sábado, 27 de fevereiro de 2021

Cartonização (1) da negação

Em todos os momentos de discussão, há quem afirme algo, e quem afirme o contrário.
A qual das ideias se opta chamar "negação"? 

Obviamente é a que colhe menos adeptos. 
Nesse sentido, todas as oposições começaram por ser negacionistas da tese veiculada. A forma de combater opositores nem sempre é pacífica. Quando faltam argumentos para mudar cabeças, há sempre quem pense na forma mais literal:


Este quadro é de Antonio Gisbert. Está aqui cartonizado com uma frase carrasca, adaptada ao movimento despótico de silenciar opiniões dissidentes, que impera actualmente. Representa a vontade de calar quem nega legitimidade nas eleições americanas, nega bondade em políticas covidescas, nega o calor num dos invernos mais frios deste milénio, etc...

Conforme me foi dito (Senhor G), instalou-se a Teoria Conspiratória da Realidade, em que a realidade se recusa a cumprir as teorias consensualizadas e propagandeadas pelas eminências pardas do sistema.
Se a Realidade tivesse cabeça, já há muito que teria rolado...
Não vou aqui dissertar sobre o que é a realidade, já o fiz. Mas tem como principal inimigo o sonho de alguns, contra o acordo que vincula todos. Esse acordo é acordar. Enquanto persistirem no seu sonho e não acordarem, a realidade será sempre o seu principal inimigo.

Execução dos comuneiros de Castela
Gisbert, num realismo exemplar, pintou os "Os comuneiros de Castela", uma revolução ocorrida há 500 anos em Castela, entre 1520-21, contra o imperador Carlos V, e cujo desfecho terminou um sonho revolucionário, em que as principais cidades (como Toledo, Valladolid, Salamanca, Madrid), apoiavam os revoltosos, de ideais comunitários... e um certo proto-comunismo.
Castela, que sempre presou a sua independência (mas não a dos outros), viu-se sob controlo de um rei legítimo, Carlos V, mas nascido e criado na Flandres. Era filho de Juana, a "Louca", sucessora dos Reis Católicos, que tinha casado com o herdeiro do Sacro-Império Germânico. Quando o pai morreu, Juana foi desconsiderada na sucessão para o seu filho Carlos V, que chegou a Castela cheio de funcionários de "Bruxelas", distantes do contexto castelhano.

A ausência de Carlos V, que partira para a Alemanha em 1520, onde tinha sido eleito imperador, deixou o inquisidor flamengo (futuro papa Adriano VI) como regente.
Um aumento de impostos, foi o suficiente para a revolta.
Os revoltosos conseguem a anuência de Juana, a "Louca", que passam a considerar como rainha, legítima sucessora da mãe, a famosa Isabel, a Católica. Durante um ano dão-se confrontos, mas os revoltosos garantem apoio nas principais cidades, até que perante um reorganizado exército real, são totalmente derrotados na Batalha de Villalar em 23 de Abril de 1521. 
Os líderes revoltosos são capturados e executados na praça de Villalar no dia seguinte.

O principal líder da revolta era Juan de Padilla, a figura central do quadro, que aguarda serenamente a sua execução, Juan Bravo, cuja cabeça é mostrada ao povo, e Francisco Maldonado, com as mãos presas atrás das costas. É dito que Bravo protestou, mas que Padilla lhe teria dito - "Lutámos ontem como cavaleiros, hoje morremos como cristãos". Bravo terá pedido para morrer primeiro, para não ver a execução de Padilla. 
A revolta continuou mais uns meses em Toledo, sob o comando da mulher de Padilla, Maria Pacheco. Perante a derrota inevitável, Maria conseguiu negociar uma rendição, e depois conseguiu fugir para Portugal. O rei português, D. João III, não acedeu aos pedidos de extradição, e ela acabou por morrer exilada no Porto, nove anos depois.

Os ideais comuneiros de uma Castela mais autónoma, como seria antes de Carlos V, e até de uma distribuição de terras a camponeses (contra os nobres de Castela, o que lhes fez perder esse apoio), foram um sonho com pouca aderência à realidade social do Séc. XVI. Só voltou a ser louvado na época das revoluções liberais que, como uma orquestra de gaitas, foram tocadas em grande sintonia, pelos aventais de serviço a essa época.
Fosse Padilla judeu, e talvez um cartaz seu tivesse desfilado em Moscovo, junto a Marx...


Fuzilamento de Torrijos e seus companheiros numa praia de Málaga
Gisbert vai fazer um outro quadro invocando um outro evento de revolta falhado, liderado pelo general Torrijos, e que termina na sua execução.
O enquadramento são lutas liberais em Espanha, que ocorrem ao mesmo tempo que as lutas liberais em Portugal, seja por efeito de contágio, seja porque França e Inglaterra se entenderam muito bem no novo papel de aliadas, após Napoleão, decidindo confrontos nos países ibéricos.

Em Espanha a monarquia de Fernando VII, voltou a um cariz absolutista (Década Ominosa), e o general Torrijos tenta um desembarque indo de Gibraltar para Málaga, com uma pequena força invasora, esperando um apoio do governador.
Após uma fuga pelas montanhas, são capturados e todos fuzilados numa praia em Málaga.
É esse fuzilamento, que Gisbert aqui representa.
Torrijos é a figura em destaque, segurando a mão de dois companheiros.


A cartonização destoutro excelente quadro, focou na presença algo cúmplice dos frades nas execuções, e no cuidado em vendar as vítimas, de certa forma anestesiando os condenados com conversas infantis, que nem para si próprios servem... Neste caso o companheiro mais velho de Torrijos é vendado por um dos carmelitas descalços (ou chinelados):
A persistente desvalorização da realidade, que estas figuras representam, só traz conforto a quem de facto se afasta dela para sonhos embebidos em ideais joviais que não maturam. 
Raramente são confrontados ou pensam numa realidade que os precipita e os transcende, militando num receituário de frases feitas, que parece entenderem funcionar como palavras de poção mágica.

Toda a sociedade sabe que "não é só uma pica..." mas não se importa de alimentar essa fantasia, como se tivessem dela alguma atestação superior, dada por emissários de mortos-vivos... quando o único testemunho que podem dar é o seu legado nos vivos-mortos.

Assim, quem olha apenas para aquele pormenor cartonizado, pode imaginar, mas só será surpreendido pelo enquadramento envolvente de todo o quadro, quando o vir.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Nebulosidades auditivas (96)

Uma característica de sistemas complexos é a sua possibilidade de fractalidade, ou seja um padrão que começa por aparecer numa estrutura superior é depois replicado e aparece sucessivamente nas estruturas mais pequenas, ao ponto de gerar coisas antes inimagináveis. Um caso de que já aqui falámos foram os conjuntos de Mandelbrot, que pelo meio exibem padrões tão intrincados quanto este (... e não, não é nenhuma imagem de coronavírus):

Este é apenas um padrão minúsculo, que voltará a ser encontrado, se fizermos zoom da imagem em partes específicas... bem entendido, que é inútil pegar nesta imagem e fazer zoom, porque isso apenas vai fazer aparecer os pixeis. Eu só me dei ao trabalho de programar o suficiente para fazer um zoom computacional que permitiria ampliar o bicho para lhe ver o íntimo da estrutura atómica, onde quisesse, se ele a tivesse...

Quando falamos de zoom a sério, podemos encontrar este vídeo (de 2017) que vai bem fundo:


Eye of the Universe - Mandelbrot Fractal Zoom (e1091) (4k 60fps)

Neste caso estamos a falar de fazer um zoom que seria o equivalente a ver a estrutura atómica da estrutura atómica da estutura atómica... etc, umas 100 vezes, porque o zoom é 10 seguido de 1090 zeros (um número que demoraria várias de linhas de zeros, só para representar).
 
O que acaba de ver não pode existir, porque há coisas que alguns físicos afirmam não ser possíveis, e em termos do universo físico, com todas as galáxias, etc, para isso bastaria um zoom de 10 seguido de 40 zeros, para chegar ao mais ínfimo da estrutura da matéria (já estou a ir por excesso).

Portanto, com o computador lá de casa conseguimos examinar uma estrutura com um número de átomos muitíssimo superiores ao existentes no universo. Com efeito, mesmo se em cada electrão existisse um universo igual ao nosso só chegaríamos a um zoom de 10 seguido de 80 zeros.
Ora, repito, o que está mostrado em cima, não são 40 nem 80, são 1090 zeros...

É claro que com isto, numa sociedade normal, onde se mantivesse alguma racionalidade, esses físicos calavam-se e iriam rever os seus absurdos... mas isso está longe de acontecer.

Como se entende, o vídeo de cima corresponde a uma escolha de visualização, que quem o fez tomou. Examina com extremo detalhe uma ínfima parte. Poderíamos pôr a população da Terra, digamos 5 biliões de pessoas, a olhar para imagens daquelas durante a vida toda, e mesmo assim não veriam nada.
Porém ao fim de algum tempo, iriam ficar chateadas, porque o que conseguiam perceber seriam sempre padrões quase sempre semelhantes, com diferenças indetectáveis.
Essas pequenas diferenças são um "quase tudo" e os padrões semelhantes são um "quase nada".
O quase nada aborreceu, e já não está na moda... no entanto, as questões persistem.

Assim, uma observação "da treta", feita há pouco mais de 50 anos, abriu a porta a objectos nunca antes vistos, e que têm tanto de semelhante com estruturas naturais, como nada têm a ver com elas. Abriu um universo artificial, que vai muito para além da estupidez natural encerrada na inteligência artificial (agora o tópico da moda), que nada mais é que força bruta. 

De resto, a informação passada para o público, é a da confusão total, que não é apenas uma confusão que se pretende que o povo adquira, como é também a confusão que está instalada na maioria dos idiotas que aparecem a debitar loas sobre qualquer assunto.

A fractalidade estava na moda em 1979, quando os Electric Light Orchestra (ELO) se saíram com este tema, onde no vídeo as imagens iniciais e finais são simples fractais: 


ELO - Confusion (1979)

Os ELO deixaram melodias que nos ficaram no ouvido, mas por razões que só os senhores de Londres (empenhados em perder o último comboio) sabem, foram ficado afastados da ribalta mediática, o que não os impediu de encher há pouco tempo o Estádio de Wembley, e voltariam a repeti-lo, houvesse liberdade para isso... ora, pois, vejam-se os jovens de 50-60 anos a abanar! Porque há frequências que tocam, e outras que nem sendo injectadas nos entram.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Zelotas avençados

Uma característica típica do Séc. XXI foi a substituição da racionalidade pela publicidade, começando com os turras de Bush, e com os polutos de Al Gore, mostrando que a escolha seria entre Cila e Caribdis.

A maçonaria iria usar os meios publicitários à sua disposição para alterar uma mentalidade herdada de um colonialismo pesado, e só conseguiu usá-los na sua plenitude com o fim do Muro de Berlim. Jovens idiotas como eu, fomos completamente endrominados na conversa Leste-Oeste, acreditando que, quando o Muro caísse, grande parte dos problemas mundiais iriam desaparecer. 

Para aqueles que nasceram ontem, é preciso notar que no Portugal pós o 25 de Abril, todos os assuntos que aparecem hoje como "novidade", foram logo metidos em cima da mesa, e em 1976, as agendas anti-racistas, anti-poluição, anti-machista, etc... foram todas implementadas, pelo menos nas cidades. Depois, com a vinda do cacau da CEE, a malta do campo saiu da miséria em que vivia e muitos trocaram o burro por uma Nissan pickup, e em tudo quiseram imitar os citadinos.
Se isto era assim em Portugal, mais cedo tinha sido implementado noutros países europeus, Portugal estaria com uns 15 anos de atraso, mas recuperou rápido, porque quando é para estar na moda, a malta abandona depressa as calças "boca de sino", cabelos repicados, ou meias brancas "pé de gesso", para o que for considerado estar na moda. Actualmente estão na moda as vacinas...

Meias típicas dos anos 1980, agora em versão Covid.

Por isso, quando a malta da esquerda apareceu no Séc. XXI com uma agenda "progressiva" que cheirava a mofo, com pelo menos 20 ou 30 anos de atraso, pensei que tinham sofrido de amnésia.
A sociedade tinha evoluído e eles não...

É verdade que quando apareceram os primeiros casos de SIDA, e com a morte de Rock Hudson (1985), notou-se que a sociedade ainda não estava à vontade com a homossexualidade... mas também trinta anos antes, no Reino Unido, Alan Turing tinha sido condenado a castração química. Quando Freddie Mercury morreu em 1991, ainda havia pessoal que associava a SIDA à homossexualidade, que censurava, mas era já tratado como "bronco".

Só que a agenda que vinha para o Séc. XXI não era de tolerância. Pelo contrário!
A agenda do Séc. XXI era de intolerância, com toda a carga negativa da falsa positividade.

Após os protestos em Los Angeles em 1992, houve uma paranóia tão grande em Hollywood, que passou a ser "praticamente obrigatório" incluir um actor negro no elenco, chegando mesmo ao ponto de alterar contextos históricos, em que praticamente a sua presença seria improvável, como em sociedades europeias medievais. A ligação com a realidade era um ponto secundário, quando comparada com a necessidade do "politicamente correcto".
Misturou-se tudo, e já nessa década se queixava um cientista americano que conheci, que as melhores hipóteses que tinha para dirigir um departamento seriam "se passasse a ser mulher negra".

Ora, uma coisa foi um combate meritório à discriminação, outra coisa completamente diferente, foi avançar com discriminação no sentido contrário. Tivesse a Suécia dado eco ao mesmo lobby que funcionou nos EUA, e o prémio Nobel teria que passar a ponderar factores raciais... e se Portugal e Espanha pedissem para se inserirem nos "hispânicos" (que é uma "raça/etnia", no conceito abstruso dos EUA) talvez tivessem hipóteses de os ganhar.

Ora, esta agenda mediática do "politicamente correcto" que querem impor nas nossas cabeças, nem que seja para isso preciso uma velha lobotomia, à maneira de Egas Moniz (o nosso único prémio Nobel científico...) chega ao ponto de atacar qualquer um que desagrade, tal como antes se puniria quem fosse apontado como bruxo, herege ou ateu.

Há zelotas avençados que se esforçam por trabalhar para o efeito, e não se importam de ser profundos racistas para acusarem os outros de racismo, ou de se afirmarem como analfabetos funcionais, distorcendo o significado das palavras quando lhes convém. Ao ponto de hoje as pessoas terem medo de escrever preto ou negro, não sabendo se estão a ofender alguém com isso, de tal forma chegámos a um estado de perfeita ditadura da boçalidade dominante.
Portanto, mais do que qualquer outra coisa, o que pretende esta cambada de mentecaptos, é fazer com que as pessoas se passem da cabeça, e passem a estar verdadeiramente contra tudo e contra todos.

Veio a este propósito, uma polémica começada com uma notícia no DN, acerca da nomeação de João Caupers, para presidente do Tribunal Constitucional, dizendo:

TC. Novo presidente revoltado com "lobby gay" e "promoção da homossexualidade"

e cita para este efeito, um texto do baú de 2010, como se fosse algum crime em si mesmo:

"Uma coisa é a tolerância para com as minorias e outra, bem diferente, a promoção das respetivas ideias: os homossexuais não são nenhuma vanguarda iluminada, nenhuma elite. Não estão destinados a crescer e a expandir-se até os heterossexuais serem, eles próprios, uma minoria. E nas sociedades democráticas são as minorias que são toleradas pela maioria - não o contrário. (...) A verdade - que o chamado lobby gay gosta de ignorar - é que os homossexuais não passam de uma inexpressiva minoria, cuja voz é enorme e despropositadamente ampliada pelos media."

O texto está cortado, onde o jornalista quis omitir, mas não há aqui nada que revele coisa nenhuma,  que não seja racional e óbvia, excepto que o chamado "lobby gay" continua extremamente activo e com vontade de censurar pessoas na praça pública, que é onde gosta de se exibir despudoramente.

Ouvi outros perfeitos idiotas argumentarem que o sentido jurídico de "minoria" não era o de minoria numérica... ou seja, vamos mudar a matemática, e dizer que o menor é maior. Ou então que o uso da expressão "lobby gay" era provocatório, como se só palavras autorizadas pela nomenklatura pudessem ser pronunciadas, ou seja... vamos mudar o português.

E esta agenda não foi só porque os meninos do PS não gostavam desta escolha do PSD.
Esta agenda está presente no politicamente correcto, que impacta diariamente, e que é a retórica de uns atrasados mentais, analfabetos na prática, meninos de jotas, que estão deslumbrados com a retórica  e que com ela podem manobrar para dominar o mundo. 

Portanto, o que se pode concluir com esta indignação parvinha, dos zelotas avençados, é que há mesmo um "lobby gay" que sempre esteve interessado em crescer, em expandir-se, até que os heterossexuais sejam uma minoria. Não suportam que os critiquem, e os seus planos estão ainda no começo...

Português e matemática não interessam, podem ser distorcidas, porque não serviram para nada, e só chatearam a progressão no aparelho partidário. Assim, com esta malta, não é só preciso ter cuidado a  escrever, como também a fazer contas. A essa malta, sugiro um aumento do seu rendimento, passando para metade o seu salário, talvez assim percebam a diferença entre maior e menor... e já agora se entenderam o texto no sentido de os diminuir, usem do subterfúgio retórico, e entendam como indiscutível e manifesto elogio.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Snowmaggedon (11) Dallas

Agora que Fevereiro traz um bocadinho de tempo melhor, as notícias já começam a dizer que Janeiro afinal não foi assim um mês assim tão frio, que o país está a atravessar uma seca, enfim a conversa habitual (ainda há poucos dias se queixavam de terem o Guadiana a encher o Alqueva).

Depois de Al Gore ter feito a sua parte na poluição planetária, andando de um lado para o outro no seu jacto privado, foi agora a vez de Bill Gates (com uma empresa de jactos privados), fazer de quadrilheira e agourar o aquecimento global. No UK Column a situação foi bem analisada e recomenda-se:


Conforme foi aí dito, temperaturas baixas em valores não antes vistos (referindo o caso da Escócia, e de um modo geral na Europa), diziam que tal notícia deveria deixar satisfeitos os catastrofistas do aquecimento global... mas que Bill e Greta não estavam satisfeitos.
Foram por isso analisar esta entrevista que Bill Gates andou a replicar por todos os canais de televisão, neste caso a BBC, que fez um cenário teatral que seria interpretativo tendo como pano de fundo a ameaça de extinção dos dinossauros. Afinal a Covid é um problema fácil, os dinossauros não foram extintos nem por um Cometa, nem pela Covid - nesse tempo seria Bovid (para bovinos) ou Ovid (para ovinos). 
Bill colocado em figura gigantesca avisava o insignificante repórter da BBC do perigo de extinção.
Depois de ter pregado na última década sobre o perigo das Covid, Bovid, Ovid, Bill faz agora parelha com Greta no grupo dos aquecedores climáticos.
Qual era o problema? - O problema é que na mesma altura que ele fazia isto, havia uma vaga de frio imensa na Europa e na América do Norte, que chegou agora ao ponto de no Texas ter resultado num nevão. Veja-se por exemplo (Dallas Observer):



Não era bem esta a ideia da imagem de Dallas que víamos na série que estreou em 1978:


... e não lembra a ninguém ter nevado em nenhum episódio, mas isso resolve-se com fake-cheques, onde se concluirá que o hábito de usar chapéus de cowboy era afinal por causa dos nevões na cabeça.
De qualquer forma, para quem foi a Dallas, sabe que era mesmo uma cidade quente, e percebe que os habitantes não estejam a achar muita piada à situação de falhas de energia na cidade do petróleo.

Não se pode dizer que este tipo de situações convença ninguém... graças a fontes esquimós, ou a relatos em primeira mão dos ursos polares, com inteligência artificial, "o que se passa" é que o clima está todo maluco e os vórtices polares desceram do pólo norte para a Europa e América do Norte, e onde se está mesmo bem é no pólo norte... aliás sugere-se que Bill e Greta aproveitem o bom tempo lá.

Em 2014 eu não estava à espera de continuar a fazer postais ridículos em 2021, por isso aqueles que esperam que a maluqueira covidesca vá passar em breve... aprendam com os exemplos passados, que esta farsa do clima já dura há mais de 20 anos, e portanto é melhor fazerem planos para férias em 2030.
Mas quer isso dizer que os idosos dos lares vão ficar presos (confinados) até essa data?
Não creio, porque Alemanha e França não devem estar a achar muita piada a terem a sua indústria a produzir carros eco-lógicos para o boneco... a narrativa vai ter que mudar de alguma forma, mas não é de esperar que mude para melhor, se o pessoal continuar a portar-se como bovídeos, para a nova vaga de Bovid, que há-de aparecer. Com sorte, poderemos ter um espasmo do tipo "terrorismo fabricado", que durou apenas 15 anos, mas que nunca retirou as restrições implantadas após 2001.

Convém lembrar aqui o ridículo que foi em 2013 a expedição científica a paragens antárcticas que deixou o navio encalhado onde iam os "cientistas" provar que o "aquecimento global" derretia o gelo:

... o que na altura não deixou de provocar o sarcasmo de alguns cartoonistas (poucos, porque o dinheiro jorra sempre no sentido conveniente):




Ora, é uma coisa algo desgraçada embater na realidade, mas a culpa é nossa porque não vemos as coisas com temperança... e portanto tudo se conjuga para mais uns tempos de humor... censurado é claro!
Ou, alguém conhecia ou se lembrava destes cartoons de 2013?

domingo, 14 de fevereiro de 2021

O Abade e o hábito (2)

(1) Klácelka (República Checa)

Conforme mostrei, há alguns anos, há umas esculturas numa praia francesa, supostamente feitas por um Abade sozinho:

Do mesmo tipo, encontrei agora as "cabeças do Diabo", esculturas numa floresta esculpidas na rocha:


Quem teria sido? Seria nova obra do Abade?
O estilo grotesco não parecia muito diferente...

Ao fim de algumas tentativas, consegui dar com a referência, até porque o estilo é comum às esculturas, e só quem for muito cego é que não vê. O traço é claramente de Vaclav Levy, nascido em 1820, que esculpiu o conjunto com 25 anos.
É autor de outras esculturas, com um realismo semelhante.
A seguinte fez 4 anos depois, com 29 anos, e a outra já com 38 anos:
 

Aliás a Wikipedia explica a história de Vaclav Levy, e mostra a entrada na floresta em Klácelka:


... onde se vê que os altos relevos de Levy se degradaram com o tempo. Curiosamente o mesmo não aconteceu com o friso no portão - um detalhe insignificante. Até porque a malta nem vai aos cemitérios, nem vê como os jazigos do Séc. XIX são semelhantes à entrada do portão. Nem vê que a degradação das figuras laterais (e outras no interior) sugere uns valentes séculos de diferença.
Para comparações entre o estilo de Levy aos 25 anos, quando não tinha aprendido nada (mas também abandonou o mestre de Praga, que nada lhe tinha a ensinar) e o estilo 4 anos depois de ir para Munique, pois acho que se deve dizer que "parece que até desaprendeu"...
Se eu tivesse que imaginar uma conversa ficcionada à época, seria assim:
  • Vaclav, fui ver o que fizeste na floresta em Klácelka, e devias melhorar aquilo...
  • Sim, era mais novo, mas aquilo são só uns frisos na entrada, e pouco mais.
  • Na entrada para o conto de Klácel...
  • O quê? O Klácel recomendou-me para Munique. O resto já lá estava!
  • Não te faças desentendido, mas pronto, está bem, não se fala mais nisso...
(2) Haoran e Fuxi (China)
Em sentido oposto, um enorme problema que a China tem é que não sabe muito bem como distrair e dar emprego a 1 bilião de pessoas... e é preciso notar que o problema não é dinheiro.
A China tem capacidade de produzir comida para alimentar aquela malta toda, e com essa parte, dado o crescimento tecnológico, nem precisa de usar 10% da população. O problema é como há-de entreter os restantes, e o YouChat, a rede social mais usada pelos chineses, não responde a tudo.
Assim, uma forma é entreter os chineses com uma grande rede de turismo interno, fazendo por exemplo mega construções. Budas gigantes, há por todo o lado.
Agora (2019) avançaram em Xiangyang com esta estátua (50 x 80 metros) de Meng Haoran, um poeta do Séc. VII, e com outra igualmente enorme (70 x 230 metros) da lenda nacional Fuxi.


Outra forma, que já se conhece, tem sido copiar cidades europeias...
Por exemplo, isto não é a Torre de Londres, é Suzhou:
de forma semelhante, há uma Torre Eiffel com mais de 100 metros em Tianducheng, enquanto em Xangai há uma réplica da Torre de Pisa, uma pseudo-replica da Esfinge de Gizé em Chuzhou, etc, e em Macau construiu-se uma réplica do Coliseu de Roma, para um casino.
Ora é nesse aspecto que quem já foi a Las Vegas sabe que os casinos também eram praticamente réplicas, havendo o Luxor como pirâmide, ou o Paris Las Vegas, etc, tal como há o Paris Macau.  

Talvez porque nem sequer na ideia de copiar foram originais, os chineses entraram mesmo num modo de quem não sabe o que fazer com tanto potencial.

(3) Malthusianos
Aquilo que os chineses já sentiam, tornou-se num problema mundial... o que fazer com tanta malta?
Este é um problema de doutrina Malthusiana, e para quem não sabe quem foi Malthus, pode seguir o link para o homem, ou link para o diabo. Tal como há uma grande diferença entre um código QR e o símbolo da demonologia para Malthus:
Do ponto de vista de quem gere uma empresa, um excesso de trabalhadores é um inconveniente, digamos, é lastro para deitar ao mar.
Como a mentalidade empresarial passou a condicionar grande parte da gestão política, o problema é que muita malta que passou para a frente de decisões políticas tem uma sensibilidade de calhau, e um raciocínio a roçar a completa indigência... excepto nos truques de retórica, que também já estão gastos.

E qual é a total idiotice subjacente? Bom, é que os cidadãos não são apenas trabalhadores, são também consumidores. Grandes empresas já começaram a perceber que ao atirarem para o desemprego milhares de trabalhadores, ficam sem milhares de consumidores, que passam a poder consumir o mínimo.
Da mesma forma, na perspectiva mundial, automatizando, e reduzindo os custos ao mínimo, os cidadãos têm que ser sustentados por subsídios, para que o consumo se mantenha. Ora, isso causará um desconforto entre quem trabalha, e quem não faz nenhum, mas receberá quase o mesmo.

A solução óbvia, conforme Keynes previu, seria que já estivéssemos a negociar a redução do horário de trabalho de 15 horas semanais para 8 horas semanais... só que, como é óbvio isso não interessa.
- Não interessa, porquê?
- Porque cidadãos que só trabalhassem 1 dia por semana, o que fariam nos restantes 6 dias?
Criava-se um mundo de reformados aos 20 anos, sem doenças nem maleitas, prontos para a maluqueira.

Mas não é só esse o problema, o problema é que quem tem muito dinheiro quer que este tenha valor.
Havia uma coisa que o dinheiro não comprava - a dignidade, honra, etc... valores morais!

Poderia ser uma imagem de um homem a servir de cão para que o casal pudesse sair do confinamento covidesco, mas como se pode notar é uma imagem com uns 50 anos, que ilustra como a sociedade evoluiu para desvalorizar a vergonha e os pruridos. Esse foi um passo...
O outro passo é estabelecer uma assimetria brutal, predominantemente ilusória, entre quem não ganha quase nada, e entre quem não sabe o que fazer ao dinheiro que tem.

A partir desse momento, o dinheiro não compra apenas bens materiais, compra também vontades.

O que está em causa na economia hoje, não são bens materiais, são bens morais.
Assim, um gajo suficientemente rico tem dinheiro para comprar não apenas a casa da sua vítima, como também tem dinheiro para meter a vítima de rastos a fazer de cão pela rua fora, a lamber-lhe as botas, ou muito pior.
Só assim um gajo rico, se sente verdadeiramente rico.
Nunca se irá sentir rico se vir o pessoal comum com vidas razoavelmente felizes.
- Não, senhor, o povo é calão, são bestas que devem rastejar.
- Mas, isso chega?
- Claro que não!
- Nunca vai chegar, porque as bestas na sala são todos os que assim pensarem.
Na sua cegueira, vão tentar humilhar-se uns aos outros, quando já não der gozo humilhar o transeunte.
Até que por fim, o pequeno grupo que restar irá duvidar até da sua sombra...
... até que perceba que o problema não está nos outros, está em si mesmo.

A riqueza funciona em dois sentidos para ajustar o que se tem ao que se precisa.
Quem tem o que precisa é o mais rico possível.
Quem precisa de algo que não tem, ou se conforma, ou age em conformidade.
Pode agir, até ao ponto em que a sua acção lhe irá trazer mais perda que benefício.
Se agir no sentido de conseguir que todos à sua volta se comportem como bonecos, submetidos à sua vontade, pois bravo, conseguiu tornar-se numa criança numa casa de bonecas... sem amigos.
Ficou completamente sozinho. Parabéns, chegou ao inferno! 
Um clube tão selecto, que só tem um membro...
- Ah, mas foi enganado, então no inferno não há o Diabo?
- Claro, é o próprio. Se tivesse alguém com quem falar e que o torturasse seria quase um paraíso...
- Ah, mas não foi isso que Dante disse. 
- É essa a comédia na Divina Comédia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A Espiral da Noruega (2)

Este postal surge com um atraso descomunal, porque a Espiral da Noruega foi o primeiro postal que aqui coloquei há mais de 10 anos, e reportava um incidente ocorrido na Noruega a 9/12/2009 quando Barack Obama aí se deslocou para receber o prémio Nobel da Paz. 

Obama receber o Nobel da Paz já era piada na altura, mas nessa altura, ainda com os olhos meio fechados, uma pessoa faz o esforço para ver algum nexo nas acções alheias, quando na realidade é apenas um esforço para nos continuarmos a enganar, achando normal a anormalidade.

Já era mais estranho que tivesse aparecido no céu norueguês isto (e foi esse o assunto do postal):


Ora, por essa altura ainda não tinha certezas, e as dúvidas eram suficientes para meter ET's ao barulho...
Com a devida calma, porque nestas coisas costumo pensar duas vezes antes de escrever.

O que não sabia, e daí o "atraso descomunal" é que a brincadeira voltou a repetir-se várias vezes:

 

 


Algo sobre este assunto, de forma mais bem trabalhada, pode ser parcialmente encontrada num pequeno documentário do Discovery Channel:

... que é mais rodeado de alarde, suspense, peritos, especialistas, ou outras tretas, que a ciência da comunicação sabe resultarem melhor na crendice popular.
Para efeito de nos resumirmos ao que interessa está aqui o vídeo com a espiral de Oaxaca:

Project Blue Beam in the Sky Caught on Camera (Константин Куртев, 2017)

e já agora um outro que é suposto resultar de detritos da Space X:


Social media videos capture SpaceX streaking across California skies (Guardian News, 2017)

Muito bem.
E o que se conclui daqui?
Aparentemente não se concluiria nada... mas já abordámos o assunto do Projecto Blue Beam:

https://odemaia.blogspot.com/2017/09/contacto-com-tacto.html

Sim, eu sei que o vídeo nesse postal desapareceu no mês passado, mas sobre isso não posso fazer nada ou poderia, se tivesse gravado os vídeos (coisa que não faço, nem me interessa fazer). Pode-se procurar por "Blue Beam Project" e aparecem várias coisas, depois é só escolher. Gostei daquele vídeo que tinha, e não encontrei nenhum outro igualmente bom, fica aqui este, que apesar de ser muito orientado para e pelo protestantismo, dá uma ideia do problema (inclui a ilusão óptica de cidades no ar, do tipo Fata Morgana, e o incidente do holograma de Cristo na Costa do Marfim):

BLUEBEAM & THE VATICAN ALIEN DECEPTION (Truth Shock TV, 2014)

Conforme me dei ao trabalho de explicar em 2017, existe o tal projecto da CIA que já vem dos anos 1950, onde se usariam alucinações, hologramas, com notícias em TV, etc, para fazer acreditar numa chegada alienígena, o que passaria a orientar as políticas do planeta.

A questão pode ser colocada de várias formas. Vou ilustrar, com uma especulação grotesca:

  • (i) Anúncio em todas as TV - os EUA entraram em contacto com ET's que nos avisaram que o novo Covid é produto de ET's maus (o pessoal adora uma guerra entre bem e mal).
  • (ii) O Trump já sabia disso, mas alinhou com os ET's maus, e será Biden, esse sim, que irá alinhar com os ET's bons, cujo nome já se sabe... são os David.
  • (iii) Devido ao aquecimento global (esta parte está a correr mal, mas não interessa), na Antárctida derreteram uns gelos que mostraram restos arqueológicos do tempo de Noé. Para os fãs da modalidade ET do Canal História, será a loucura! Aqui não é preciso haver enredo, porque os próprios se encarregarão de o escrever.
  • (iv) Se o aquecimento global não servir, provocam-se uns sismos, como o do Haiti, para convencer o povo de achados subterrâneos. Isto é o que, o pessoal que fala disto, dizem que irá acontecer...
  • (v) Os David é claro que vão fazer o papel de anjos, e os Covid de demónios. Quem morrer pela vacina, é por causa dos alinhados com os Covid, quem quiser ser curado tem que ir tomar David, seja lá o que isso for.
  • (vi) Os David irão consagrar Israel e os judeus como povo eleito - isto é que será mais complicado de aceitar por alguns líderes cristãos e muçulmanos, mas o enredo será escolhido por quem paga, e os outros obedecem.
  • (vii) Até que o mundo se veja livre dos Covid, será um problema, que exigirá dos humanos esforços sobre-humanos, e não haverá cá lugar a piegas, nem a democracias e outras coisas demoníacas.

A outra possibilidade é que estas coisas sejam todas coincidência, vídeos falsificados que andam pela internet (se bem que o Discovery ter alinhado torna a coisa difícil), exageros do pessoal da teoria da conspiração, etc, etc.

Nestas questões há uma regra de ouro: - ninguém se deve preocupar com o que não chegou, mas também não deve ignorar o que pode chegar. Normalmente quem procura denunciar estas coisas, e com razão, arrisca o fantástico desfecho de não se virem a verificar, porque foram expostas.
Portanto, os melhores "teóricos da conspiração", os que fazem mesmo bem o seu trabalho, vão ser sempre aqueles que erraram nas previsões, quando muitas vezes, ao expô-las, tornaram-nas impraticáveis por estragarem o efeito surpresa.

Neste caso, é claro esperemos apenas que as espirais da Noruega e de Oaxaca não sejam mais que  rastos de mísseis falhados, etc, etc, e que todos os profetas da desgraça estejam errados, porque estando certos, a coisa tem tudo para correr mal, muito mal mesmo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O anti-herói de Vila do Conde

A notícia pode encontrar-se no CM jornal, mas vamos aqui citar a notícia de "O Minho"

Cidadão recusa usar máscara e desafia polícias na marginal de Vila do Conde

Numa altura em que a palavra herói foi trucidada por esbirros publicitários do sistema para perder todo o significado, e passou a designar qualquer cobarde que se encolha de medo em casa; é bom trazer este exemplo que se passou em Vila do Conde na quinta-feira passada.

Não haja aqui grandes dúvidas, quer o "cidadão", quer a PSP, estiveram ambos bem, dado o regime ditatorial implantado e as  suas circunstâncias.

O homem, cujo nome é sempre omitido, farto de estar preso em casa, decidiu ir até à praia, e não parece que nada disto fosse planeado, pelo que se trata inicialmente de um anti-herói, que não procurou protagonismo para si, nessa incursão audaz até praia. Para quem esteja a ler isto, quando esta paranóia passar... sim é mesmo verdade que as pessoas eram impedidas de passear, até sozinhas!

Dois agentes que patrulhavam a zona, devem-no ter avisado que estava sem máscara, para se recolher, etc, e daí começa a gravação que vemos.

Conforme o homem reclama, a lei não o obrigaria a usar máscara, porque não estava a menos de dois metros de ninguém, mas também será verdade que os agentes devem receber ordens de dispersar qualquer um... para evitar ajuntamentos no passeio que ocorreram antes.
Como há polícias que preferem a pedagogia do cacete, obviamente acabariam ali os 2 metros de distância, e situações dessas já ocorreram. A PSP de Vila do Conde estava mais bem instruída, e nesse aspecto também estava o cidadão, ao recorrer do telemóvel e pedir aos agentes para se afastarem.

Virão defensores do indefensável, dizer que o homem não poderia filmar os agentes... mas não é assim (por enquanto), pois tratava-se de um acto público que estava a ser exercido contra si. Aliás, todos os agentes e figuras públicas não têm direito a reserva de imagem quando exercem funções públicas.

Virão defensores do indefensável, dizer que é por causa de chico-espertos como este que o vírus se propaga. Ora, isso contradiz-se igualmente, quando é por causa de carneirinhos obedientes que leis absurdas como esta são implementadas e respeitadas. O acesso à orla costeira não pode ser impedido indefinidamente. 

Estados Novos de Emergência... é uma figura retórica que se auto-contradiz, porque quando a Emergência passa a ser doença crónica, deixa de ser Emergência. Estamos sim, em Estado de Sítio. Mas sobre isso, estamos calados...

Seriam esses meninos também espanholados, quando em 1640 os portugueses se rebelaram contra a lei espanhola que regia o país? Como se chamariam a esses meninos em 1641, um mês depois? Qual foi o destino do exemplar cumpridor da lei, Miguel de Vasconcelos?
Foi defenestrado... e alguém pediu depois o julgamento desse homicídio?
Pelo contrário, os homicidas são heróis nacionais, chamados Conjurados.

A reacção típica do prisioneiro domiciliário é repudiar o acto desbocado do cidadão que reclama a sua liberdade em praça pública. Porque também o prisioneiro poderia fazer o mesmo, e não faz, porque é um cidadão cumpridor...
Cidadãos cumpridores também foram todos os colaboracionistas com regimes ditatoriais. E não há aqui tretas de eleições e regimes democráticos, porque se Marcelo teve agora 60% dos votos, em 1938 Hitler teria ganho com 80% ou mais, altura em que a revista Time o nomeou como homem do ano.

A questão democrática principal é permitir a contestação, e remetê-la para onde pode ser disputada de forma civilizada - em último caso, nos tribunais... se estes ainda estiverem funcionais, obedecendo ao mínimo dos mínimos, que é apresentarem uma lógica racional nas suas decisões.

Nesse sentido, a actuação da PSP, talvez algo condicionada pela câmara, acabou por ser quase exemplar, quando ofereceu uma máscara ao homem, ao mesmo tempo que este clamava que os agentes também não percebiam ou explicavam a lei que queriam aplicar. Queixando-se ainda de um problema de saúde grave - a pressão psicológica - exercida pelo confinamento e pela propaganda estatal.

Os detractores de serviço dirão ainda que o homem apenas quis "5 minutos de fama", o que pode ter acontecido na forma como abordou a situação... mas dificilmente esses detractores se colocariam na mesma posição desafiante perante uma brigada de intervenção armada.

Os defensores da lei e ordem, esquecem ainda que a lei e a ordem só devem ser defendidas quando há nelas um sentido racional. Se estão por leis arbitrárias definidas por uma nomenklatura de serviço, sob capa "científica", pois estão por regimes ditatoriais de esquerda, que definiam a prevalência do bem da comunidade (definido pela nomenklatura) acima do bem individual. Se estão pela liberdade individual, acima de leis avulsas sem qualquer nexo racional, pois acho que este anti-herói de Vila do Conde é um bom exemplo.

Cada cidadão não terá a solidariedade dos media internacionais, que esquecem manifestações nos países ocidentais, mas depois são muito tolerantes com outras, como aquelas que se passaram agora na Birmânia (Myanmar):

.... quando os generais birmaneses apenas mostram que aprenderam bem a lição dos Estados de Emergência, e decidiram aplicar o mesmo. Não, ali não estão cidadãos isolados, lutando sozinhos contra um poder instituído, mas alguns também não têm máscara (o horror dos horrores, no politicamente correcto ocidental). Quanto à Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, depois do massacre dos Rohingya, já teve melhor dias no estatuto de santa eleita pela religião ocidental, mas mesmo assim continua a beneficiar daquilo que só os "eleitos pelo status quo" têm, e que é uma tolerância infindável, apesar das asneiras em que se metam.
Ou seja, o oposto do que é dado à restante população...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Os canários na mina

Nesta retórica de contos infantis, adoptada pela governação ocidental e a sua imprensa de esbirros, surgiu um episódio a roçar o absoluto ridículo, que é toda a história de Navalny versus Putin.

Num artigo "Rousing Russia With a Phrase" no New York Times (9 Dez 2011), dizia-se o seguinte a propósito de Navalny:

Five years ago, he quit the liberal party Yabloko, frustrated with the liberals’ infighting and isolation from mainstream Russian opinion. Liberals, meanwhile, have deep reservations about him, because he espouses Russian nationalist views. He has appeared as a speaker alongside neo-Nazis and skinheads, and once starred in a video that compares dark-skinned Caucasus militants to cockroaches. While cockroaches can be killed with a slipper, he says that in the case of humans, “I recommend a pistol.”

Nesse vídeo Navalny aparece a comparar resistentes caucasianos a baratas, e em grande reflexão humanista sugere que em vez de serem mortos com um chinelo ou mata-moscas, como insectos, aconselhava a pistola.

Para acesso ao vídeo cheio de graça para Merkel e outros defensores de Navalny:

Claramente que Navalny tinha pouco jeito para a ironia ou comédia, e à falta de melhor, foi isto que arranjaram... e são as mesmas agências que tentam fazer contra-informação na Rússia com os bolígrafos e fake-cheques, do tipo polygraph.info. A história do plutónio ainda continua no imaginário dos macaquinhos no sótão, vindos da guerra fria, e portanto, numa altura em que a política ocidental é um chorrilho de disparates, ao pé de Navalny, eu diria que Ventura parece um tipo sensato.

Navalny sugeria aqui a pistola, mas já deve ter sido instruído para o novo processo biológico de matar baratas, que é a desinfecção esterilizada.

Ora Putin, começará a perceber agora que pode ter um lugar de santo nesta história, evitando o ascendente dos malthusianos que pretendem uma redução drástica da população mundial. A sua Sputnik V pronta há mais de 6 meses, está agora autorizada, mas comete o mesmo pecado da vacina da Oxford-AstraZeneca, ou seja, não usam o RNA, e são muito mais baratas:


Colocando a questão de outra forma... após uma viagem de comboio em condições desumanas, quem se atreveria a desconfiar que as instalações sanitárias, aconselhadas pelas autoridades, para desinfecção, perigo de baratas, etc, iriam ser algo diferente? 

Acontece que Piers Corbyn, o irmão mais velho do líder trabalhista, decidiu fazer uns desenhos ilustrativos, da sua opinião sobre as vacinas.

A história é contada em jornais e no Off-Guardian é contada assim:

On Wednesday Feb 4 Piers Corbyn was arrested in Southwark for distributing ‘malicious material’ to local residents. This is said material.

Vacinas são seguras.
Caminho para a Liberdade.
You will note it compares covid vaccines with something evil (the words are a recent Evening Standard headline). This makes it malicious and possibly anti-Semitic. So the cops had no choice but to arrest Mr Corbyn for the ninth time.
Mr Corbyn is not a hero. He is a public nuisance.

Portanto, o irmão de Corbyn foi preso por distribuir anti-propaganda, algo que mostra como o Ocidente está atento à liberdade de expressão... não apenas na Rússia, onde se solidariza com Navalny, mas também entre muros, onde procura que Corbyn não caia "no ridículo de criticar a governação"! 
Como se não bastasse o horror, Piers Corbyn também duvida das alterações climáticas... certamente é porque não viu a Barragem do Alqueva com mais água do que fôra afirmado possível.

Mas há órgãos de comunicação assim na internet, e o Off-Guardian termina o artigo com o vídeo de um médico, Vernon Coleman, que não precisa de legendas:

Lastly, Dr Vernon Coleman, a steadfast rock over many months of this pandemic, released his latest video called "Doctors and Nurses Giving the Covid-19 Vaccine Will Be Tried as War Criminals". In which he breaks down and weeps at the enormity of the evil currently being perpetrated on the human race.

Dr Coleman is not a hero. He is an ‘antivaxxer’ and therefore an un-person. Which is why his video has been scrubbed from social media almost entirely. You can watch it here at your own risk…

Videos by Vernon Coleman

Comparados com o cândido Navalny, visto como modelo para o futuro da Rússia, Piers Corbyn e Vernon Coleman, são perigosos modelos de anti-colaboracionistas. Velhotes, que em vez de estarem de pantufas a fazer telefonemas para se porem à frente na lista das vacinas, como certos autarcas nacionais, estão a desaconselhar a vacinação... certamente porque estão com medo de não restar uma vacina para si. 

Repare-se que não são daqueles que ligam o 5G à vacinação, embora tal coisa também exista, é mesmo malta que parece genuinamente preocupada com o futuro da humanidade... como se os nossos governantes não estivessem! Colocar médicos e enfermeiros num futuro julgamento, do tipo Nuremberga, onde seriam julgados como criminosos de guerra, parece-me algo fora de questão, se estes forem os primeiros a serem vacinados, e a serem usados como cobaias. O número de casos apontados por Coleman também não será dramático, se quisermos acreditar que todos são reportados... mas o problema não são os efeitos a um mês de distância!
O problema que todos parecem ignorar, devido a estarmos sob ditadura, e voz única na comunicação social, é que as vacinas estão a ser oferecidas como pãezinhos quentes, e faz-se crer que há já corrupção para as obter. Quem pode depois recusá-las quando for o feliz contemplado?

Certo, mas até os trabalhadores nas minas usavam belos canários como sinal de fim do pio.
Não há dúvida que as vacinas vão ser uma mina, para muitas organizações...
Quem são então os canários na mina das vacinas?
Podem os senhores do PAN ficar descansados, que nesta experiência não foram nem vão ser usados animais... se exceptuarmos as bestas do costume.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Nebulosidades auditivas (95)

Apesar de já ter usado este vídeo, noutro postal Colete Amarelo, festa brava, Colete Vermelho estou em crer que era um vídeo premonitório de tempos que andam por aí.

Trata-se do vídeo "The Suburbs" dos Arcade Fire, resumo de um filme distópico dirigido por Spike Jonze, apresentado depois no Festival de Berlim de 2011:


Arcade Fire - The Suburbs (2010)

Ou seja, há mais de dois anos que este caldinho anda a ser preparado nos bastidores, e só não vemos o exército com chaimites nas ruas, porque "o povo é sereno", e como se ensina na "Arte da Guerra" de Sun Tzu, só é necessário o combate quando não for possível convencer o inimigo da derrota, por outra forma.

Este vídeo começa pelo fim, mas apressa-se a explicar o contexto de uma sociedade como era a nossa, antes das mascarilhas, e que subitamente se vê envolvida numa guerra civil interna, onde o exército faz rusgas nocturnas, para prisões fortuitas. Para simplificar, podemos antever que seria para saber quem teria tomado, ou não tomado, uma certa vacina, ou seja para distinguir perigosos cidadãos que salvaguardavam mais a sua saúde do que a saúde da comuna. 

Os rapazes, antes amigos, vêem-se perante uma situação de impotência, em que são manipulados por um poder despótico que os encosta à rede. Incapaz de lidar com esse sentimento de impotência, um deles decide alistar-se no exército, e assim passar para o lado controlador. 

Vê-se aqui como a realidade ultrapassa a ficção. Nunca, em nenhum filme distópico, foi alguma vez pensado que os cidadãos fossem obrigados a usar máscara. Neste caso só os soldados estão mascarados. Nem mesmo no filme Contágio que reproduzia uma situação de pandemia real, e não "fictícia"... ou seja, em que havia mesmo uma doença que provocava sintomas diferentes de uma gripe ou pneumonia.

Quando se abandona um lado e se passa para o outro, apenas por conveniência de sobrevivência, o conflito deixa de ser com o exterior, e passa a ser com o seu interior... porque sabe que entrou para o lado errado. Tornando-se difícil aceitar isso, projecta nos outros, que não o fizeram, a responsabilidade do seu conflito interno.

Quando vemos um sujeito descarregar a sua fúria num inocente, é perfeitamente claro que não está a bater em quem não o incomoda, está furioso pela sua escolha, e descarrega em cima de quem não quis tomar a mesma opção. No entanto, em nada isso irá diminuirá a sua luta interior, apenas a iludirá na ilusão de que uns "eleitos" puderam fazer a escolha, enquanto o restante "povo" é uma subespécie destinada à extinção ou à completa subjugação.

Regimes assim, estão condenados a ter sucesso e um enorme brilho... como estrelas cadentes! Assim que se esgota a matéria combustível, o brilho desaparece, e a queda na normalidade é inevitável.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Ditadura viral (9) nomenklatura

Nomenklatura
Como exercício de nomenclatura, suponhamos que alguém se lembra de mudar os nomes, e manda substituir palavras seleccionadas, por outras. Vejamos no que isto dá.
Peguemos numa notícia qualquer de um jornal, e façamos o pequeno exercício, por exemplo mudar covid-19 por rebeldia, etc:

Portugal contabiliza este domingo mais 303 mortes e 9.498 novos casos de covid-19 rebeldia, segundo o balanço diário da Direção-Geral da Saúde DGS.

Desde o início da pandemia rebeldia, Portugal já registou 12.482 mortes e 720.516 casos de infeção insubordinação pelo vírus SARS-CoV-2, estando este domingo ativos 181.623 casos  rebeldes, mais 1.684 em relação a sábado.

Quanto aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico da DGS revela que estão internadas detidas em enfermaria 6.694 pessoas, mais 150, e 858 em cuidados intensivos, mais 15 face a sábado.

As autoridades de saúde têm em vigilância 223.991 contactos rebeldes, menos 1.374 relativamente a sábado.

O boletim revela ainda que mais 7.511 casos rebeldes foram dados como recuperados. Desde o início da epidemia em Portugal, em março, já recuperaram 526.411 pessoas.

COVID-19 REBELDIA: NOVAS MEDIDAS EM VIGOR

Na quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou pela décima vez a renovação do estado de emergência em Portugal e, no mesmo dia, o Conselho de Ministros aprovou um conjunto de medidas a vigorar até 14 de fevereiro para conter a evolução da covid-19 rebeldia.

Ao abrigo do decreto publicado sexta-feira que regulamenta o estado de emergência, ficam limitadas as deslocações para fora do território continental por qualquer meio de transporte, com exceção das ligações aéreas para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, assim como para casos relacionados com trabalho, regresso a casa, transporte de correio e de mercadorias e fins humanitários e de emergência.

Covid-19 Rebeldia. Governo limita deslocações para o exterior de cidadãos nacionais

Autoconfinamento dos portugueses. As proibições e as exceções para sair de Portugal

Como aconteceu em março de 2020, no início da pandemia rebeldia, o controlo nas fronteiras vai limitar a circulação entre Portugal e Espanha, em pontos de passagem autorizados, a transporte de mercadorias, trabalho, e veículos de emergência e socorro e serviço de urgência.

É suspensa a circulação ferroviária entre Portugal e Espanha exceto para transporte de mercadorias e também é suspenso o transporte fluvial, segundo anunciou o Ministério da Administração Interna.

Creio que este exemplo basta, para mostrar como uma pequena troca de palavras pode dar um sentido completamente diferente a um texto. É claro que em Portugal ninguém está minimamente rebelde, pelo contrário, há até quem peça mais e mais duro.

Para quem estiver entediado de ver sempre as mesmas notícias, sobre a mesma coisa, pode sempre ir mudando a nomenclatura e verá uma aplicabilidade nas mais variadas situações.


Fake-cheques
Outra fonte interessante de não-notícias são os bolígrafos fake-cheques. Pérolas.
Os da SIC são demasiado, básicos, trazemos este da Reuters:

 Fact check: Changes to the counting of COVID-19 deaths in August reduced England’s death toll

Primeiro - Quem é que perguntou?
- Ninguém faz ideia.
- Alguém nas "redes sociais"... link para 2 páginas de facebook

Na realidade, uma das coisas engraçadas sobre os sites anti-teoria-da-conspiração, estes bolígrafos e outros, é que são eles mesmo a criar as próprias teorias da conspiração. É como se a certa altura o mágico sentisse necessidade de revelar uma parte do truque em cena, porque o pessoal nem tinha reparado.

Bom, e então qual é a questão? A questão é que a partir de Agosto de 2020 a Inglaterra mudou o critério de contagem de mortes Covid, para "28 dias após teste positivo" ou "60 dias após teste positivo".
Por exemplo, a BBC anunciava assim o número de mortes no Reino Unido, referindo que era por qualquer razão, desde que tivessem tido teste positivo há 28 dias.


Ora o fake-cheque era tão ridículo que confirmava a notícia, da mudança em Agosto, mas depois dizia que não tinha havido mudança agora em Dezembro ou Janeiro, quando nem sequer falava disso no título...
Este tipo de fake-cheques, permite-me dizer que "nunca aqui duvidei de toda a informação cristalina dada pela DGS". De facto aqui, neste parágrafo, não o fiz. De facto, acho que nunca falei em informação cristalina. Portanto, quem disser o contrário mente com os dentes todos, pelo raciocínio idiota, de quem monta fake-cheques. Devem estar para breve, os fake-cheques com número de telefone para adivinhar. Se for falso, ligue para 789 01, se for pimenta no.... etc, etc.

Portugal orgulhava-se de ter um dos critérios mais largos (Observador, Abril 2020), e por isso não tinha restrição com número de dias:

Acho que critério mais largo que Portugal, só mesmo a Bélgica, e daí o resultado que se vê...
De acordo com esse critério, mesmo os que tiveram Covid e resistiram à doença, quando morrerem parece que caem nos mortos Covid. Posso estar enganado, mas como os jornalistas estão-se a borrifar para o que interessa, ninguém sabe hoje em dia o que é um morto covid, ninguém sabe o que é a covid, porque se confunde com o coronavírus, e esse confunde-se com testes PCR a pedido do freguês.


Gráficos
Ora, uma coisa é criticar a publicidade catastrofista e a manipulação torpe, outra coisa seria ignorar os números de óbitos, e de facto, este mês de Janeiro apresentou valores de mortes muito superiores à média para esta época do ano, sendo mais do dobro no pico, entre 20 e 27 de Janeiro, com mais de 700 mortos.


Mas então analisemos os gráficos de internados em cuidados UCI

Morriam 700 pessoas por dia naquela semana, mas o número de internados UCI nem sequer chegava a 800 nessa semana. E se as pessoas internadas em UCI morrem umas atrás das outras, por que razão a curva desses internados não reflecte minimamente essas mortes?

Por exemplo, em 1 de Janeiro de 2021, havia 483 internados UCI, e morreram nesse dia 466 pessoas. 
Se eles estivessem todos internados ficariam apenas 17 internados UCI. 
Tudo bem, nem todos eram Covid, só 66 foram, e poderiam dar lugar a outros que não tinham lugar? 
Não tinham lugar? - Então como é que passadas umas semanas já havia 800 camas UCI?

Ou seja, os que morrem com Covid só muito poucos estão em camas UCI, senão essa variação do número de mortos entraria pelos olhos dentro no gráfico. Mas não, não se vê! 
Cada dia morriam 200 com Covid, mas a curva dos internados UCI não sofria alteração alguma.
Porquê? Porque é uma farsa de baixa qualidade, com baixo orçamento, e sem cérebro organizativo.

Existe outra possibilidade? Sim, existe. 
Será considerar que 90% dos que morrem com Covid nem sequer são internados em estado crítico.
Poderiam estar internados, mas sem ser em UCI, por falta de camas... (que apesar de faltarem, não deixam de crescer na sua ocupação). Vejamos então o gráfico dos internamentos.


Onde está aqui a variação dos 200 ou 300 mortos por dia?
A curva apresenta 2806 internados em 1 de Janeiro. Morreram 66 pessoas com Covid nesse dia, que se estivessem internados, mesmo que não fosse UCI, deveriam fazer vagar 66 camas. Qual foi a variação? Apareceram 2858 internados, ou seja mais 52... juntando às 66 vagas entravam 118 novos casos.
Não é impossível que isto ocorra uma vez ou duas...
Mas é impossível que isto ocorra desde o início, é impossível que ocorra assim numa semana até.

A coisa foi tão mal feita, que é possível ver uma linha contínua onde o número de mortos Covid de cada dia não tem influência. Morreram 273 com Covid em 24 de Janeiro, não deveriam libertar 273 camas?
Não. Foram precisas mais 303 camas, ou seja 576, porque a curva tinha que crescer.
Alguém tem esta informação concreta? 
Não, é tudo tão top secret... que podemos ter alguém dado como morto no Hospital X para onde foi de urgência e depois no Hospital Y de onde partiu. Ninguém sabe, excepto a DGS, para quem homens grávidos são erros aceitáveis nos dados.

Crime
O crime que está a ser cometido todos os dias é negarem a milhares de idosos o contacto, que já era pouco, com os seus familiares mais próximos. Alguns, como foi um caso próximo, recusam comer, deixam-se definhar e partem, porque preferem morrer, a viver presos em solitária por uma sociedade de hipócritas, que em nome do seu comodismo, e conivência com esta ditadura, está disposta a encarcerar e a ser encarcerada. Depois, os filhos aceitam a situação, porque antecipam a morte dos pais com 80 ou 90 anos, e já estavam mentalmente preparados para isso. 
Esses são os outros mortos Covid, assassinados pelo regime e não pelo vírus.

Não, a doença não é Covid, a doença é mental e chama-se Ditadura.
Todos aqueles que colaboram, por acção ou inacção, têm um nome - colaboracionistas.
Não, nem em tempos de Peste Negra, as pessoas tinham tão baixo nível moral e humano.
Bem vindos ao novo milénio, e não se esqueçam de ir passear o cão. 
Não, que isto há coisas com que não se brinca, e coitadinho do bicho que não pode ficar preso em casa.
Não, o cão não leva açaime, nem máscara. Não são vocês que o levam a passear, é ele que vos leva.

Numa circunstância destas, seria interessante saber a resposta que dariam a um idoso que vos pedisse:
- Ponham-me uma coleira, e levem-me a passear, por favor!... 
- Se a polícia aparecer, faço béu-béu!