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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Comadres

Faz um mês que a China anunciou a chegada à Lua...
Um escandinavo reagiria de sangue quente, mas um bom portuga, com o conhecido carácter gélido, dá tempo ao tempo, e portanto, um mês depois, vejamos então as imagens (ainda que não haja muito para mostrar).
Começamos pela emissão distribuída pela chinesa CCTV

[vídeo alternativo - original suprimido]

Para além de fotos dúbias, parecia ter animação de má qualidade?
Tinha mesmo.
A coisa estava tão mal feita desde a animação, às fotos do solo não terem nenhuma periodicidade (nem se ver nada de especial), que houve um reconhecimento da simulação. Não se deixam de ouvir as palmas, ao vivo, e de ter sido isto que passou nas televisões internacionais.

É claro, as comadres têm boas relações - o que é positivo para a paz - e assim vemos que até o rover chinês deixa as já habituais pegadas no solo "lunar":
(as rochas e o solo não se parecem muito com os da NASA)

Portanto, há alguma coordenação e o problema é do observador e não do observado.
Quem não aceita, só tem que aceitar, e mais nada, que a harmonia é muito bonita.

Porém, as comadres nem sempre controlam os filhotes, que devem ser consistentes, e aparece quem questione as coisas:

Aliás, já há algum tempo que se colocava em causa o programa espacial chinês, até porque se viam bolhinhas de ar sair dos capacetes dos astronautas, sugerindo que estavam num meio aquoso:

O vídeo seguinte, original, fala por si (estamos habituados a outra qualidade vinda de Hollywood), mas destacamos, por exemplo, a bolinha de ar que sai do capacete da direita, ao minuto 3:05 do vídeo:


E, pronto, não há muito mais a dizer... the show must go on.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ver estrelas

"Ver estrelas ao meio-dia" era uma expressão antiga, que encontramos em textos do Séc. XIX, e que hoje abreviamos para "ver estrelas", mantendo o sentido associado a uma pancada ou dor forte. Era especialmente popular nos desenhos animados dos anos 60 e 70.

Não há estrelas no céu a dourar o caminho da NASA.
O filme "Gravity" que agora estreou, lembra as "caminhadas espaciais", mas vem também lembrar as muitas imagens de astronautas perdidos num "espaço negro":
Bruce McCandless na sua "grande caminhada" fora da nave, em 1984.

A história da carochinha é sempre a mesma... o brilho da Terra/Sol ofuscaria o brilho das estrelas, para fotografia de exposição curta. As únicas estrelas no espaço são os astronautas, esses bem visíveis, pois visa-se um estrelato hollywoodesco. À caminhada só faltava a pegada, essa "deixaram-na na Lua".

Porém, noutras paragens, na URSS de 1965, a conversa era outra...
Vemos nas duas imagens seguintes, o primeiro cosmonauta, A. Leonov, rodeado de estrelas a dourar o espaço negro:
A. Leonov (primeiro cosmonauta no espaço, 1965)
As estrelas são perfeitamente visíveis, como seria de prever.
(imagens: em Claude Lafleur e na Time)

Portanto, o filme fotográfico que a URSS usava não era à prova de estrelas.

Quer isto dizer que os EUA não chegaram a enviar ninguém ao espaço, e que tudo não passam de encenações feitas em estúdios de cinema e fotografia? Uma coisa não implica a outra... podem perfeitamente ter ido, mas temos todas as razões para suspeitar dos seus filmes e encenações.

Um problema está abordado justamente no filme Gravity... mas num contexto de erro russo!
Não será à toa que nas imagens que vemos dos russos os cosmonautas não se desprendem muito da nave.
A Terra é bombardeada por milhões de pequenas partículas. Algumas, maiores, podemos vê-las no céu à noite - são as chamadas estrelas cadentes
Ao irromperem pela atmosfera a enormes velocidades os meteoros incendeiam-se provocando aquele espectáculo clássico. Há épocas em que atravessamos órbitas de destroços, e nos meses de Julho e Agosto são características as chuvas de meteoros, chamadas Perseidas.

No espaço, não havendo atmosfera protectora, mesmo as mais pequenas partículas actuam como autênticas balas... e, ou se arrisca a sorte, ou um cosmonauta poderia ser alvo de "um tiro". Isto não afectará os astronautas, porque presume-se que estejam em filmagens, e o maior medo será se a foto não o favorece muito.
Já os cosmonautas, esses não é muito crivel que se aventurassem para além do escudo protector que seria a própria nave espacial. Os próprios satélites artificiais incluem uma apólice de risco de serem albarroados por um pequeno meteoro, e não é demasiado grave o impacto de micro-meteoros porque o seu material será suficientemente resistente a esse impacto menor.

Há poucos dias, para promoção dos Jogos Olímpicos de Inverno, Sochi 2014, os russos levaram uma tocha olímpica para o espaço... e lá está a NASA associou-se, com imagens mais nítidas sem estrelas, ao passo que os russos davam as suas tímidas e mal definidas imagens:
Kotov exibe a tocha olímpica... num tímido passeio espacial

Não vemos aqui nada de especial, face a outras imagens... muito pelo contrário, Kotov nem sai da estação espacial, e a novidade de ter uma "tocha olímpica", seria proeza pequena quando vemos a primeira imagem de McCandless, ousadamente soltando-se pelo espaço negro.

Porém, é natural que os russos tenham um património de ver estrelas e não queiram abdicar completamente dele para o apagão americano.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Senhores dos Passos na Lua

Desde há 44 anos...
(foto wikipedia)

... que foram feitos os passos para nos convencer desta pegada, na Lua.
Há quem diga que tal pegada só seria possível com humidade, uma humidade que não pode existir na Lua.
Ao andar na praia, sabemos que pegadas destas... só mesmo na areia molhada.
Mas, o que é que isso interessa, se a verdade difundida é propriedade de senhores dos passos lunares?

Seriam "grandes passos da humanidade" ou "grandes passos sem humidade"?...
Foi assim, durante os 4 anos da missão Apollo... depois faltou humidade e humildade para outros passos de humanidade... já lá vão 40 anos.

É claro, seguiu-se Marte, onde tivemos vários Rover a mandar imagens.
O que se notava é que faltava azul nas imagens... porque se o azul fosse corrigido nas fotos, começava a parecer-se muito com paisagens terrestres:


Imagem da NASA, Rover Oportunity, 2004, em Marte... Burns Cliff 

Primeiro, a imagem original. 
Depois os três canais habituais: vermelho, verde e azul.
Nota-se claramente uma falha de intensidade no azul, ao contrário dos outros!
Corrigindo isso (por exemplo: R-64, G-32, B+32) obtém-se a imagem de baixo 
(veja-se ao lado que o azul só foi aumentado um pouco).
Passa a haver um maior equilíbrio na nova imagem, repondo algum azul... 
... e a imagem parece agora muito terrestre!

Bom, mas já falámos extensamente deste assunto... e remeto para o texto anterior:
Hoje foi só para saudar os senhores da Lua, que comemoraram hoje os 44 anos dos passos.

sábado, 20 de abril de 2013

Man on the Moon

Há já quase dois anos coloquei aqui um vídeo polémico e interessante, um documentário da ARTE sobre a encenação da viagem à Lua em 1969, ligado à encenação que Kubrick usou no seu filme notável "2001, Odisseia no Espaço". Conforme disse à época, ainda que se tenha pretendido que o documentário fosse uma piada, nada o indicava explicitamente, e se o fosse teria o mau gosto de brincar com a morte de Vernon Walters.
A propósito do texto sobre os Macavencos, lembrei-me doutro filme de Kubrick, "Eyes Wide Shut", de 1999.  
(vídeo que faz uma análise interessante sobre o significado de cenas do filme)

Este foi o último filme de Kubrick, que morreu de ataque cardíaco, quando se preparava para entregar a versão final. O filme estreou, alguns meses depois, sendo póstumo a Kubrick, tal como o documentário da ARTE foi póstumo relativamente a Vernon Walters. Uma trágica coincidência num documentário que relatava o medo que Kubrick tinha de vir a ser assassinado.

O título do post é "Man on the Moon", o que nos levaria para outro filme de Milos Forman, sobre Andy Kaufmann, mas antes de voarmos sobre o ninho de cucos, consideramos a célebre canção dos REM, que terá dado título ao filme.

... e a canção continua:
                 If you believed they put a man on the moon, man on the moon
                 If you believe there's nothing up his sleeve, nothing is cool

Sim, se acreditámos, eles puseram um homem na Lua, se acreditamos que não há nada na manga, nada é divertido. Divertido é ver um excerto de 007 - Diamonds are Forever.
Sim, neste James Bond de 1971, o personagem aparece num cenário onde se filma uma missão lunar... algo ousado num ano em que se filmavam também as Apollo 14 e 15, supostamente em solo lunar, e não num cenário de cinema.
Com as Apollo 16 e 17, as missões lunares terminam em 1972. Sentida a falta, passados 5 anos aparece no cinema um outro filme - Capricorn One (1977), cujo enredo é exactamente uma conspiração que leva à encenação de uma viagem a Marte, numa altura em que já tinham acabado as outras lunares...
Estas duas observações encontrei-as nalguns vídeos dos "teóricos da conspiração" que acham que as imagens de homens na Lua são falsas... como por exemplo, este documentário, já bem velhinho, que passou na Fox, em 2001 (creio que antes da tragédia das torres gémeas):

Devo dizer que a minha avó também achava que o Homem não tinha ido à Lua. É claro, eu achava que era coisa cheché, própria de uma geração que tinha dificuldade em aceitar o progresso. Ela não dava justificação, e eu talvez tivesse negligenciado ela ter passado por duas guerras mundiais, ter vivido a transição em que conviveram burros e zeppelins, e ter passado pelos quarenta anos de Salazar. A minha outra avó, que nascera ainda no Séc. XIX, deixara a previsão de que o Séc. XXI seria um século em que se iria assistir a uma insanidade mental. Acho que compreendo agora o porquê.

"Man on the Moon"... é uma canção do álbum "Automatic for the People", dos REM.
Se procurarmos, vemos que REM significa também Roentgen Equivalent Man, que é uma unidade de radiação, que mede o envenenamento radioactivo. Por exemplo, 100 REM é suposto ser uma dose letal.

Acontece que a Cintura de Van Allen é um cinto, uma zona de grande radiação cósmica. Pela versão oficial, só os astronautas que viajaram até à Lua passaram essa cintura, ou seja, desde 1972 que ninguém passa!
Diz-se que os satélites que a cruzam podem medir até 2500 REM por ano, mas que os astronautas não sofreram mais que 5 REM, portanto uma dose não letal. É claro que os "teóricos da conspiração" estão convencidos que não é bem assim... que a Cintura de Van Allen é intransponível pela radiação letal, que provocaria a morte dos astronautas.

Depois, argumenta-se, quando Lindbergh fez a viagem do Atlântico, passados poucos anos havia já carreiras comerciais fazendo a ligação... o que impediria repetir as idas à Lua, feitas entre 1969 e 1972?
Por que razão ninguém lá voltou passados 40 anos?
Pois, provavelmente ninguém passou mesmo a Cintura de Van Allen, ninguém deu o "salto" (Van Halen).

De entre os planetas, só aqueles com forte campo magnético, como o caso da Terra, têm uma Cintura de Van Allen significativa. Só tem essa cintura a Terra, e depois Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.

Ainda não tenho como completamente claro que essa cintura de partículas é o problema, ou poderá até ser o que impede que a forte radiação do Sol nos "frite"... porque, enfim, temos uma forte radiação do Sol, sim, mas é no espectro do visível. Ora, o Sol, pelas explosões nucleares, deveria emitir todo o tipo de radiação, e se a nossa atmosfera nos protege dos ultravioleta, o que é que nos protege das radiações superiores, como sejam os Raios X ou gama? Creio que poderá ser mesmo a Cintura de Van Allen.
Aliás, quando se diz que a temperatura na parte iluminada da Lua será mais de 200ºC, dará para perceber a quantidade de radiação que se medirá fora dessa cintura.

Traduzindo, isto significaria... estamos presos na Terra!
- Alguém interessado em dar notícia?
- Que tipo de reacção isto iria causar?
Ou seja, seria melhor produzir a ilusão de que não haveria limitação, permitindo ir à Lua. A ilusão de que podemos continuar a exploração espacial, ainda que esta não se faça... explicando-se por "razões económicas". Ou haverá uma notícia em falta - "a humanidade está presa na Terra"? E não sabendo bem porquê, parece que fomos presenteados ou com um escudo que nos protege, ou com um cinto que nos prende!

Se os EUA não foram à Lua, os russos não quiseram nunca denunciá-los. A filha de Van Allen relatava numa entrevista que, quando o pai comunicara a existência da cintura, em 1958, poucos meses depois foram à URSS, num clima muito amistoso, e ela sentira que havia assuntos que faziam cair aquele frio muro que dividia países pela ideologia. Houve um entendimento científico na exploração espacial, que terminou até no acoplamento Apollo-Soyuz de 1975.

Depois do fim das idas à Lua, também os russos não investiram muito mais nas explorações, e nem sequer anunciaram um enviar de sondas a outros planetas distantes, como fez a Voyager, que depois caracterizou o programa da NASA. Agora também temos a exploração espacial europeia, japonesa e chinesa (e norte-coreana?), nenhuma ousando colocar um homem na rota da Lua, nem sequer apresentando fotos inquestionáveis da presença de objectos deixados pela tripulação que saiu da Apollo.

Conclusão, passados 40 anos, americanos e russos mantiveram o mistério sobre as idas à Lua, e é espantoso que não se tenha produzido nenhuma prova inquestionável da presença humana na Lua, apesar de tantas viagens supostamente efectuadas.

24 Abril 2013

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Apollo 18

Ao contrário do Apollo 13, um típico filme de Hollywood com a famosa frase "Houston, we have a problem", o mais recente filme Apollo 18, lançado o ano passado, 2011, leva os problemas um pouco mais longe ao jeito "we have an ET problem", o que deixou a NASA algo desconfortável, havendo mesmo uma página para esclarecer que tendo sido canceladas 3 das 20 missões previstas, a Apollo 18 nunca esteve planeada... isto para esclarecer a afirmação feita no final do filme - de que os astronautas enviados teriam morrido prematuramente.


É claro que ainda que a explicação da NASA seja assertiva, há dois assuntos abordados no filme que não deixarão de exercitar a especulação: a não ida dos russos à Lua, e o fim da exploração lunar.
Isso já para não falar na dificuldade que a NASA tem em explicar as diversas inconsistências que aparecem nas fotos e filmes que lançaram. A explicação com Kubrick parece-me a mais interessante.

Por mero acaso, fui dar com uma página web que tem um logotipo "falso" da missão Apollo 17:

  
Apollo 17: logotipo oficial e "falso"...

Este tipo de coisas acontece bastante. Pode ser uma brincadeira inicial que depois ganha outras proporções, por divulgação sem a mínima verificação. Nesse mesmo site aparece uma carta de Buzz Aldrin endereçada a L. Smith, falando do General Kleinknecht, e informando-o de que teria levado uma bandeira maçónica no vôo lunar da Apollo 11:

Dado o outro problema, poderíamos duvidar da autenticidade desta carta. Mas, atendendo a que, como o próprio site refere, os astronautas também levaram uma bandeira do Vaticano, agora exposta, e ao que parece terão mesmo levado bandeiras de 135 países! Por que não a do Rito Escocês?
Sendo verdadeira a carta, mostra só o problema da influência destas organizações, estando presentes em todos os momentos, com alguém de confiança.

O site tem ainda uma observação interessante - o que faz a constelação de Orion na insígnia da missão Apollo?

Ou seja, seria apenas estética colocar o destino Terra - Lua, passando pelo cinto de Orion, as chamadas "três marias"? Mitologicamente, numa das versões, Orion era um caçador que teria uma atracção pela deusa da Lua - Artemisa, que se livrou dele por influência de Apolo.
No entanto, é abusar da especulação escolher aquele logotipo, dando relevo a uma constelação em particular, e despropositadamente colocando-a entre a Terra e a Lua.

Aproveito este tópico para o último eclipse lunar deste ano, que se dará amanhã, a 28 de Novembro, e ainda que não possa ser visto em Portugal, é-o na maioria da Europa. Por outro lado, temos a conjunção de Saturno e Vénus, apenas a 1º de diferença, e a aproximação da Lua a Júpiter... uma combinação notável nestes dias.

Talvez aquilo que seja mais intrigante na Lua é a sua grande dimensão, que permite eclipses quase perfeitos. Proporcionalmente, seria como Júpiter ter um satélite do tamanho de Úrano... 
A Lua sendo 1/4 da Terra tem dimensões semelhantes a Mercúrio que é 1/3, ou até a Marte, que é  apenas metade, e por isso pode ser considerada um planeta menor, ainda que seja ligeiramente mais pequena que Ganimedes e Titã (satélites de Júpiter e Saturno), que são quase da dimensão de Marte e maiores que Mercúrio. 
Comparação entre a Lua, Ganimedes e a Terra

O sistema Terra-Lua aparece assim como particularmente instável. Os planetas interiores, Vénus e Mercúrio não têm nenhum satélite natural, e os outros planetas têm satélites comparativamente muito mais pequenos na proporção 1/20 (caso de Júpiter e Saturno) e não 1/4, como no caso da Terra. As instabilidades orbitais nem permitem satélites de satélites, pelo menos de dimensões razoáveis - excluímos os satélites artificiais, é claro. 
O centro de massa do sistema ainda está dentro da Terra, mas à superfície, pelo que basicamente a Terra oscila também, aproximando-se ligeiramente do Sol em dias de Lua cheia, e afastando-se nos de Lua nova, numa alteração de 10 mil Km, que é insignificante, face à alteração de 5 milhões, 500 vezes superior, entre solstícios de inverno (afélio) e verão (periélio).
Este sistema dançante, muito bem coordenado, pode ser destabilizado por pequenas alterações, e talvez uma das maiores preocupações nas viagens Terra-Lua devesse ser mesmo evitar mexer muito... reduzindo as influências orbitais ao mínimo. 

domingo, 31 de julho de 2011

Tempestade Saturnina

Em Dezembro de 2010 ocorreu uma "tempestade" em Saturno, de tal forma grande que foi observada primeiro por astrónomos amadores... 
Este facto é em si insólito, já que ocorrências nos planetas (não há assim tantos...) é suposto estarem a ser monitorizadas por profissionais. Segundo o site do CICLOPS (Cassini Imaging Central Laboratory for Operations), registou-se o seguinte:
[These raw] unprocessed images of Saturn were taken on Dec. 24, 2010. They show an enormous storm in the northern hemisphere of the planet, seen earlier by amateur astronomers and now seen clearly for the first time by Cassini.
Alguém perguntou ainda quando tinham sido vistas pelos "amadores", mas não obteve resposta...
Este grande acontecimento teria sido uma oportunidade única, já que a Sonda Cassini estava perto, e por isso "exigiam-se" imagens com algum detalhe, melhor do que as que os amadores viam nos seus  telescópios. As imagens tiradas no dia 24 chegaram no dia 27 de Dezembro, mas a velocidade da luz demora o mesmo para a Cassini do que para os amadores. Não sei se se falou muito mais do assunto...

Esquecendo esse detalhe, pegando na imagem depois divulgada pela NASA vemos uma mancha esbranquiçada, digamos demasiado esbranquiçada:

Porquê demasiado esbranquiçada?
Se colocarmos um bocadito de contraste (gama) na imagem, fica mais claro o que pretendemos salientar:
... ou seja, não parece haver qualquer continuidade entre a imagem do planeta e a imagem da mancha!
Para quem já usou ferramentas de imagem, sabe que uma coisa destas "parece" uma mistura de duas imagens diferentes.
A partir daqui, eu aconselharia a quem quiser ter imagens de Saturno, ou outros planetas,  a comprar um telescópio, e regressar aos velhos métodos! Mas, não há dúvida que as imagens da NASA são habitualmente bem mais bonitas...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Moon Spots

Num texto da Phil. Trans. Royal Soc. London do final do Séc. XVIII, referem-se observações lunares que reportavam o avistamento, mesmo à vista desarmada, de luzes na zona da sombra da Lua.

Pontos onde foram vistas luzes na sombra da Lua, em 1794.

Se o ponto na primeira imagem já dificilmente poderia ser entendido como o reflexo de uma montanha ou cratera mais alta - que naturalmente faria surgir um ponto de luz na zona obscura, é praticamente impossível que o ponto de luz na segunda imagem possa ser explicado dessa forma... está demasiado no interior!

Estas observações de 1794 parecem ter sido corroboradas por observadores distintos, e mereceram a inclusão na famosa revista científica britânica... iniciada em 1665 (três anos depois do casamento de Carlos II e Catarina de Bragança).
É claro que sendo observações casuais, de um episódio que no primeiro caso durou pouco mais de 5 minutos, segundo o relato, podem-se levantar todo o tipo de dúvidas... 

No entanto, como se afirma na mesma revista, já anteriormente Cassini e Herschel, em observações com telescópios, tinham avistado luzes na sombra lunar. Estas luzes tinham uma magnitude reduzida comparadas com estas que tinham sido observadas a olho nu. 

Qualquer explicação luminosa, numa altura em que os primeiros balões de Montgolfier acabavam de levantar voo, seria na altura levada para eventuais erupções vulcânicas... já que na altura se poderiam associar as crateras a vulcões, hipótese que foi sendo afastada, até que o assunto deixou de ter referência.

Só passados mais de 150 anos é que as explorações espaciais deram os primeiros passos, e levaram às primeiras explorações astronáuticas da Lua.
A esse propósito é imperdível o fantástico documentário da ARTE France:
"Dark side of the moon" - documentário (jocoso) de William Karel

... um "documentário" que relacionaria Kubrick com as imagens da chegada à Lua!
O documentário explora a ideia de que as imagens da ida à Lua seriam falsas... apesar da ida à Lua ter sido real. Não se teriam obtido imagens, e foram usados os estúdios onde Kubrick teria acabado de fazer o "2001, Odisseia no Espaço". 

Os entrevistados são bem conhecidos: Rumsfeld, Haig, Kissinger, e Walters... e apesar de haver um suposto tom jocoso, nem há nenhuma revelação no final, e é dificilmente entendivel o mau gosto de fazer Vernon Walters morrer entre estas entrevistas da Arte, de ataque cardíaco.
Porquê?
Porque Vernon Walters morre mesmo em 2002, antes da estreia do filme, que deveria comemorar o 2001...

A decisão sobre a credulidade, cabe ao crédulo... e pode optar-se sempre pelos vídeos  Mythbusters  (Discovery Channel), que num tom jocoso infantil mostram como as "teorias da conspiração" não fazem nenhum sentido, e que tudo o que nos dado a acreditar é verdadeiro.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cydonia & Sidonia

Habitualmente o nome Sídon, referente à antiga cidade Fenícia, perdeu a sua ligação à designação que era comum na Hispania.
 Sídon era conhecida como Sidónia.
Aliás compreende-se que a terminação fonética própria das línguas hispânicas levasse a essa alteração.

Ao mesmo tempo, existiu uma cidade em Creta denominada Cydonia, associada à actual Chania. Teria sido fundada por um rei Cydon lendariamente filho de Hermes e de uma filha do rei Minos.
É claro que escrever Cydon ou Sidon faz toda a diferença, ainda que foneticamente sejam equivalentes.

Johannes Carion refere que os Fenícios, vindos da Síria a Espanha, em busca de ouro e metais, teriam edificado no ano de 815 a.C. a cidade de Sidonia, no interior (... entre Cadiz e Granada). Fala ainda da vinda de Nabucodonosor, e de que depois disso os Turdetanos andaluzes ter-se-iam revoltado contra os Fenícios, tendo destruído a Sidonia espanhola.

Parece agora evidente que o nome Medina-Sidonia, usado pelos duques espanhóis da Andaluzia ligava essa herança antiga de uma Sidónia desaparecida. Quanto ao nome Medina, significando cidade em árabe, denota a influência prolongada do controlo islâmico na Andaluzia.

É especialmente curioso notar que Tiro teria sido formada por colonos vindos de uma Sidonia mais antiga... teria sido viagem curta para cidades situadas a 30 quilómetros. Aliás, em Sídon são visíveis ruínas do tempo das Cruzadas, mas não anteriores.
Não será pois de excluir que a mais antiga Cydonia cretense, cujo nome é ainda usado para a deusa Atena, estivesse numa eventual origem mais antiga de Tiro, que depois migraria de regresso à Hispânia.

Sobre Tiro, há uma curiosa suspeita sobre a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro - um impressionante morro carioca:
Pedra da Gávea (ver)

A suspeita diz respeito a uma possível presença fenícia, atestada pela interpretação de eventuais inscrições numa das faces da rocha:



possível inscrição na pedra da Gávea (ver)

A inscrição referia-se então a Bazedir, filho de Jetubal, de Tiro, na Fenícia... o que baterá certo com outros registos do séc IX a.C.

De Tiro até ao Brasil, não é nenhuma viagem impossível de fazer para marinheiros fenícios... só as concepções de limitações posteriores é que tornaram tais viagens como irrealizáveis na concepção medieval e moderna.

Para terminar, e apenas por acidente de percurso... alguém se lembrou de chamar Cydonia à zona de Marte onde foi descoberta a chamada "face":
É perfeitamente claro que as sombras podem ter levado a uma ilusão óptica, que entretanto foi esclarecida com novas imagens... imagens essas que, se retiraram o acidente facial, deixaram mais claro um acidente natural da formação parecer um escudo.
Mas as formações na Cydonia marciana não se resumem a essa face mais conhecida, toda a região aparenta ter outras formas piramidais que têm suscitado diversas suspeitas:


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

... e Vénus aqui tão perto!

Desde 1975... já lá vão mais de 35 anos que a nave russa Venera 9 enviou imagens da superfície venusiana, depois em 1982 tivémos as últimas das Venera 13 e 14:
Por grande azar das aterragens, as imagens foram sempre parecidas...
Desde há praticamente 30 anos que Vénus não teve mais visitas.
Os americanos nunca enviaram nenhuma sonda com o objectivo de tirar fotografias da superfície... ao passo que enviaram múltiplas sondas a planetas muito mais distantes.
O último interesse parece ter sido europeu, através da Venus Express que terá detectado actividade geológica, mas tal como a americana Magellan, não foi enviada nenhuma sonda à superfície.

Os argumentos são vários, desde há muito... o efeito de estufa CO2, colocará a temperatura da atmosfera acima de 400ºC. Coisa que parece não ter afectado muito as sondas russas, há 30 anos... A NASA, sempre gostou de nos presentear com a sua galeria artística, misturando imagens fabricadas com fotos.
Para além de ciência, a NASA preza muito a pintura, produzindo quadros de qualidade discutível, para ser apreciada pelo grande público:
Os artistas da NASA... uma "visão" de Vénus para o público recordar.

Afinal, para quê mostrar uma imagem correcta, se podemos desenhar um quadro bonito?
Não é bem desenhar a Lua com uma expressão facial, mas não anda longe!

A sonda Magellan em 1994 terá calado alguma suspeita de desinteresse por Vénus, mas de facto apenas produziu imagens por interpretação de dados. As imagens artificiais obtidas com o sistema SAR, mostraram-nos coisas semelhantes à Lua, Marte ou Mercúrio:


Afinal, apesar de ter uma densa atmosfera, pior que a da Terra, Vénus parece também sujeito ao grande impacto de meteoros... esse é aliás o problema de Mercúrio, que é uma lua com imensas crateras:

Em contraponto, colocamos aqui as notáveis imagens de Saturno e dos seus anéis, enviadas pela sonda Cassini. Uma das luas de Saturno, Dafne, tem a particularidade de orbitar no meio dos anéis...

imagens dos anéis de Saturno, e do satélite Janos

Quanto a Vénus, é certo que as nuvens mantêm o desinteresse e o melhor que se pode arranjar para o planeta mais perto da Terra, são imagems assim:

Vénus: imagem em cor real (Mariner 10), e em infravermelho (Galileo) 

É notável não haver uma imagem nítida, tirada pelo Hubble, ou similar, ao planeta mais perto da Terra... todas as restantes resultam de tratamento após simulações computacionais!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Asteróides RX30 e RF12

Os asteróides RX30-2010 e RF12-2010 passaram ontem próximo da Terra, a uma distância inferior à da Lua. A surpresa maior talvez seja o facto de o evento ter sido simultâneo, e noticiado no próprio dia, 8 de Setembro de 2010...
Na imagem o asteróide Eros (Cintura de Asteróides)
Em 2007 foi lançada uma missão da NASA que enviou a sonda DAWN de encontro à Cintura de Asteróides, começando pelo terceiro maior asteróide - Vesta (deusa do fogo sagrado, das vestais), em 2011, e que prosseguirá até ao maior asteróide Ceres (deusa da agricultura, de onde vem a palavra cereal), que também é considerado um planeta anão.

O facto mais interessante sobre estas denominações é a antiga curiosa sequência:
- Urano, Saturno, Júpiter
relacionada com a ordem mitológica da Teogonia greco-romana.
O Úrano primordial foi destituído pelo filho,o titã Saturno/Cronos, ceifando-o da genitália que gerou Vénus/Afrodite.
(G. Vasari - mutilação de Urano por Saturno)

Por sua vez, Saturno foi destituído pelo filho Júpiter/Zeus, e a ordem planetária foi assim respeitada... de forma interessante, pois na possível sequência seguinte não aparece nenhum grande planeta - aparece sim a Cintura de Asteróides, que precede Marte. Ao invés de um corpo singular, uma multitude democrática de pequenos corpos celestiais, segue-se ao imponente e quase-estelar Júpiter. 
Apesar do domínio de Júpiter, que escapou de ser devorado pelo pai Saturno, o culto romano de Saturno é notável. Saturno é tanto de sinistro, quanto associado a um reinado numa era de ouro terrena, pré-idade-do-ferro, onde os homens eram livres, iguais, e felizes. 
As Saturnálias, festas em honra de Saturno, precederam a noção de Carnaval... ao invocar essa Idade de Ouro, verifica-se um ponto comum em diversos mitos referentes a esse Paraíso Perdido.

domingo, 25 de julho de 2010

China UFO

O evento é de 7 de Julho...
Antigamente estas notícias de visionamentos de OVNIs eram habituais, com a devida moderação, mas apareciam rapidamente. Actualmente, parece que os jornalistas (portugueses e outros) já não se importam muito com estas coisas! Mesmo assim, apareceu qualquer coisa (timidamente) na TVI-24-online e depois uma pseudo-explicação (típica: míssil) no Correio da Manhã Online.
Para todos os efeitos, como levou ao encerramento de um aeroporto na China, dificilmente se encontram casos tão flagrantes de OVNIs - ou seja, tratou-se mesmo de um Objecto Voador Não Identificado pelas autoridades chinesas, que assim tomaram as devidas precauções!
Fotografia de OVNI na China (7 de Julho de 2010) (link)
 Vídeos relacionados apresentados em TV. (ex link)

Podemos falar que só no dia 16 ou 17 de Julho, é que foi conhecido no "Ocidente" (10 dias, certamente fruto da censura chinesa... é claro!), mas ainda mais impressionante é que deverá ter havido imensas notícias importantes que impediram a habitual divulgação disto entre nós (aqui a censura chinesa deve ainda ser mais forte!).

Outras fontes sobre a mesma notícia:
Ver também:

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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Selene

Estas polémicas são antigas... mas ainda ninguém me explicou onde foi parar a sombra do mastro da bandeira americana, nesta fotografia que se encontra no site da NASA, referente à missão Apollo XI:

É claro que há outras images polémicas e outros detalhes... é só um exemplo, e nem "por sombras" estou a colocar em causa as missões espaciais. Apenas estou a colocar interrogações sobre o tratamento na divulgação das imagens... o solo é sempre exageradamente cinzento, não parecendo haver nada com cor na superfície lunar.

Mais recentemente (2008) apareceram umas imagens polémicas sobre Marte: 

... à esquerda há uma forma com semelhanças humanas - é apenas um detalhe de uma imagem muito maior que pode ser encontrada no site da NASA:

Neste caso, a justificação é de que seria uma pedra, mas que por ilusão óptica parece um humanóide.
Não é difícil ver que as sombras têm uma consistência tridimensional, e um zoom permite evidenciar que aquela figura destoa mesmo do conjunto:
 

Selene, a Lua, nosso satélite natural tem uma particularidade interessante... desde tempos imemoriais - escondeu-nos sempre uma das suas faces, graças a uma prodigiosa combinação: - a sua rotação está sincronizada com o seu período da órbita.
As probabilidades de tal acontecer... são muito pequenas (basta ver que um impacto de meteoro poderia alterar a velocidade de rotação - por muito pequena que fosse a diferença), e não há outro satélite com essa característica. (*)

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(*) Já deveria ter corrigido esta informação há mais tempo... aparentemente é reportado ser mais comum este efeito noutros satélites e ao fenómeno chama-se "tidal-locking", ou rotação sincronizada.
24.08.14