sexta-feira, 16 de março de 2018

Agroglifos (2) - o candelabro de Paracas

Já há uns tempos escrevi aqui sobre Agroglifos, mas não mencionei os desenhos no solo em Nazca, porque o assunto é sobejamente conhecido.

Ora, um aspecto salientado é que as figuras de Nazca seriam apenas visíveis para visitantes aéreos, e daí a questão do seu propósito, que alimentou a ligação à teoria dos "deuses astronautas". Acontece que algumas figuras são visíveis dos montes em redor, e foram reportadas por Pedro Léon em 1553, mas é certo que só mereceram atenção mais significativa com o início da aviação peruana no início do Séc. XX, e depois com a exploração sistemática por Maria Reiche a partir dos anos 1940, que lhes atribuiu um significado astronómico.

Porém, aqui gostaria de notar que há outras figuras. Em Paracas, junto à costa peruana, a 200 Km das linhas de Nazca, encontra-se um desenho que tem sido identificado a um "candelabro". A técnica do desenho é diferente, mas a particularidade mais interessante é que parece dirigido aos viajantes do mar, e não a viajantes do ar!

O candelabro de Paracas (Perú), que é visível do mar.

Acerca da cultura de Paracas já mencionámos o aspecto dos crânios elongados, e também as famosas pedras de Ica (que são encaradas como falsificações).

Ao que consta a figura tem 180 metros (semelhante à dimensão em Nazca), e é visível no mar a 20 Km de distância. Tem também sido identificado a uma possível "árvore da vida", e foi datada ao Séc. II a.C.
Nesse aspecto é interessante referir uma pintura rupestre no interior argentino, em Cerro Colorado (Cordoba, Argentina), que apresenta algumas semelhanças.

Cerro Colorado - pintura rupestre semelhante. À direita - mapa com Cerro Colorado, Paracas e Nazca.

Convém notar que sendo de uma região bastante diferente, a mais de mil quilómetros de distância, não se poderá concluir muito, e além disso as pinturas rupestres foram datadas como sendo mais recentes (circa Séc. V d.C.). No entanto, poderia identificar um mesmo tipo de símbolo comuns às culturas de Paracas e do Cerro Colorado.

Interessa aqui o propósito destes grandes agroglifos, dos Nazca e de Paracas, que podemos presumir poderem ter intenções semelhantes, até porque a datação é próxima, com cerca de 2 mil anos (entre o Séc. II a.C. e II d.C.).

Se a ideia era uma comunicação com os deuses, então se no caso Nazca as divindades viviam no ar, no caso de Paracas, seriam deuses marítimos. Claro que isto pode referir-se não a deuses, mas também a ET's, conforme tem sido popular no caso Nazca... mas um pouco mais difícil de convencer neste caso de Paracas... a menos que as naves espaciais fossem apenas navios!

Essa é outra possibilidade - estas culturas terem sido visitadas por embarcações, e naquele intervalo de datas poderiam ser chineses ou romanos (ou mesmo cartagineses). A perspectiva de visitantes aéreos, pois essa não encontra explicação com a nossa historiografia, mas não seria nada impossível de ocorrer. Basta seguir a tradição chinesa, que refere Zhuge Liang como inventor dos balões aerostáticos, para repararmos que a datação prevista coincide com a dinastia Han, onde ficou a tradição das lantenas de Kongming, chamados entre nós - balões de S. João.


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