto ao "pretendido".
Uma coisa que lembro da segunda metade dos anos 70, e até anos 80, era a erva sempre seca, era raríssimo ver campos verdes.
É o ditado que diz:
Em Fevereiro neve e frio, é de esperar ardor no estio
é esse que escarrapacha preto no branco o que se opta chamar "alterações climáticas" - ou seja invernos mais frios ligam a verões mais quentes.
Sim, havia ceroulas, mas acho que nunca usei, nem me lembro de quem usasse... usavam-se calças de fazenda, e os famosos kispos, mas o problema é que as casas eram frias e os aquecedores eram maus.
Este Julho foi um dos meses mais quentes, contra a teoria do clima covid, mas tem o ditado na versão deste ano:
- Está quente no estio, no inverno espera-te o frio.
Abç
Boa tarde,
EliminarSim lembro-me e mantenho.
o IPMA é engraçado, essa afirmação de que este Outubro é um dos mais frios deste milénio é muito in extremis. Que fiabilidade terão essas medições, questiono-me... É que depois falam em Outubros de há 20 anos atrás o que vai mais ou menos de encontro à minha opinião onde referi 30 anos.
"Tivemos agora um Outouno que fez lembrar os de há 30 anos"
Lembrei-me de outro adágio usado em Trás-Os-Montes.
"9 meses de Inverno e 3 de Inferno"
Ab.
JR
Outono*
ResponderEliminarPois, mas se pergunta qual é a fiabilidade das medições do IPMA, não é diferente das medições do resto do mundo.
EliminarSe quiser fazer a média do rendimento per capita do país, não vai recolher os seus dados à saída de restaurantes caros.
Mas, se passar a fazer isso, então também terá notícias a dizer que o rendimento dos portugueses está a aumentar muito rápido.
Abç
Bom dia,
EliminarNão é caso para tanto, apenas não me parece razoável a afirmação de que um Outono há 1000 anos atrás foi mais frio ou não que este último, seja afirmado pela IPMA ou qualquer outra entidade.
Ab.
JR
Quem é que falou há mil anos?
EliminarQuando esta malta falta do milénio, está-se a referir ao que começou em 2000.
É uma forma algo estúpida de falar, mas enfim... caiu em moda.
Abç
Ah sim, tem razão peço desculpa. Realmente eles dizem "deste" milénio e eu entendi no sentido de há um milénio para cá, daí ter achado a afirmação tão extrema. Assim sendo o meu primeiro comentário faz todo o sentido, para mim pelo menos.
ResponderEliminarAb
JR