A maioria das pessoas negligencia por completo a filosofia, esquecendo que acabam por ser vítimas da ética adoptada pela sociedade, da sua moral de índole filosófica, seja por vertente religiosa ou científica.
Desenvolve-se uma visão egocêntrica que chega a aspectos caricatos... qual será a ideia de pedir intervenção divina para sucesso competitivo? - uma tentativa de corromper regras e arbitragem?... para um jogo, para um emprego, para um concurso? - qual a divindade invocada para tal propósito iníquo?
Quando o próprio pede destaque, implicitamente pede menor importância para os restantes, mas isso não coíbe uma boa maioria da população a invocar essa forma de iniquidade moral religiosamente.
Não só... ao dar importância ao destaque, ao sucesso, significa dar importância a quem já tem esse sucesso. Afinal, quando o sucesso é um fim em si, há expedientes que o desligam por completo do trabalho que se pretende promover. Aliás, há pessoas cujo sucesso se baseia simplesmente nos expedientes assessórios, sem nenhum trabalho associado. Depois, é claro, a roda do "sucesso" traz "sucessores"...
À parte da simples sobrevivência saudável, não está definido nenhum topo pela natureza. Socialmente ilude-se um topo, que se alimenta do desejo que os outros sentem em chegar ao mesmo topo. Quantos mais houver a darem relevância a essa competição, mais essa competição ganhará relevância... para benefício de quem já está nesse topo, pois os outros partem sempre em circunstâncias desfavoráveis.
Faz sentido às tartarugas quererem ganhar uma corrida contra lebres? Pode fazer sentido às lebres estimularem a vontade de correr às tartarugas... porque sabem que ganham sem esforço essa competição.
Ah!... e depois haverá o mito de que um dia uma tartaruga ganhará à lebre (porque a lebre adormece). Esse mito interessa a quem? Só for às lebres, que querem manter o interesse das tartarugas pela corrida.
O que interessa afinal às tartarugas?... Creio ser óbvio que interessa perceber quem são, para depois encontrarem individualmente o caminho para o mar, e esquecerem inúteis corridas com lebres.
Ao longo dos tempos, as sociedades foram oscilando entre a sua capacidade destruidora e a capacidade criativa, movidas por ideias filosóficas que se confundem com simples ideias de competição pelo poder.
O poder uma vez alcançado acaba por se findar como objectivo... e a sua manutenção apenas adia a pergunta - para que serve esse poder?... para ser temido, ou bajulado artificialmente?
Nada disto merece muita escrita trivial, porém a ausência de espírito crítico, e as dissensões filosóficas/ religiosas, são marcantes na perturbação da vida quotidiana.
Lendo o rebate que o Padre José Agostinho Macedo tenta fazer à posição da maçonaria, "Refutação dos Princípios Metafísicos e Morais dos Pedreiros Livres Iluminados" (1816), torna-se claro que a posição filosófica da maçonaria usa alguns preceitos epicurianos... citando-o:
Lendo uma introdução ao "De Natura Deorum", de Cícero, feita por H. Rackham (1933), encontramos uma síntese interessante das visões epicurianas e estóicas (a visão académica, platónica, é vista à parte):
É-me mais simpática a posição estóica, apesar de diferença nos pontos (1) e (2).
(1) É claro que quem argumenta que os sentidos são a única fonte de conhecimento, começa logo por desprezar todo o conhecimento abstracto que é desenvolvido internamente, e que nenhum correspondente directo tem na natureza. Por exemplo, um sonho não pode ser fonte de conhecimento? Que sentidos estão aí envolvidos? Ao contrário, aquilo que podemos concluir é que há noções abstractas que existem para além da realidade física... a física pode mudar, mas as noções matemáticas estão para além da física particular.
É claro que na lógica do "sucesso", podemos encontrar os habituais "sinkers":
... que gostam da evolução da macacada. Sobre as contradições da visão materialista pura já falei, em particular, no texto "as teias ateias".
Não quer isto dizer que o que seja dito esteja completamente errado, tal como não é errado afirmar que só vemos o nosso nariz quando queremos, apesar dele estar sempre no nosso campo de visão. Mas, por obstinação, só para manter o nariz empinado, pode haver até quem negue vê-lo... e também há os mais distraídos, que procuram os óculos tendo-os colocados.
Assim, como complemento de absurdo, ganha asas a ideia de que o pensamento humano é mera mecânica... e se uma parte dele o é, não o é no desenvolvimento de ideias abstractas. Aliás, não consta que nenhuma máquina, e que eu saiba nenhum passarinho, tenha mostrado capacidade de desenvolver ideias abstractas autonomamente. Isto já para não falar de que é uma mera contradição matemática pretender-se que um processo finito deduza autonomamente a ideia de infinito... ideia de infinito que, por "mero acaso", nós temos. Aliás, é bem sabido que foi necessário considerar o infinito como axioma... por isso estes ateus são quem tem mais fé - na complexidade das máquinas e no empenho dos passarinhos.
Enfim, às vezes não sei se é má vontade, ingenuidade ou simples ignorância...
(2) Outra coisa diferente é dizer que a matéria é a única coisa que existe... depende do que se entende por "matéria". Podemos seguir uma versão semelhante às mónadas de Leibniz, pela conclusão que se retira do que escrevi no "Arquitecturas (5)". Esta "matéria" nada tem a ver com a noção habitual, ligada à realidade dos sentidos... como pretendia Demócrito e o epicurismo. A diferença não me parece significativa com o que preconizava Leibniz, e aliás creio que ele o formularia da mesma forma, tivesse conhecido a teoria de conjuntos, depois introduzida por Cantor.
A maior diferença é que Leibniz o propôs sem aparente razão, enquanto no texto que escrevi, toda a construção surge como inevitabilidade lógica. Na verdade, não se vislumbra nenhuma objecção possível a tal dedução cujos argumentos são simples, mas levam à noção de complexidade. Reforça-se por ter reencontrado argumentos similares em Leibniz... e, que é claro, tal como ele conclui, não inviabilizam a possível existência de um conceito divino.
(3) Do anterior se conclui, como Leibniz, ou os estóicos, que há uma pré-determinação. Isto parece não ser uma visão confortável para quem preza a liberdade... mas o problema do conceito de liberdade é que toma como certas muitas ofertas da natureza! Estamos demasiado habituados a controlar muitas coisas para percebermos como não dependem da nossa vontade. Em particular, só quando somos confrontados com algumas deficiências é que verificamos como era ilusória a nossa capacidade de controlo, até sobre o nosso corpo... pior, até mesmo sobre a nossa mente. Quanto a isso, os estóicos propunham ter a capacidade de compreensão de aceitar esse destino, e portanto tentar sempre viver o melhor possível com as faculdades disponíveis... não adiantaria de nada amargurar-se pelo fado.
Ninguém escolhe o corpo em que nasce. Nem o corpo físico, nem o corpo social.
Aceitam-se melhor as vicissitudes do corpo físico do que as desvantagens da posição no corpo social. É claro que faz todo o sentido procurar atenuar as maleitas que advêm dessas circunstâncias de nascimento e desenvolvimento... Claro que, para os epicurianos, perante a ideia de terminus mortal, juntamente com a ideia de divindades alheadas dos fados humanos, isso levaria a posições éticas mais libertinas.
Assim, na época Iluminista chegou-se com o Marquês de Sade, ou mesmo com Jeremy Bentham, às ideias hedonistas... a busca dos prazeres imediatos, sem grande respeito pelos concidadãos.
Esse era o grande alvo da crítica do Padre Macedo, a Maçonaria nem sempre negava a existência de Deus, mas colocava-O numa perspectiva não interventiva, o que na prática lhes permitia a ausência ética e moral... ainda que a filosofia epicuriana não preconizasse isso. Para efeitos de ordem social, criou-se então uma ilusão estratificada de objectivos, que permitiria iludir uma felicidade popular, induzindo educacionalmente os seus desejos. O dinheiro acabou por ser o sangue que iria irrigar o corpo social, e a sua fartura ou escassez iria condicionar vontades, alimentando um certo ideal hedonista de felicidade.
Do ponto de vista platónico, a imortalidade da alma tinha o contraponto ético que não levava a essa tomada de posição hedonista, de aproveitar a vida como única... enquanto que, do lado estóico, a ética se justificaria pelo respeito ao pré-determinismo resultante da intervenção divina.
Não se tratando de um período propriamente obscurantista, ou de forte imposição religiosa, não deixa de ser curioso que as filosofias gregas, mesmo materialistas, invocavam uma criação divina. Dada a diferença de posições, entre estóicos e epicurianos, não os motivaria tanto evidências de intervenção divina (afinal, elas eram negadas pelos epicurianos), mas concordariam pelas evidências de uma criação racional.
Não vemos que apresentassem nenhum sentido particular para a vida, sendo que o objectivo de felicidade, temporária ou não, encerrava o habitual desejo antropocêntrico. Basicamente, então, tal como hoje, as filosofias e éticas dominantes pareciam completamente perdidas nas próprias ilusões que alimentavam.
Bom, e depois está-se a ver no que isto foi/vai dar...
Porque há sempre quem insista em embater contra a lógica, até quem a negue, porque afinal o próprio será o objectivo primeiro e último da criação... e até tais ideias peregrinas têm que fazer sentido!
E, consegue-se que tudo encaixe, tudo faça sentido... sim, mas só mesmo com uma compreensão estóica! Porque, se o nosso conhecimento é limitado, temos uma notável capacidade de compreensão, que parecendo potencialmente quase ilimitada, também convém não abusar dela.
Será suficiente para entender o que é preciso entender... há atalhos e há trabalhos.
Desenvolve-se uma visão egocêntrica que chega a aspectos caricatos... qual será a ideia de pedir intervenção divina para sucesso competitivo? - uma tentativa de corromper regras e arbitragem?... para um jogo, para um emprego, para um concurso? - qual a divindade invocada para tal propósito iníquo?
Quando o próprio pede destaque, implicitamente pede menor importância para os restantes, mas isso não coíbe uma boa maioria da população a invocar essa forma de iniquidade moral religiosamente.
Não só... ao dar importância ao destaque, ao sucesso, significa dar importância a quem já tem esse sucesso. Afinal, quando o sucesso é um fim em si, há expedientes que o desligam por completo do trabalho que se pretende promover. Aliás, há pessoas cujo sucesso se baseia simplesmente nos expedientes assessórios, sem nenhum trabalho associado. Depois, é claro, a roda do "sucesso" traz "sucessores"...
À parte da simples sobrevivência saudável, não está definido nenhum topo pela natureza. Socialmente ilude-se um topo, que se alimenta do desejo que os outros sentem em chegar ao mesmo topo. Quantos mais houver a darem relevância a essa competição, mais essa competição ganhará relevância... para benefício de quem já está nesse topo, pois os outros partem sempre em circunstâncias desfavoráveis.
Faz sentido às tartarugas quererem ganhar uma corrida contra lebres? Pode fazer sentido às lebres estimularem a vontade de correr às tartarugas... porque sabem que ganham sem esforço essa competição.
Ah!... e depois haverá o mito de que um dia uma tartaruga ganhará à lebre (porque a lebre adormece). Esse mito interessa a quem? Só for às lebres, que querem manter o interesse das tartarugas pela corrida.
O que interessa afinal às tartarugas?... Creio ser óbvio que interessa perceber quem são, para depois encontrarem individualmente o caminho para o mar, e esquecerem inúteis corridas com lebres.
Ao longo dos tempos, as sociedades foram oscilando entre a sua capacidade destruidora e a capacidade criativa, movidas por ideias filosóficas que se confundem com simples ideias de competição pelo poder.
O poder uma vez alcançado acaba por se findar como objectivo... e a sua manutenção apenas adia a pergunta - para que serve esse poder?... para ser temido, ou bajulado artificialmente?
Nada disto merece muita escrita trivial, porém a ausência de espírito crítico, e as dissensões filosóficas/ religiosas, são marcantes na perturbação da vida quotidiana.
Lendo o rebate que o Padre José Agostinho Macedo tenta fazer à posição da maçonaria, "Refutação dos Princípios Metafísicos e Morais dos Pedreiros Livres Iluminados" (1816), torna-se claro que a posição filosófica da maçonaria usa alguns preceitos epicurianos... citando-o:
Neguem o que quiserem, eu sei que o Iluminismo não é mais que o Epicureismo mal entendido: com este se pretende dissolver o laço da Religião, alucinar os incautos, e procurar converter os erros do entendimento na corrupção do coração.Portanto, quando somos influenciados por uma guerra surda entre posições filosóficas, convirá ir às bases do raciocínio filosófico.
From Aristotle onward Greek philosophy became systematic; it fell into three recognized departments, Logic, Physics and Ethics, answering the three fundamental questions of the human mind :Rackham acrescenta que a diferença principal entre epicurianos e estóicos era ética. Os primeiros consideravam que a nossa vontade se deveria impor à natureza, enquanto que os estóicos consideravam que nos deveríamos submeter a ela. Isso era justificado porque os epicurianos consideravam que o divino se alheava do nosso mundo, enquanto que os estóicos consideravam que o universo era controlado por Deus, e que a mente divina se expressava no devir universal. Apesar de ambos os sistemas serem materialistas, diferiam assim substancialmente. Os estóicos eram deterministas, mas consideravam haver um livre-arbítrio na aceitação, e que a felicidade humana consistiria em usar o intelecto para a compreensão.
(1) How do I know the world ?
(2) What is the nature of the world ?
(3) The world being what it is, how am I to live in it so as to secure happiness ?
And in answer to these questions the Stoics and the Epicureans were agreed
(1) that the senses are the sole source of knowledge,
(2) that matter is the sole reality, and
(3) that happiness depends on peace of mind, undisturbed by passions, fears, and desires.
É-me mais simpática a posição estóica, apesar de diferença nos pontos (1) e (2).
(1) É claro que quem argumenta que os sentidos são a única fonte de conhecimento, começa logo por desprezar todo o conhecimento abstracto que é desenvolvido internamente, e que nenhum correspondente directo tem na natureza. Por exemplo, um sonho não pode ser fonte de conhecimento? Que sentidos estão aí envolvidos? Ao contrário, aquilo que podemos concluir é que há noções abstractas que existem para além da realidade física... a física pode mudar, mas as noções matemáticas estão para além da física particular.
É claro que na lógica do "sucesso", podemos encontrar os habituais "sinkers":
Não quer isto dizer que o que seja dito esteja completamente errado, tal como não é errado afirmar que só vemos o nosso nariz quando queremos, apesar dele estar sempre no nosso campo de visão. Mas, por obstinação, só para manter o nariz empinado, pode haver até quem negue vê-lo... e também há os mais distraídos, que procuram os óculos tendo-os colocados.
Assim, como complemento de absurdo, ganha asas a ideia de que o pensamento humano é mera mecânica... e se uma parte dele o é, não o é no desenvolvimento de ideias abstractas. Aliás, não consta que nenhuma máquina, e que eu saiba nenhum passarinho, tenha mostrado capacidade de desenvolver ideias abstractas autonomamente. Isto já para não falar de que é uma mera contradição matemática pretender-se que um processo finito deduza autonomamente a ideia de infinito... ideia de infinito que, por "mero acaso", nós temos. Aliás, é bem sabido que foi necessário considerar o infinito como axioma... por isso estes ateus são quem tem mais fé - na complexidade das máquinas e no empenho dos passarinhos.
Enfim, às vezes não sei se é má vontade, ingenuidade ou simples ignorância...
(2) Outra coisa diferente é dizer que a matéria é a única coisa que existe... depende do que se entende por "matéria". Podemos seguir uma versão semelhante às mónadas de Leibniz, pela conclusão que se retira do que escrevi no "Arquitecturas (5)". Esta "matéria" nada tem a ver com a noção habitual, ligada à realidade dos sentidos... como pretendia Demócrito e o epicurismo. A diferença não me parece significativa com o que preconizava Leibniz, e aliás creio que ele o formularia da mesma forma, tivesse conhecido a teoria de conjuntos, depois introduzida por Cantor.
A maior diferença é que Leibniz o propôs sem aparente razão, enquanto no texto que escrevi, toda a construção surge como inevitabilidade lógica. Na verdade, não se vislumbra nenhuma objecção possível a tal dedução cujos argumentos são simples, mas levam à noção de complexidade. Reforça-se por ter reencontrado argumentos similares em Leibniz... e, que é claro, tal como ele conclui, não inviabilizam a possível existência de um conceito divino.
(3) Do anterior se conclui, como Leibniz, ou os estóicos, que há uma pré-determinação. Isto parece não ser uma visão confortável para quem preza a liberdade... mas o problema do conceito de liberdade é que toma como certas muitas ofertas da natureza! Estamos demasiado habituados a controlar muitas coisas para percebermos como não dependem da nossa vontade. Em particular, só quando somos confrontados com algumas deficiências é que verificamos como era ilusória a nossa capacidade de controlo, até sobre o nosso corpo... pior, até mesmo sobre a nossa mente. Quanto a isso, os estóicos propunham ter a capacidade de compreensão de aceitar esse destino, e portanto tentar sempre viver o melhor possível com as faculdades disponíveis... não adiantaria de nada amargurar-se pelo fado.
Ninguém escolhe o corpo em que nasce. Nem o corpo físico, nem o corpo social.
Aceitam-se melhor as vicissitudes do corpo físico do que as desvantagens da posição no corpo social. É claro que faz todo o sentido procurar atenuar as maleitas que advêm dessas circunstâncias de nascimento e desenvolvimento... Claro que, para os epicurianos, perante a ideia de terminus mortal, juntamente com a ideia de divindades alheadas dos fados humanos, isso levaria a posições éticas mais libertinas.
Assim, na época Iluminista chegou-se com o Marquês de Sade, ou mesmo com Jeremy Bentham, às ideias hedonistas... a busca dos prazeres imediatos, sem grande respeito pelos concidadãos.
Esse era o grande alvo da crítica do Padre Macedo, a Maçonaria nem sempre negava a existência de Deus, mas colocava-O numa perspectiva não interventiva, o que na prática lhes permitia a ausência ética e moral... ainda que a filosofia epicuriana não preconizasse isso. Para efeitos de ordem social, criou-se então uma ilusão estratificada de objectivos, que permitiria iludir uma felicidade popular, induzindo educacionalmente os seus desejos. O dinheiro acabou por ser o sangue que iria irrigar o corpo social, e a sua fartura ou escassez iria condicionar vontades, alimentando um certo ideal hedonista de felicidade.
Do ponto de vista platónico, a imortalidade da alma tinha o contraponto ético que não levava a essa tomada de posição hedonista, de aproveitar a vida como única... enquanto que, do lado estóico, a ética se justificaria pelo respeito ao pré-determinismo resultante da intervenção divina.
Não se tratando de um período propriamente obscurantista, ou de forte imposição religiosa, não deixa de ser curioso que as filosofias gregas, mesmo materialistas, invocavam uma criação divina. Dada a diferença de posições, entre estóicos e epicurianos, não os motivaria tanto evidências de intervenção divina (afinal, elas eram negadas pelos epicurianos), mas concordariam pelas evidências de uma criação racional.
Não vemos que apresentassem nenhum sentido particular para a vida, sendo que o objectivo de felicidade, temporária ou não, encerrava o habitual desejo antropocêntrico. Basicamente, então, tal como hoje, as filosofias e éticas dominantes pareciam completamente perdidas nas próprias ilusões que alimentavam.
Bom, e depois está-se a ver no que isto foi/vai dar...
Porque há sempre quem insista em embater contra a lógica, até quem a negue, porque afinal o próprio será o objectivo primeiro e último da criação... e até tais ideias peregrinas têm que fazer sentido!
E, consegue-se que tudo encaixe, tudo faça sentido... sim, mas só mesmo com uma compreensão estóica! Porque, se o nosso conhecimento é limitado, temos uma notável capacidade de compreensão, que parecendo potencialmente quase ilimitada, também convém não abusar dela.
Será suficiente para entender o que é preciso entender... há atalhos e há trabalhos.
Those who are interested in "artificial intelligence" may found here a simple argument that shows the impossibility.
ResponderEliminarIt starts with the impossibility that a finite machine can deduce the concept of infinity.
Everything in a finite machine is finite. Any combination of a finite structure it is finite... unless you use infinite time. But you can not, because you are reduced to a finite number of steps.
Therefore, assuming that a finite structure holds an infinite notion would mean an equivalence between that finite structure and infinity. This is a contradiction with the notion of infinity.
Don't ask me why this simple argument has not been used in the community... to try to understand that you should read the two blogs (this one and alvor-silves).
It is difficult for me to believe that nobody else thought about it... but you never know.
Ok. This means that a finite machine can not deduce the infinite notion, what about other notions?
Well, many language notions have an underlying infinite nature.
Why?
Because they can be applied to undetermined subjects. Equality, division, grouping, and so many other abstract notions, may be learned in a special context, but they "inherit" this potential infinite application, to be applied to undetermined subjects.
Boa noite
ResponderEliminarO que me parece ser o mais relevante, é que a, ou as Maçonarias, estão na posse de um certo conhecimento relativo ao nosso Passado Remoto, a que nós, vulgares humanos, não temos acesso. É esse conhecimento que manobram, segundo o seu interesse como Grupo.
Melhores Cuprimentos
Maria da Fonte
Cara Maria da Fonte,
Eliminaré com prazer que revejo aqui um comentário seu.
Sem dúvida que as ocultações de conhecimento têm servido como supremacia.
Aquilo que tenho procurado mostrar é que, por outro lado, se usarmos uma procura de verdade pelo lado filosófico e lógico (que não tem corrupção possível num espírito são), então essas ocultações deixam de ter interesse, porque servem propósitos inúteis.
Conforme já escrevi há um ano neste texto:
Os que descansam nas informações exclusivas dos livros do passado, dos testamentos dos Velhos, conhecem, desconhecendo, um detalhe importante sobre a História que virou Estória... e não se trata apenas desta História poder ficar ocultada numa nova Estória. Sobre a mentira não se erguem vencedores que reescrevem a História, erguem-se ilusões.
O que quis dizer com aquilo?
Simples, mas nem sempre fácil de entender, e especialmente difícil de aceitar para os pretensos guardiões.
É que o tempo não é o que se pensa... e se há quem julgue que brinca às escondidas, às ocultações, esquece que pode estar a sofrer do mesmo problema que inflige aos outros.
Porque há propósitos que ultrapassam os joguinhos locais de domínio.
Há propósitos sérios, destinados a "consertar", a concertar... o que se resume a encontrar um caminho conjunto.
Ora, há sempre quem queira atalhos, quem queira vantagens próprias, e esses vão ser levados para uma "verdade" que lhes convém, para uma ilusão, porque não querem uma "Verdade partilhada".
A "Verdade partilhada" é com todos, e isso inclui não apenas seres pensantes, inclui mesmo tudo... e por isso esse caminho é um caminho de trabalhos e não de atalhos.
Assim, pelas obstinações, há separações naturais... cada um está sujeito ao trilho que vai trilhando. Pode até encontrar inicialmente o que espera, mas ficará sem saber o que se segue... Quando se trata de um percurso feito de ilusões, corre os riscos e contradições de um caminho ilusório.
As coisas são demasiado fluidas para que alguém julgue que o passado e o futuro estão completamente definidos. Num certo sentido estão.... mas se há, é claro, coisas passadas incontornáveis, não é pelas razões que se pensa... longe disso!
Dou-lhe um exemplo. Imagine que tem a inscrição "A V I S O".
Pode ler "Aviso", pode ler "a viso", ou ainda "a vi só", etc...
Destas três, qual escolhe?
Compreende a fluidez de interpretações... muitas vezes depende do que se quer iludir, do que se quer ler, do que se quer que os outros leiam.
Há uma tradição... mas há mais que isso.
Um abraço, e obrigado!
LOL
Eliminarhttp://www.epiclol.com/tortoise-vs-the-hare-race-ya-home/