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domingo, 25 de maio de 2014

NASA e NASmyth

Em 1885 um abastado inventor amador britânico, James Nasmyth decide publicar umas fotos da Lua:

 

Nasmyth não é primeiro a fotografar a Lua. Lewis Rutherfurd tinha-o feito com qualidade similar em 1865. 

Mas Nasmyth vai muito mais longe ao apresentar a foto da direita.
Deparei por acaso, há dois meses, com o livro
James Nasmyth & James Carpenter (1885)

Ora, quando vi a imagem da direita tive que perceber o que se passava! Como era possível em 1885 fazer uma foto da Lua com aquele grau de ampliação, quase só visto por via das sondas espaciais Apollo.

A história é muito curiosa, porque revela bem o engenho inventivo de Nasmyth.
Trata-se de uma foto sim, mas não é da Lua, é de um modelo da Lua.
Qual foi a ideia de Nasmyth?
Construir um molde que ia moldando até que se ajustasse às observações que fazia com um bom telescópio de 20 polegadas, que tinha adquirido. O problema é que as fotos através da lente ficavam sempre muito reduzidas face ao que conseguia ver... se conseguia ver mais, como colocar isso objectivamente, sem ser por mero desenho? 
Surgiu-lhe a ideia de fazer um modelo plástico da Lua, e ir moldando até que o que via no telescópio era igual ao que via no molde esculpido. O resultado foi surpreendente, pois as imagens assemelharam-se muito ao que se observava, e outros astrónomos validaram que as fotos de Nasmyth correspondiam ao que eles próprios viam nos seus telescópios.

Coloco aqui mais 9 imagens constantes do livro de Nasmyth
  

  

  

Bom, até aqui não haveria grande problema, mas Nasmyth decide dar um passo à frente.
Se tinha o modelo, e ele ajustava-se bem às observações, por que não tirar fotos do modelo usando outras perspectivas?
Assim, Nasmyth vai mesmo fazer uma foto como seria vista uma cratera por uma Apollo em órbita lunar:
Não parece assim tão errada quanto depois veio a ser publicitado pela NASA... Nasmyth até considera luzinhas das estrelas, algo que a agência preferiu omitir.

Bom, e afinal o que fazia a NASA nos anos 1960?

Pois... a NASA fazia modelos, usando a mesma técnica que Nasmyth tinha pensado 80 anos antes.
(artigo com várias fotos dos modelos usados pela NASA)

Não é negado que a NASA usou estes modelos para simulação das viagens, e que as filmagens usando estes modelos seriam muito próximas daquelas que foram depois divulgadas.

Para vermos como Nasmyth foi uma fonte inspiradora da NASA, basta ver uma idealização sua de um eclipse terrestre visto da Lua, que faz lembrar muitas das paisagens espaciais desenhadas na NASA.
Idealização de Nasmyth sobre um Eclipse Terreste visto na Lua.

Procurei imagens de eclipses terrestres, mas só encontrei verosímeis vindos da sonda japonesa Kaguya... mas parece que é suposto a última missão Apollo 17 ter tirado este:

... ora essa imagem da Terra em eclipse é suposto ter sido retirada daqui:
 
Eclipse terrestre visto da Lua (em web.mit.edu
e habitual foto da Terra - sem eclipse - divulgada pela Apollo 17.
[sim, eu sei, são todas a mesma]

... enfim, só se for mesmo para eclipsar o que resta da credibilidade da NASA, já que ninguém no seu bom senso pode considerar tal imagem minimamente verosímil. 

Como a imagem não é fácil de encontrar, creio que é melhor a NASA assumir a incompetência de se esquecer de tirar imagens de um eclipse terrestre, do que ousar que no bréu do eclipse terrestre havia luz e sombras verticais de astronautas... para além de várias falhas na própria difracção da luz solar, entre muitas outras coisas, onde a Terra ser gigantesca é o menor dos problemas.

Afinal, basta reparar que a imagem da Terra que escolheram para o eclipse é a celebrada foto da Terra feita pela Apollo 17. Pois, pois é! 
A menos que a Terra não tenha rodado e que as nuvens tenham ficado estáticas uns dias para a fotografia, parece que a manipulação é demasiado evidente - mesmo para os baixos standards a que a NASA nos tem habituado.

Para compreendermos como as palavras traduzem mais do que parecem, notemos no seguinte:
NAS-A
NAS-MYTH
... e que Nasmyth foi inspiração para o NASA-Myth, creio que ficou bem claro.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

The Ego has landed

13 de Setembro de 1999... para quem não sabe, a Lua deixou a órbita terrestre, e navega pelo espaço.
Essa antevisão de futuro aparece agora como lembrança do passado.

Espaço 1999 foi uma série de culto dos anos 70, produção de 1973-74, da ITV inglesa e da RAI italiana, estreou em 1975 (em Portugal em 1977, creio).
Nos Pinewood Studios, onde Kubrick tinha realizado o "2001 Odisseia no Espaço", Gerry e Sylvia Anderson iriam produzir uma "série de culto" dos anos 70 e seguintes, depois de se terem estreado com UFO, uma série sobre abdução para efeitos de transplantes de órgãos (trama depois abordada de forma notável no filme de 2005, "A Ilha").

Nesta produção europeia, havia uma significativa evolução de cenários futuristas, relegando quase para fantasia grosseira a anterior, e mais famosa série, Star Trek (1966-69).
Martin Landau (John Koenig), Barbara Bain (Helena Russell)
com os produtores Gerry e Sylvia Anderson.  

É claro que o tempo não perdoa, e as calças boca-de-sino típicas dos anos 70 marcam um desses aspectos de antevisão de moda falhada. 
Porém o mais interessante é relembrar como algumas concepções mudaram muito na passagem entre os anos 70 e 80, sendo mais impressionante o conceito de computador. Quando não vivemos a época é difícil perceber a mudança de mentalidades, e quando a vivemos esquecemo-nos facilmente.
Um computador antes de 1980 era uma caixa com luzes coloridas ou com fitas magnéticas. 
A entrada e saída era feita com cartões e papelinhos. Nos episódios de Espaço 1999 não temos nenhum écran de computador, temos sim écrans televisivos. Quando muito, os computadores falavam (caso de HAL em 2001), ou então mandavam recadinhos em papel... nada de écrans. E isto era suposto ser normal.
Quando nos anos 1970 apareceram os primeiros relógios digitais, ou calculadoras, que hoje custam 1 euro, foi uma novidade imensa. Só quando em 1980 apareceu o primeiro Sinclair e pouco depois o ZX Spectrum, é que o público percebeu que o écran da televisão podia ser usado para leitura de computador. Os walkie-talkies eram aquilo que mais se aproximava de um telemóvel, mas a ideia de ter um pequeno aparelho móvel de comunicação (como os do Capt. Kirk), era mesmo ficção. Poder ver a cara do outro num pequeno écran, como no caso dos comunicadores da Base Alfa, era ainda muito futurista. 
Por um lado olhamos para trás e vemos como estavam distantes dos nossos olhos tecnologias que se vieram a impor como naturais - mas só foram vistas como naturais, simples, depois de explicitadas. No entanto as ideias eram conhecidas de quase todas as pessoas ligadas ao meio.
Sou daqueles que não viu grande interesse na internet, mas essa ideia existia. Logo com os ZX Spectrum o pessoal podia passar programas com um telefone e gravador... A questão era a dissociação com o aspecto comercial. Não liguei à internet, mas passados 5 anos já tinha feito um "facebook" para comunicar com os amigos. Era algo muito simples de fazer, muita gente o fez, e o facto da ideia ter sido apenas popularizada 10 anos depois, dando protagonismo a um qualquer miúdo, é apenas um conto de fadas de Hollywood. 
No entanto, se computadores e telemóveis pareciam coisas complicadas nos anos 70, mas naturais nos anos 80, a possibilidade de ter uma Base Alfa na Lua em 1999, era algo perfeitamente aceite como possível nos anos 70, e já vista como improvável nos anos 80. 

Em 1973-74, estávamos ainda em rescaldo do programa lunar Apollo, e o nome "Águias" dado às naves, seria influência do módulo lunar "Eagle", registada na célebre frase da Apollo XI: 
"The Eagle has landed
(curiosamente também nome do último filme de Sturges, 1976, que invoca um duplo de Churchill).

A guiar o Águia estava Alan, guia australiano, e a guiar a reflexão científica estava o Prof. Victor Bergman, isto na 1ª série, já que na 2ª série (1976) entraria a célebre Maya, com a faculdade da metamorfose.

Águia e Maya já teriam há muito justificado esta menção a 1999, noutra altura até mais apropriada, e tendo em atenção este episódio "Another Time, Another Place", a colisão de dois universos representados na Lua, poderia ter sido tema há dois meses atrás, ou há mais de dois anos atrás (na imagem que a guia pousou uma águia com água pelo bico).

As coincidências são para ser tratadas como empatia entre observador e observado, com culpas e desculpas remetidas a ambos. 
Retomamos aqui o artigo sobre o Soma, citando A. Sramana sobre essa bebida:
Astrologicamente, Soma é o regente invisível da Lua, que representa também o símbolo da ilusão, da Deusa Maya. Soma é o Deus misterioso que desperta a natureza mística e oculta da humanidade.
(...) Hoje em dia essas plantas são chamadas enteógenas, que significa: capaz de suscitar a experiência de Deus em si mesmo. (...) O seu uso desperta na consciência a sensação inefável de fazer parte da
Totalidade. Esta não é uma abstração e sim uma verdade que se encontra nas camadas mais profundas do nosso ser.
Se há psicotrópicos que levam ao mais íntimo confronto do Ego consigo, com a totalidade, etc... o que é certo é que essas imagens íntimas podem servir de inspiração a muita arte, religião, filosofia e ciência.
Não é a mesma coisa transmitir depois essa informação à população por palavras, por quadros, por música... pode-se tentar sugerir, mas é completamente diferente, até que o outro sinta o mesmo.
As ideias são colocadas à porta, mas não é nada claro que o receptor abra essa porta para as recolher, porque simplesmente pode nem se aperceber que há ali uma porta.

Falta o clique... e esse clique pode ocorrer no final de um episódio do Espaço 1999 (pois!), no final de um filme, pela leitura de um livro, etc. Por isso, o efeito de inspiração introspectiva que o Soma desperta poderá ser obtido doutras formas, beneficiando de forma indirecta da inspiração de outros.
Passar do cinema à simulação de realidades virtuais é tentação à condução de realidades feitas por outros, e não é o caminho do próprio.
Beneficiará mais em "ví-deos", colocando-se a meio caminho, entre a sua percepção e o convite alheio.
Porque a visão é estereoscópica, e deu-os olhos, um olhar interior, e um olhar exterior. Vi-são dual. Se há convite à união ou totalidade, conforme é dito, isso é um erro - porque não se pode igualar o que é distinto... dois não podem ser um, efectivamente. Só o podem ser como ideia potencial, sempre inacabada, sempre incompleta.

Era hábito na primeira série de Espaço 1999 abordar de forma simples temas com um complexo significado filosófico. Poderíamos ver facilmente alusões à "alegoria da caverna" platónica, ao problema da imortalidade, etc... Os produtores cinematográficos e televisivos, desde a estreia da Twilight Zone, em 1959, empenharam-se em desafiar à reflexão filosófica.

Numa modelação simplificada, quando somos forçados a esquecer átomos, moléculas, etc... todo um complexo caos, que parte do universo decide que as bolas do Euromilhões saem para o Fulano X e não para o Y? Um grão de poeira, um sopro de ar, basta isso para alterar dramaticamente a vida, a muitos quilómetros de distância?
Onde ficariam os milhões de universos alternativos, onde calha a combinação Y e não a X?
Ora, cada micro-evento destes passa-se 25 vezes a cada segundo, e de entre as múltiplas alternativas, sabemos que estamos presos a uma única versão. Em parte é decisão nossa, no sentido em que sabemos justificar escassas acções conscientes, mas isso é uma minúscula parte, quando comparamos com tudo aquilo que nos escapa por completo.

Neste episódio Another Time, Another Place, vemos o confronto entre duas versões alternativas do universo, mas a questão é o que determina uma versão e não outra qualquer?
Por muito que melhoremos a modelação, teremos que ter afastados o nosso melhor modelo da realidade que presenciamos?

A minha perspectiva acerca disso é muito simples...
Teremos o maior caos possível dentro da mínima ordem.
A ordem será a necessária para que tudo seja explicável, e o caos será o suficiente para que não seja possível fazer isso completamente em tempo algum.
As razões já foram aqui apresentadas.
Por isso, e como os processos físicos vão sendo condicionados, pouco a pouco, com o nosso conhecimento da verosimilidade, o maior factor caótico de instabilidade não virá da natureza, respeitando os seus propósitos implícitos.
A maior instabilidade estará no pensamento. Ou seja, curiosamente a tendência parecerá ser permitir o maior número de pensamentos alternativos, sem que essa divergência condicione uma convergência saudável, mínima.

Do ponto vista informativo, de um universo que cria informação constante, não apenas por criar... interessa criar o maior número de observáveis distintos, e o maior número de observadores que interpretem consistentemente o resultado... procurando relações a um nível cada vez superior.
O nihilismo avançou com a ideia caótica de que tudo era equivalente, tudo era indiferente. Isso é uma influência de um mundo de sonhos sem referência de realidade. Só que até os sonhos precisam de uma realidade para existirem... até a noção de vazio precisa de alguém que a pense.
Para haver verdade só pode existir um universo.
Havendo dois ou mais universos, seria possível ser num e não-ser noutro. Havendo só um, isso é contraditório. É a unicidade universal que determina a contradição.
As outras ramificações da árvore de possibilidades são apenas ideias, sonhos, fora deste tempo, deste universo.

To be or not to be... ou como escrevi levemente há uns tempos:
1 01 A? - One or not one, hey?
2 02 B? - To or not to be?
3 03 C? - Tree or not tree, see?
4 04 D? - For or not for thee?
Gimme 5!

A alternativa OU, está explícita geometricamente nas letras O e U.
O - é o universo fechado.
U - é o universo aberto.

O fecho do universo num aquário é uma possibilidade impossível.
A capacidade reprodutiva é conceptualmente imparável a qualquer tempo. Se o universo fosse um aquário com um peixinho laranja, automaticamente haveria um universo superior com uma infinidade de aquários com peixinhos laranja, e depois com peixinhos de todas as cores e feitios, etc...
O universo que é único é o universo aberto, que acolheu a árvore de possibilidades sem se fechar, engolindo tudo no único acordo possível, que equilibra as bifurcações dos ramos com as das raízes.
É para esse acordo que acordamos.
Com a ligação conjuntiva E vemos É 3.
O U ... E 3 ... W M
(símbolo de Touro, Mercúrio+) (oito) (símbolo de infinito) 

Nestes símbolos, sim bolas ou bolos, vemos como a geometria das letras tem co-reias de ligação, e só mencionamos as mais evidentes (p.ex. outras S Z 2 5).
Por isso, as somo e assumo que sumo e soma podem ter outros significados, inclusive somar e sumir.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Comadres

Faz um mês que a China anunciou a chegada à Lua...
Um escandinavo reagiria de sangue quente, mas um bom portuga, com o conhecido carácter gélido, dá tempo ao tempo, e portanto, um mês depois, vejamos então as imagens (ainda que não haja muito para mostrar).
Começamos pela emissão distribuída pela chinesa CCTV

[vídeo alternativo - original suprimido]

Para além de fotos dúbias, parecia ter animação de má qualidade?
Tinha mesmo.
A coisa estava tão mal feita desde a animação, às fotos do solo não terem nenhuma periodicidade (nem se ver nada de especial), que houve um reconhecimento da simulação. Não se deixam de ouvir as palmas, ao vivo, e de ter sido isto que passou nas televisões internacionais.

É claro, as comadres têm boas relações - o que é positivo para a paz - e assim vemos que até o rover chinês deixa as já habituais pegadas no solo "lunar":
(as rochas e o solo não se parecem muito com os da NASA)

Portanto, há alguma coordenação e o problema é do observador e não do observado.
Quem não aceita, só tem que aceitar, e mais nada, que a harmonia é muito bonita.

Porém, as comadres nem sempre controlam os filhotes, que devem ser consistentes, e aparece quem questione as coisas:

Aliás, já há algum tempo que se colocava em causa o programa espacial chinês, até porque se viam bolhinhas de ar sair dos capacetes dos astronautas, sugerindo que estavam num meio aquoso:

O vídeo seguinte, original, fala por si (estamos habituados a outra qualidade vinda de Hollywood), mas destacamos, por exemplo, a bolinha de ar que sai do capacete da direita, ao minuto 3:05 do vídeo:


E, pronto, não há muito mais a dizer... the show must go on.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ver estrelas

"Ver estrelas ao meio-dia" era uma expressão antiga, que encontramos em textos do Séc. XIX, e que hoje abreviamos para "ver estrelas", mantendo o sentido associado a uma pancada ou dor forte. Era especialmente popular nos desenhos animados dos anos 60 e 70.

Não há estrelas no céu a dourar o caminho da NASA.
O filme "Gravity" que agora estreou, lembra as "caminhadas espaciais", mas vem também lembrar as muitas imagens de astronautas perdidos num "espaço negro":
Bruce McCandless na sua "grande caminhada" fora da nave, em 1984.

A história da carochinha é sempre a mesma... o brilho da Terra/Sol ofuscaria o brilho das estrelas, para fotografia de exposição curta. As únicas estrelas no espaço são os astronautas, esses bem visíveis, pois visa-se um estrelato hollywoodesco. À caminhada só faltava a pegada, essa "deixaram-na na Lua".

Porém, noutras paragens, na URSS de 1965, a conversa era outra...
Vemos nas duas imagens seguintes, o primeiro cosmonauta, A. Leonov, rodeado de estrelas a dourar o espaço negro:
A. Leonov (primeiro cosmonauta no espaço, 1965)
As estrelas são perfeitamente visíveis, como seria de prever.
(imagens: em Claude Lafleur e na Time)

Portanto, o filme fotográfico que a URSS usava não era à prova de estrelas.

Quer isto dizer que os EUA não chegaram a enviar ninguém ao espaço, e que tudo não passam de encenações feitas em estúdios de cinema e fotografia? Uma coisa não implica a outra... podem perfeitamente ter ido, mas temos todas as razões para suspeitar dos seus filmes e encenações.

Um problema está abordado justamente no filme Gravity... mas num contexto de erro russo!
Não será à toa que nas imagens que vemos dos russos os cosmonautas não se desprendem muito da nave.
A Terra é bombardeada por milhões de pequenas partículas. Algumas, maiores, podemos vê-las no céu à noite - são as chamadas estrelas cadentes
Ao irromperem pela atmosfera a enormes velocidades os meteoros incendeiam-se provocando aquele espectáculo clássico. Há épocas em que atravessamos órbitas de destroços, e nos meses de Julho e Agosto são características as chuvas de meteoros, chamadas Perseidas.

No espaço, não havendo atmosfera protectora, mesmo as mais pequenas partículas actuam como autênticas balas... e, ou se arrisca a sorte, ou um cosmonauta poderia ser alvo de "um tiro". Isto não afectará os astronautas, porque presume-se que estejam em filmagens, e o maior medo será se a foto não o favorece muito.
Já os cosmonautas, esses não é muito crivel que se aventurassem para além do escudo protector que seria a própria nave espacial. Os próprios satélites artificiais incluem uma apólice de risco de serem albarroados por um pequeno meteoro, e não é demasiado grave o impacto de micro-meteoros porque o seu material será suficientemente resistente a esse impacto menor.

Há poucos dias, para promoção dos Jogos Olímpicos de Inverno, Sochi 2014, os russos levaram uma tocha olímpica para o espaço... e lá está a NASA associou-se, com imagens mais nítidas sem estrelas, ao passo que os russos davam as suas tímidas e mal definidas imagens:
Kotov exibe a tocha olímpica... num tímido passeio espacial

Não vemos aqui nada de especial, face a outras imagens... muito pelo contrário, Kotov nem sai da estação espacial, e a novidade de ter uma "tocha olímpica", seria proeza pequena quando vemos a primeira imagem de McCandless, ousadamente soltando-se pelo espaço negro.

Porém, é natural que os russos tenham um património de ver estrelas e não queiram abdicar completamente dele para o apagão americano.

domingo, 3 de novembro de 2013

Eclipse now... hoje 03-11-2013

Por volta do meio-dia de hoje, 3 de Novembro de 2013, está previsto um eclipse do sol híbrido

Curiosamente, conforme refere a wikipedia, irá ser visível em todos os países de língua oficial portuguesa (menos Timor)... É um eclipse que se inicia sobre o Atlântico, da costa leste da América do Norte à costa norte da América do Sul, e que depois cobre praticamente toda a África. Na Europa estará restrito praticamente a Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Eclíptica
Aproveito para uma daquelas observações simples, mas que podem ser instrutivas.
Se o céu estivesse "fixo"... a cada ponto da Terra corresponde exactamente um ponto do Céu.
Ou seja, fixado esse céu, pelo zénite, cada estrela teria uma posição exacta sobre a Terra, e vice-versa.


Uma indicação de que algo desse género poderá ter estado na demarcação das constelações tem a ver com alguns nomes e mitos. 
Por exemplo, Perseus, que pode ser ligado à Pérsia está acima de Touro, e Taurus era a cadeia montanhosa que definia a Turquia, com clara proximidade à Pérsia. Além disso, abaixo de Touro encontramos Oríon, que tem sido identificado ao Egipto. Há quem veja nas 3 pirâmides de Gizé uma associação às 3 estrelas do cinto de Orion (se bem que estas estrelas estão demasiado abaixo, cruzando a linha do Equador). Outras associações são mais difíceis, até porque não é claro se havia ou não redução ao espaço conhecido. 
Porém, Hércules poderia ser remetido facilmente às Colunas de Hércules, pois esse era um nome de referência na geografia antiga.

Bom, e praticamente ficamos por aqui, ainda que possamos estabelecer outro tipo de relações. 
Por exemplo, seguindo Hércules temos Lira e Cisne. São dois símbolos conhecidos. A lira está ligada a Apolo, mas também ao filho Orfeu - poeta e um dos Argonautas, ligados à viagem de Jasão. Por outro lado, o Cisne esteve ligado a mitos de passagem do Atlântico, por Lohengrin.
Seguindo por esta ordem, surgiria imediatamente Pégaso, Cefeu, Cassiopeia, o que se liga directamente a toda a história de Andrómeda e Perseu. 
Para se manter algum nexo, deveríamos considerar a visão antiga, de Colombo, que ligaria directamente o Atlântico à Índia e Etiópia. De facto, Cefeu surge como rei da Etiópia, e assim Andrómeda surgiria como associada a uma Índia presa. Andrómeda sofria punição de Neptuno, o que poderia referir-se à proibição de navegações, mas seria salva por Perseu. O corte da cabeça da Medusa, poderia ser um corte da liderança dos Medos, que colocou os Persas no comando.
Por outro lado, Cappela, a cabra, e Auriga, pela quadriga, ligariam à Grécia e/ou à Itália, ainda que esta relação seja menos clara, tal como a Ursa Maior poderia ligar à parte continental europeia, onde o urso era um símbolo (por exemplo, o "Ber" em Berna ou Berlim estão-lhe associados). Isto implicaria uma associação geográfica algo grosseira, mas que tem sentido nas representações antigas do mundo.

É claro que tudo isto são meras especulações, mas um maior estudo poderá permitir outras conexões. De qualquer forma, este tipo de ligação sempre me parece fazer mais sentido do que a simples ideia difundida de que a associação de constelações corresponderia a ver figuras desenhadas pelas estrelas... algo que só em raros casos tem algum sentido, mesmo com grande esforço de imaginação.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Senhores dos Passos na Lua

Desde há 44 anos...
(foto wikipedia)

... que foram feitos os passos para nos convencer desta pegada, na Lua.
Há quem diga que tal pegada só seria possível com humidade, uma humidade que não pode existir na Lua.
Ao andar na praia, sabemos que pegadas destas... só mesmo na areia molhada.
Mas, o que é que isso interessa, se a verdade difundida é propriedade de senhores dos passos lunares?

Seriam "grandes passos da humanidade" ou "grandes passos sem humidade"?...
Foi assim, durante os 4 anos da missão Apollo... depois faltou humidade e humildade para outros passos de humanidade... já lá vão 40 anos.

É claro, seguiu-se Marte, onde tivemos vários Rover a mandar imagens.
O que se notava é que faltava azul nas imagens... porque se o azul fosse corrigido nas fotos, começava a parecer-se muito com paisagens terrestres:


Imagem da NASA, Rover Oportunity, 2004, em Marte... Burns Cliff 

Primeiro, a imagem original. 
Depois os três canais habituais: vermelho, verde e azul.
Nota-se claramente uma falha de intensidade no azul, ao contrário dos outros!
Corrigindo isso (por exemplo: R-64, G-32, B+32) obtém-se a imagem de baixo 
(veja-se ao lado que o azul só foi aumentado um pouco).
Passa a haver um maior equilíbrio na nova imagem, repondo algum azul... 
... e a imagem parece agora muito terrestre!

Bom, mas já falámos extensamente deste assunto... e remeto para o texto anterior:
Hoje foi só para saudar os senhores da Lua, que comemoraram hoje os 44 anos dos passos.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

The show must go on

Numa daquelas habituais iniciativas popularuchas, a NASA anunciou que vai tirar uma fotografia da Terra, a partir da Sonda Cassini, que é suposto estar a orbitar Saturno... o evento decorre no dia 19 de Julho de 2013, e parece que a NASA sugere que todos "acenem para o boneco":

... em troca a NASA devolverá a sua fotografia nesta forma:
(desactivado....      http://saturn.jpl.nasa.gov/images/SolSysSim6_final_642x361.jpg)

... sim, basta acreditar que vai ficar naquele pontinho de luz. Pode pedir uma imagem de maior resolução, e mesmo assim não passará de um pontinho... talvez o façam um bocadinho maior e ponham azul.

A NASA teve o cuidado de avisar que a imagem acima se trata de uma simulação, indica o programa:
Solar System Simulator v.4.0

... e é bom que o faça, porque entretanto já há vários programas a correr simulações. Encontrei um deles, chama-se Celestia, pode ser feito download a partir daqui:

A partir desse momento, pode-se começar a competir com a NASA no envio de imagens de Saturno, ou do planeta que quiser. Não, não precisa de enviar uma Sonda Cassini, nem de investir milhões de dólares em foguetões e equipamentos sofisticados. 
Não, a partir deste momento qualquer governo pode ter o seu programa espacial baratinho. Pode cobrar muitos impostos, dividir com o pessoal amigo, e depois para orgulho da nação mostrar imagens destas:
Sombra de Saturno nos seus anéis... vista por uma qualquer sonda inexistente.
Simulação no Programa Celestia 

Pode-se escolher uma imagem nesta galeria de imagens que fazem inveja a qualquer NASA:

Bom, e a descrição que a NASA faz das suas imagens também não é de nenhuma realidade:
This marvelous panoramic view was created by combining a total of 165 images taken by the Cassini wide-angle camera over nearly three hours on Sept. 15, 2006. The full mosaic consists of three rows of nine wide-angle camera footprints; only a portion of the full mosaic is shown here. Color in the view was created by digitally compositing ultraviolet, infrared and clear filter images and was then adjusted to resemble natural color.  
A ideia da NASA é evitar dizer que a imagem é maravilhosamente falsa (embora isso se veja a anos-luz).
Então diz-se que a imagem foi composta de muitas imagens (verdadeiras? - claro!), neste caso 165, com longa exposição... sim, não há estrelas no fundo, mas não interessa. Convém ser-se um bocadito criativo e dizer que vêm do infra-vermelho ou ultra-violeta... e depois como isso não tem cor, põe-se uma maquilhagem, para uma cor, um tom, natural. 
Bonito? - O que é que interessa se é maquilhada, real ou ficção? 
Chama-se a isso a longa aprendizagem de efeitos especiais de Hollywood e associados...

Quanto a estas imagens de Saturno, estava à procura de ver uma imagenzita da difracção da luz do Sol através dos anéis de Saturno. 
Claro, não há... ou, sejamos optimistas - só não encontrei. 
Seria obviamente uma imagem que deveria fazer parte do clássico. Mas, imagens do Sol, tiradas por aquelas sondas que usam o Sol para tirar fotos de outros planetas, pois isso é coisa que não vi. 
A câmara embica no planeta, e não há quem a vire para o Sol... (claro, dirão, queimaria "o filme"... sim, mas só quando há atmosfera dispersiva, senão será um disco de luz).
Quando "se foi à Lua", sempre o mesmo problema... não há imagens do Sol, um filme de eclipse, nem de um pôr de Sol, nem de estrelas! Só na Terra é que nos lembramos de fazer essas coisas.

Vale de Marte
Agora a moda é Marte. Quando me sinalizaram esta imagem
 
(Sonda Curiosity em "Marte" - artigo do Expresso - 20/6/2013)

... mais uma vez achei que parecia uma fotografia de um deserto terrestre, talvez o Atacama ou outro. A sombra da antena está muito bem definida, indica semelhanças com um deserto "escaldante", coisa que não se teria em Marte (o Sol perderia metade do tamanho visível do disco, e com a maior distância, a intensidade solar reduz-se a 1/3 da terrestre).

Bom, fui procurar imagens no deserto do Atacama, e dei com o chamado "Vale de Marte", e outro "Vale da Lua", e dá para pensar no que podem querer significar aquelas designações (a imaginação acaba por encontrar semelhanças com tudo, e pode ver-se em Marte no Chile, pelo menos no vale de Marte!):

Vale de Marte - deserto do Atacama, Chile (panoramio) - à direita, imagem adaptada às "cores da estação".

Vale da Lua - deserto do Atacama, Chile (a preto e branco)

O que tem o deserto chileno a ver com a NASA? 
Parece que muito pouco, é mais a ESA que tem telescópios no Chile. 
Bom, mas há 3 anos atrás, em 2010, houve um acidente numa mina de Cobre no Atacama.
Então o número 33, a Fénix, e o Cobre, foram bastante falados. Acabou por ser a NASA a desenvolver uma cápsula "Fenix" que resgatou os "33" mineiros soterrados na mina de "cobre", entretanto "descobertos".

Como diria o Freddy - the show must go on... mas se pagamos bilhete, ao menos que seja bom:

Nota posterior [28/6/2013]_________________________
Por lapso, ontem não incluí imagens de "pôr-do-sol" marciano, mas podemos encontrar na wikipedia.
A imagem da esquerda é o "original" que se encontra na wikipedia, onde podemos ver um pequeno ponto de luz perto do horizonte. Isso corresponde ao esperado... mas a NASA ao apresentar imagens destas corre os habituais riscos de credibilidade. Uma pequena inspecção, feita através imagem à direita, revela afinal um foco de luz azulado(!) que nem sequer coincide com o suposto disco solar... pois, não bate certo!

Numa outra imagem de "pôr-de-sol", fizémos a mesma análise e encontramos agora um grande disco solar amarelado, serve como foco de luz, mas com um efeito de câmpanula oposto ao normal...

Posso imaginar que se invente uma desculpa relacionada com as partículas de poeira em suspensão, ou algo pouco específico e ambíguo. No entanto, qualquer uma das imagens não tem justificação aparente.
No caso desta última imagem, a NASA tenta precaver-se. No canto inferior direito lê-se afinal:
By making all the raw data available to the public, beautiful images such as this are made possible. Freelance imagers compile the data and generate color images not attempted by official NASA/JPL teams.
Portanto a NASA só assume imagens a preto-e-branco, as "lindas cores" são feitas por "freelancers". 
Deve ser grave o problema de orçamento que impede que os aparelhos enviados tirem fotos a cores...
É caso para dizer, mais valia ficarem calados!
A desculpa anexa é talvez a maior prova de manipulação, tentando passar erros para terceiros, pela ausência de fotos coloridas... mas que depois usam, porque são "lindas" e o que se gosta é de "artistas".

sábado, 20 de abril de 2013

Man on the Moon

Há já quase dois anos coloquei aqui um vídeo polémico e interessante, um documentário da ARTE sobre a encenação da viagem à Lua em 1969, ligado à encenação que Kubrick usou no seu filme notável "2001, Odisseia no Espaço". Conforme disse à época, ainda que se tenha pretendido que o documentário fosse uma piada, nada o indicava explicitamente, e se o fosse teria o mau gosto de brincar com a morte de Vernon Walters.
A propósito do texto sobre os Macavencos, lembrei-me doutro filme de Kubrick, "Eyes Wide Shut", de 1999.  
(vídeo que faz uma análise interessante sobre o significado de cenas do filme)

Este foi o último filme de Kubrick, que morreu de ataque cardíaco, quando se preparava para entregar a versão final. O filme estreou, alguns meses depois, sendo póstumo a Kubrick, tal como o documentário da ARTE foi póstumo relativamente a Vernon Walters. Uma trágica coincidência num documentário que relatava o medo que Kubrick tinha de vir a ser assassinado.

O título do post é "Man on the Moon", o que nos levaria para outro filme de Milos Forman, sobre Andy Kaufmann, mas antes de voarmos sobre o ninho de cucos, consideramos a célebre canção dos REM, que terá dado título ao filme.

... e a canção continua:
                 If you believed they put a man on the moon, man on the moon
                 If you believe there's nothing up his sleeve, nothing is cool

Sim, se acreditámos, eles puseram um homem na Lua, se acreditamos que não há nada na manga, nada é divertido. Divertido é ver um excerto de 007 - Diamonds are Forever.
Sim, neste James Bond de 1971, o personagem aparece num cenário onde se filma uma missão lunar... algo ousado num ano em que se filmavam também as Apollo 14 e 15, supostamente em solo lunar, e não num cenário de cinema.
Com as Apollo 16 e 17, as missões lunares terminam em 1972. Sentida a falta, passados 5 anos aparece no cinema um outro filme - Capricorn One (1977), cujo enredo é exactamente uma conspiração que leva à encenação de uma viagem a Marte, numa altura em que já tinham acabado as outras lunares...
Estas duas observações encontrei-as nalguns vídeos dos "teóricos da conspiração" que acham que as imagens de homens na Lua são falsas... como por exemplo, este documentário, já bem velhinho, que passou na Fox, em 2001 (creio que antes da tragédia das torres gémeas):

Devo dizer que a minha avó também achava que o Homem não tinha ido à Lua. É claro, eu achava que era coisa cheché, própria de uma geração que tinha dificuldade em aceitar o progresso. Ela não dava justificação, e eu talvez tivesse negligenciado ela ter passado por duas guerras mundiais, ter vivido a transição em que conviveram burros e zeppelins, e ter passado pelos quarenta anos de Salazar. A minha outra avó, que nascera ainda no Séc. XIX, deixara a previsão de que o Séc. XXI seria um século em que se iria assistir a uma insanidade mental. Acho que compreendo agora o porquê.

"Man on the Moon"... é uma canção do álbum "Automatic for the People", dos REM.
Se procurarmos, vemos que REM significa também Roentgen Equivalent Man, que é uma unidade de radiação, que mede o envenenamento radioactivo. Por exemplo, 100 REM é suposto ser uma dose letal.

Acontece que a Cintura de Van Allen é um cinto, uma zona de grande radiação cósmica. Pela versão oficial, só os astronautas que viajaram até à Lua passaram essa cintura, ou seja, desde 1972 que ninguém passa!
Diz-se que os satélites que a cruzam podem medir até 2500 REM por ano, mas que os astronautas não sofreram mais que 5 REM, portanto uma dose não letal. É claro que os "teóricos da conspiração" estão convencidos que não é bem assim... que a Cintura de Van Allen é intransponível pela radiação letal, que provocaria a morte dos astronautas.

Depois, argumenta-se, quando Lindbergh fez a viagem do Atlântico, passados poucos anos havia já carreiras comerciais fazendo a ligação... o que impediria repetir as idas à Lua, feitas entre 1969 e 1972?
Por que razão ninguém lá voltou passados 40 anos?
Pois, provavelmente ninguém passou mesmo a Cintura de Van Allen, ninguém deu o "salto" (Van Halen).

De entre os planetas, só aqueles com forte campo magnético, como o caso da Terra, têm uma Cintura de Van Allen significativa. Só tem essa cintura a Terra, e depois Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.

Ainda não tenho como completamente claro que essa cintura de partículas é o problema, ou poderá até ser o que impede que a forte radiação do Sol nos "frite"... porque, enfim, temos uma forte radiação do Sol, sim, mas é no espectro do visível. Ora, o Sol, pelas explosões nucleares, deveria emitir todo o tipo de radiação, e se a nossa atmosfera nos protege dos ultravioleta, o que é que nos protege das radiações superiores, como sejam os Raios X ou gama? Creio que poderá ser mesmo a Cintura de Van Allen.
Aliás, quando se diz que a temperatura na parte iluminada da Lua será mais de 200ºC, dará para perceber a quantidade de radiação que se medirá fora dessa cintura.

Traduzindo, isto significaria... estamos presos na Terra!
- Alguém interessado em dar notícia?
- Que tipo de reacção isto iria causar?
Ou seja, seria melhor produzir a ilusão de que não haveria limitação, permitindo ir à Lua. A ilusão de que podemos continuar a exploração espacial, ainda que esta não se faça... explicando-se por "razões económicas". Ou haverá uma notícia em falta - "a humanidade está presa na Terra"? E não sabendo bem porquê, parece que fomos presenteados ou com um escudo que nos protege, ou com um cinto que nos prende!

Se os EUA não foram à Lua, os russos não quiseram nunca denunciá-los. A filha de Van Allen relatava numa entrevista que, quando o pai comunicara a existência da cintura, em 1958, poucos meses depois foram à URSS, num clima muito amistoso, e ela sentira que havia assuntos que faziam cair aquele frio muro que dividia países pela ideologia. Houve um entendimento científico na exploração espacial, que terminou até no acoplamento Apollo-Soyuz de 1975.

Depois do fim das idas à Lua, também os russos não investiram muito mais nas explorações, e nem sequer anunciaram um enviar de sondas a outros planetas distantes, como fez a Voyager, que depois caracterizou o programa da NASA. Agora também temos a exploração espacial europeia, japonesa e chinesa (e norte-coreana?), nenhuma ousando colocar um homem na rota da Lua, nem sequer apresentando fotos inquestionáveis da presença de objectos deixados pela tripulação que saiu da Apollo.

Conclusão, passados 40 anos, americanos e russos mantiveram o mistério sobre as idas à Lua, e é espantoso que não se tenha produzido nenhuma prova inquestionável da presença humana na Lua, apesar de tantas viagens supostamente efectuadas.

24 Abril 2013

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Apollo 18

Ao contrário do Apollo 13, um típico filme de Hollywood com a famosa frase "Houston, we have a problem", o mais recente filme Apollo 18, lançado o ano passado, 2011, leva os problemas um pouco mais longe ao jeito "we have an ET problem", o que deixou a NASA algo desconfortável, havendo mesmo uma página para esclarecer que tendo sido canceladas 3 das 20 missões previstas, a Apollo 18 nunca esteve planeada... isto para esclarecer a afirmação feita no final do filme - de que os astronautas enviados teriam morrido prematuramente.


É claro que ainda que a explicação da NASA seja assertiva, há dois assuntos abordados no filme que não deixarão de exercitar a especulação: a não ida dos russos à Lua, e o fim da exploração lunar.
Isso já para não falar na dificuldade que a NASA tem em explicar as diversas inconsistências que aparecem nas fotos e filmes que lançaram. A explicação com Kubrick parece-me a mais interessante.

Por mero acaso, fui dar com uma página web que tem um logotipo "falso" da missão Apollo 17:

  
Apollo 17: logotipo oficial e "falso"...

Este tipo de coisas acontece bastante. Pode ser uma brincadeira inicial que depois ganha outras proporções, por divulgação sem a mínima verificação. Nesse mesmo site aparece uma carta de Buzz Aldrin endereçada a L. Smith, falando do General Kleinknecht, e informando-o de que teria levado uma bandeira maçónica no vôo lunar da Apollo 11:

Dado o outro problema, poderíamos duvidar da autenticidade desta carta. Mas, atendendo a que, como o próprio site refere, os astronautas também levaram uma bandeira do Vaticano, agora exposta, e ao que parece terão mesmo levado bandeiras de 135 países! Por que não a do Rito Escocês?
Sendo verdadeira a carta, mostra só o problema da influência destas organizações, estando presentes em todos os momentos, com alguém de confiança.

O site tem ainda uma observação interessante - o que faz a constelação de Orion na insígnia da missão Apollo?

Ou seja, seria apenas estética colocar o destino Terra - Lua, passando pelo cinto de Orion, as chamadas "três marias"? Mitologicamente, numa das versões, Orion era um caçador que teria uma atracção pela deusa da Lua - Artemisa, que se livrou dele por influência de Apolo.
No entanto, é abusar da especulação escolher aquele logotipo, dando relevo a uma constelação em particular, e despropositadamente colocando-a entre a Terra e a Lua.

Aproveito este tópico para o último eclipse lunar deste ano, que se dará amanhã, a 28 de Novembro, e ainda que não possa ser visto em Portugal, é-o na maioria da Europa. Por outro lado, temos a conjunção de Saturno e Vénus, apenas a 1º de diferença, e a aproximação da Lua a Júpiter... uma combinação notável nestes dias.

Talvez aquilo que seja mais intrigante na Lua é a sua grande dimensão, que permite eclipses quase perfeitos. Proporcionalmente, seria como Júpiter ter um satélite do tamanho de Úrano... 
A Lua sendo 1/4 da Terra tem dimensões semelhantes a Mercúrio que é 1/3, ou até a Marte, que é  apenas metade, e por isso pode ser considerada um planeta menor, ainda que seja ligeiramente mais pequena que Ganimedes e Titã (satélites de Júpiter e Saturno), que são quase da dimensão de Marte e maiores que Mercúrio. 
Comparação entre a Lua, Ganimedes e a Terra

O sistema Terra-Lua aparece assim como particularmente instável. Os planetas interiores, Vénus e Mercúrio não têm nenhum satélite natural, e os outros planetas têm satélites comparativamente muito mais pequenos na proporção 1/20 (caso de Júpiter e Saturno) e não 1/4, como no caso da Terra. As instabilidades orbitais nem permitem satélites de satélites, pelo menos de dimensões razoáveis - excluímos os satélites artificiais, é claro. 
O centro de massa do sistema ainda está dentro da Terra, mas à superfície, pelo que basicamente a Terra oscila também, aproximando-se ligeiramente do Sol em dias de Lua cheia, e afastando-se nos de Lua nova, numa alteração de 10 mil Km, que é insignificante, face à alteração de 5 milhões, 500 vezes superior, entre solstícios de inverno (afélio) e verão (periélio).
Este sistema dançante, muito bem coordenado, pode ser destabilizado por pequenas alterações, e talvez uma das maiores preocupações nas viagens Terra-Lua devesse ser mesmo evitar mexer muito... reduzindo as influências orbitais ao mínimo. 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Trânsito de Vénus

Tem sido habitualmente especulado sobre alinhamentos em 2012, em particular em 21 de Dezembro de 2012... porém convém notar que nada de notável está previsto para essa data.
Acontecem alguns alinhamentos interessantes em 2012, sim, mas antes de Dezembro...
A mais notável efeméride será o trânsito de Vénus (pelo Sol), que ocorrerá em 6/6/12... já que só se voltará a repetir no próximo século, em 2117 e 2125.

Independentemente de se acreditar ou não que os alinhamentos planetários têm alguma influência física, eles tiveram e têm uma influência humana, no sentido em que houve e há quem altere o seu comportamento devido a eles. A astronomia teve sempre uma componente astrológica desde o momento em que alguém associou uma efeméride planetária a um acontecimento humano. 

Na pseudo-mitologia para o ano 2012 está um propalado início do calendário Maia. 
Só se começou a falar disso depois de passar a previsão apocalíptica de 2000... ainda que uma eventual Odisseia espacial de 2001, pode ter ocorrido como pseudo-Ilíada de 2001 sobre as Torraltas. 
As Torres Altas de Tróia, as duas Torraltas de Tróia, ou que duas torres altas?
lol ... havendo desde 2001 quem veja neste símbolo lots-of-laughs.

Calendário Chinês
Um outro calendário antigo é o chinês, cuja origem tem sido fonte de especulação e dúvida. Supõe-se que teria tido início num antigo alinhamento notável dos 5 planetas visíveis, juntamente com Sol e Lua. 
Em 1993 dois astrónomos do JPL-NASA, K. Pang e J. Bangert sugeriram que isso pode ter acontecido em 1953 a.C., o que dá um 3965 anos passados, ainda assim diferente do valor actual 4709 anos lunares, se atendermos a que isso corresponderia a ~ 4564 anos solares, ou seja uma diferença superior a 500 anos para essa hipótese. No entanto, K. Pang encontrou uma passagem num texto antigo de Hong Fan Zhuan (Séc. I a. C), que dizia:  
"The Ancient Zhuanxu calendar (invented in about 2000 B.C.) began at dawn, in the beginning of spring, when the sun, new moon and five planets gathered in the constellation Yingshi (Pegasus.)"  
Por isso, há alguma sustentação nessa hipótese de início do calendário por alinhamento na constelação de Pegasus ou Peixes, numa madrugada equinocial por volta de 2000 a.C. De qualquer forma, os cálculos usados hoje são sempre especulativos, até pela falta de informação sobre a inclinação do eixo da Terra, ou pela simples admissão de que nada teria mudado em 4000 anos.

É importante notar ainda que os chineses chamariam ao velho calendário lunar Yin, enquanto o calendário solar seria o Yang, na célebre dualidade oriental Yin/Yang (aqui Lua/Sol) expressa no símbolo


Trânsito de Vénus
Os trânsitos de Vénus pelo Sol foram importantes para definir as distâncias planetárias, mas também tiveram o seu papel de astrologia política... para isso basta notar que em 1769 é justamente Cook que irá ao Taiti fazer as medições astronómicas.
Independentemente do significado astronómico, há aqui um significado político, sendo Cook a regressar ao Pacífico "nunca antes navegado" para marcar o evento à escala planetária.

A última vez que o trânsito ocorreu foi em 8/6/2004... antes disto tinha sido em 1769 e no Séc. XIX (9/12/1874 e 6/12/1882), e depois de 2012 só voltará a ocorrer no Séc. XXII (11/12/2117 e 8/12/2125). Não ocorreu nenhuma vez durante o Séc. XX. [Consultar a lista com os trânsitos de Vénus previstos pela NASA]

Em 2012 de novo Vénus irá aparecer como um pequeno ponto negro à frente do Sol, visível ao nascer do Sol nesse dia, na zona do Pacífico. Esta passagem demora 6 horas, sendo visível onde ocorrer o pôr/nascer do Sol, entre as 22h da noite e 4h da manhã - no caso de Portugal não será visível!
Agora, em Abril, ainda é possível ver Vénus bem alto no céu, ao pôr do Sol, mas rapidamente irá descer e aproximar-se do Sol poente, nesse dia 6/6/12 passará de estrela da tarde (Hesper) a estrela da manhã (Lucifer, Phosphorus), como acontece periodicamente, com a única diferença que desta vez passa mesmo em frente do Sol nesse percurso - o chamado trânsito.

Segunda Lua - Cruithne
É dito que os "antigos" teriam visto Vénus como uma segunda Lua, pela intensidade do seu brilho, que resulta de ser o corpo celeste de grandes dimensões que mais se aproxima da Terra, excluindo a Lua.
Já Julio Verne (no livro "Da Terra à Lua") conjecturava sobre a existência de uma "pequena segunda Lua":

"Is it possible!" exclaimed Michel Ardan; "the Earth then has two moons like Neptune?"
"Yes, my friends, two moons, though it passes generally for having only one; but this second moon is so small, and its speed so great, that the inhabitants of the Earth cannot see it."

Recentemente foram descobertos pequenos corpos que podem ser vistos como "segundas Luas" da Terra, sendo muito pequenos. Um deles é o Asteróide 3753-Cruithne (de 5 km de diâmetro)

que apesar de não orbitar à volta da Terra, acaba por fazê-lo de forma aparente. Por outro lado, em 2010 descobriu-se um asteróide ainda mais pequeno (300 metros) 2010-TK7 que partilha a mesma órbita terrestre, numa posição que lhe permite não ser atraído nem pela Terra nem pelo Sol. É chamado asteróide-troiano, já que se encontra dissimuladamente na mesma zona orbital, num ponto lagrangiano. Estas zonas orbitais - pontos lagrangianos - podem ser usadas como entradas em "auto-estradas planetárias".

Julio Verne pensava noutro tipo de segunda Lua, mas estes objectos servem para analogia da sua "antecipação". Convém notar que não seria completamente impossível haver uma segunda Lua escondida à visão da Terra... bastaria que estivesse ocultada atrás da primeira, seguindo a mesma órbita a distância quase fixa - e para efeitos de ocultação visual, até poderia ser uma segunda Terra! Mecanicamente não seria impossível ter um conjunto de três corpos sincronizados... até no sentido em que a Lua seria o seu centro de massa! Essa hipótese só seria afastada pelas medições exactas da distância da Terra ao Sol, mas daria certamente para interessantes obras de ficção científica... não exactamente no sentido de universos paralelos, como está actualmente na moda (ver p. ex. o filme Another Earth), mas mais no sentido de universos colonizados...

Venus Express e Hubble
Já aqui tinha feito referência à inexplicável ausência de imagens espaciais de Vénus... afinal o planeta mais próximo é aquele de que temos menos imagens (pelo menos dos 5 visíveis a olho nú)!
A Venus Express, sonda da ESA (Agência Espacial Europeia), acabou por revelar algumas imagens melhores, mas ainda assim pouco diferentes das obtidas pelo telescópio Hubble:
 

Vénus: Imagem da ESA (esq.) e Imagem do Hubble (dir.)
... as cores são "falsas" pois são na zona ultravioleta...
... parece ser complicado tirar fotos normais....

São ainda curiosas as imagens de Marte vindas do Hubble, por exemplo:

diz-se que a imagem pode ir do infra-vermelho ao ultra-violeta... ou seja pode ser, ou é, uma imagem obtida com cores reais. Sobre o significado dessas cores azuladas e das nuvens, é interessante ler esta descrição. e ver a imagem da Viking. Na linha menos colorida surgiram outras imagens, com mais definição, mas talvez mais confusão... que vão desviando o olhar dos nossos telescópios.


Outras efemérides em 2012
A configuração aqui mencionada de conjunção entre Vénus, Júpiter e a Lua, irá ser semelhante, mas pela manhã, neste Verão. Vénus irá aproximar-se de novo de Júpiter, que se antecipará... de estrela à tarde, passará a estrela da manhã na transição do dia 13 de Maio de 2012. Ambas serão estrelas da manhã depois do dia 6 de Junho, e em 18 de Junho teremos pela manhã uma lua minguante, seguida de Vénus e Júpiter, um pouco mais acima do horizonte. De forma igualmente interessante será o aspecto da manhã, um mês depois, por volta de 15 de Julho, ou mesmo depois, por volta de 13 de Agosto.

(Não serão visíveis em Portugal: o eclipse anular do Sol a 20 de Maio, o eclipse total do Sol a 13 de Novembro, e o eclipse parcial da Lua a 4 de Junho).

Mais notável será a conjunção (de 1 grau apenas) entre Saturno e Vénus, que ocorre a 27 Novembro, ao mesmo tempo que um eclipse lunar de penumbra será visível no dia seguinte (mesmo na Europa).
A conjunção próxima de dois planetas já foi usada como explicação para a Estrela de Belém, associando a uma conjunção de Júpiter e Saturno no ano 7 a.C. que esteve a 1 grau de distância.
Nesse aspecto, como Vénus é mais brilhante que Jupiter, a prevista para 27 de Novembro de 2012 será mais notável, até porque a Lua também participa ficando sob a penumbra terrestre no dia seguinte.

Estes são os últimos registos de efemérides previstas para 2012 e nenhuma tem o aspecto de "conjunção extraordinária". Curiosamente a data de 21 de Dezembro, mas de 2020... essa sim aparece com uma conjunção notável de Jupiter e Saturno, que ficarão quase como estrela-dupla, separados por apenas um décimo de grau.

Tudo o resto sobre 2012, mais do que astrologia, faz muito parte do folclore financeiro, que vende produtos, vende sonhos, oculta o que importa, e divulga as necessárias distracções para desviar atenções.
Apocalipse significará "revelação"... e isso sim contribuiria para uma mudança de mentalidades - a única revolução que interessaria... recolocar o homem no seu devido lugar, no seu papel único de inteligência, em relação de honestidade e verdade com os seus semelhantes.
Porém, ao contrário, o que vamos vendo é uma reposição do homem nos seus instintos mais primários de índole animal, na linha da selecção natural... sobreviver ou usar a inteligência para se tornar num animal superior (o melhor da vizinhança) ou numa espécie superior (pertence a uma elite)!
Esse é um caminho sem destino e sem fim... conforme já referi, para além da inteligência, há apenas inteligência. Só a farsa alimenta uma ilusão evolutiva, com níveis, classes ou castas... e mesmo os mais crentes parecem esquecer o detalhe da criação - fomos feitos à imagem de Deus - e certamente isso não se referia ao aspecto físico!... Tudo o resto é uma questão de tempo, e equilíbrio... só teme a morte quem não pensou nos detalhes pouco simpáticos da eternidade. Por isso, Saturno pode ter cedido de bom grado o papel divinal ao filho Júpiter, e ter decidido viver com os humanos no Lácio... mas é ele enquanto Cronos que define a linha temporal - um simples corte de Úrano.