domingo, 6 de dezembro de 2020

Nebulosidades auditivas (92)

Anne Clark tem agora 60 anos e será uma sombra da força musical que teve.
O nome dela será completamente desconhecido da maioria das pessoas, mas movimentou consideráveis multidões para um género musical próprio, uma espécie de canções de "tecno-protesto".
A sua musicalidade foi tão impressionante, que continua tão arrojada hoje, como o era em 1984.

Anne Clark: Sleeper in Metropolis (1984) - versão ao vivo em Utrecht (1988)

As a sleeper in metropolis; You are insignificance.
Dreams become entangled in the system; 
Environment moves over the sleeper.
Conditioned air; Conditions sedated breathing.
The sensation of viscose sheets on naked flesh; Soft and warm.
But lonesome in the blackened ocean of night;
Confined in the helpless safety of desires and dreams;
We fight our insignificance: The harder we fight - The higher the wall!
Outside the cancerous city spreads; Like an illness:
It's symptoms; In cars that cruise to inevitable destinations
Tailed by the silent spotlights; Of society created paranoia
No alternative could grow; Where love cannot take root
No shadows will replace; The warmth of your contact
Love is dead in metropolis; All contact through glove or partition
What a waste: The City - A wasting disease.

É absolutamente escusado, há um grande número de pessoas que nasce ou renasce vindo de eras erradas, e fica completamente isolado, ou marginalizado, na era em que está. Efectivamente temos espíritos de trogloditas a conviverem com espíritos que nasceram em mundos de cinderelas, e esses são a maioria e ainda os que melhor se entendem.

Vendo a completa diferença de mentalidade entre a minha geração e a anterior, prometi-me que nunca deixaria de ter os ouvidos abertos às novas tendências musicais, e só lamento que encontre as coisas mais arrojadas ainda arrumadas no passado. 

Este álbum RSVP foi companheiro durante os anos 1990, e ainda o escuto hoje como se fosse ontem:



Anne Clark: Now, Leaving - versões ao vivo em Utrecht (1988)


2 comentários:

  1. A Ana não canta, a synth-pop que a acompanha é demasiado violenta e pouco melodiosa, pena, devem ser poucos os grandes músicos que se queiram ver associados aos seus "poemas", não encontrei song lyrics do
    Be Drunk
    https://www.youtube.com/watch?v=ICLE3WkfkoQ
    gostei de conhecer a Charlotte Clark.

    “há um grande número de pessoas que nasce ou renasce vindo de eras erradas” e vem parar a países errados onde tem que comunicar com línguas que limitam castram os seus pensamentos vindos dos fins dos tempos.

    Pena que tenha nascido na piolheira e vindo parar à francofonia quando o meu espírito está ligado a isto:

    David Gilmour live at Robert Wyatt's Meldown
    https://www.youtube.com/watch?v=Is4LDQQZQ4s

    Cumprimentos
    José Manuel

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    1. Sim, Anne Clark insere-se num estilo bastante diferente, mais ao estilo de discurso cantado, cuja componente da melodia está num ritmo electrónico, tecno, que é ainda hoje actual - à época 1984, foi bastante inovador!

      Quanto a David Gilmour e Pink Floyd, estamos certamente de acordo, e não restam dúvidas dos caminhos pioneiros que trilharam logo nos anos 60:

      https://odemaia.blogspot.com/2010/12/nebulosidades-auditivas-2.html

      Cumprimentos.

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