quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Nebulosidades auditivas (96)

Uma característica de sistemas complexos é a sua possibilidade de fractalidade, ou seja um padrão que começa por aparecer numa estrutura superior é depois replicado e aparece sucessivamente nas estruturas mais pequenas, ao ponto de gerar coisas antes inimagináveis. Um caso de que já aqui falámos foram os conjuntos de Mandelbrot, que pelo meio exibem padrões tão intrincados quanto este (... e não, não é nenhuma imagem de coronavírus):

Este é apenas um padrão minúsculo, que voltará a ser encontrado, se fizermos zoom da imagem em partes específicas... bem entendido, que é inútil pegar nesta imagem e fazer zoom, porque isso apenas vai fazer aparecer os pixeis. Eu só me dei ao trabalho de programar o suficiente para fazer um zoom computacional que permitiria ampliar o bicho para lhe ver o íntimo da estrutura atómica, onde quisesse, se ele a tivesse...

Quando falamos de zoom a sério, podemos encontrar este vídeo (de 2017) que vai bem fundo:


Eye of the Universe - Mandelbrot Fractal Zoom (e1091) (4k 60fps)

Neste caso estamos a falar de fazer um zoom que seria o equivalente a ver a estrutura atómica da estrutura atómica da estutura atómica... etc, umas 100 vezes, porque o zoom é 10 seguido de 1090 zeros (um número que demoraria várias de linhas de zeros, só para representar).
 
O que acaba de ver não pode existir, porque há coisas que alguns físicos afirmam não ser possíveis, e em termos do universo físico, com todas as galáxias, etc, para isso bastaria um zoom de 10 seguido de 40 zeros, para chegar ao mais ínfimo da estrutura da matéria (já estou a ir por excesso).

Portanto, com o computador lá de casa conseguimos examinar uma estrutura com um número de átomos muitíssimo superiores ao existentes no universo. Com efeito, mesmo se em cada electrão existisse um universo igual ao nosso só chegaríamos a um zoom de 10 seguido de 80 zeros.
Ora, repito, o que está mostrado em cima, não são 40 nem 80, são 1090 zeros...

É claro que com isto, numa sociedade normal, onde se mantivesse alguma racionalidade, esses físicos calavam-se e iriam rever os seus absurdos... mas isso está longe de acontecer.

Como se entende, o vídeo de cima corresponde a uma escolha de visualização, que quem o fez tomou. Examina com extremo detalhe uma ínfima parte. Poderíamos pôr a população da Terra, digamos 5 biliões de pessoas, a olhar para imagens daquelas durante a vida toda, e mesmo assim não veriam nada.
Porém ao fim de algum tempo, iriam ficar chateadas, porque o que conseguiam perceber seriam sempre padrões quase sempre semelhantes, com diferenças indetectáveis.
Essas pequenas diferenças são um "quase tudo" e os padrões semelhantes são um "quase nada".
O quase nada aborreceu, e já não está na moda... no entanto, as questões persistem.

Assim, uma observação "da treta", feita há pouco mais de 50 anos, abriu a porta a objectos nunca antes vistos, e que têm tanto de semelhante com estruturas naturais, como nada têm a ver com elas. Abriu um universo artificial, que vai muito para além da estupidez natural encerrada na inteligência artificial (agora o tópico da moda), que nada mais é que força bruta. 

De resto, a informação passada para o público, é a da confusão total, que não é apenas uma confusão que se pretende que o povo adquira, como é também a confusão que está instalada na maioria dos idiotas que aparecem a debitar loas sobre qualquer assunto.

A fractalidade estava na moda em 1979, quando os Electric Light Orchestra (ELO) se saíram com este tema, onde no vídeo as imagens iniciais e finais são simples fractais: 


ELO - Confusion (1979)

Os ELO deixaram melodias que nos ficaram no ouvido, mas por razões que só os senhores de Londres (empenhados em perder o último comboio) sabem, foram ficado afastados da ribalta mediática, o que não os impediu de encher há pouco tempo o Estádio de Wembley, e voltariam a repeti-lo, houvesse liberdade para isso... ora, pois, vejam-se os jovens de 50-60 anos a abanar! Porque há frequências que tocam, e outras que nem sendo injectadas nos entram.

2 comentários:

  1. Re: aqui sabemos que não estamos a ser enganados (... isentando o computador)!

    Uma entidade que funciona com números, o computador, darem-lhe uma equação a resolver quando não a conseguir repete-a ao infinito,
    é parecido quando não se tem resposta arranja-se filosofias para todos os gostos, que nada provam, e que se dilatam ao infinito, isto parece-me que lhes chamam de inteligência humana. Confinados em casa por um modelo matemático de gestão de seres biológicos… implementado por filósofos governantes! Deviam ter mais humildade e consumir menos drogas, ao computado das fractais cortem a corrente elétrica!

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    1. Esse "Re:" é uma citação de onde?
      O computador resolve tanto uma equação como um saco de areia que traz da praia. A diferença é que um consegue manobrar de forma fácil, o outro será muitissimo mais pesado, e levará décadas para o mesmo efeito.
      Desde quando é que um computador repete coisas até ao infinito?
      Só se esperar uma infinidade de tempo!
      O problema da maioria das filosofias, é que quem fala sobre elas não quer encontrar respostas para si, quer mostrar-se aos outros.
      Desfiles de moda, com corpos esqueléticos, não são filosofia.
      Tal como não é filosofia nem humildade, nem falta de humidade.
      Não se faz filosofia no deserto.

      Os fractais não fazem mal a ninguém, nem os computadores... mas a ignorância sobre eles pode fazer, é claro.

      Uma Kalashnikov é inofensiva, e não dispara sozinha.
      No entanto, se a derem a uma criança, mesmo com a patilha de segurança, não se admirem com as consequências.

      Cumprimentos.

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