segunda-feira, 11 de julho de 2016

Nebulosidades auditivas (39)


Paris, 10 de Julho de 2016
(Daily Mail @AFP Getty Images)

David Guetta & Sia - Titanium


4 comentários:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=aVUxK1mNups
    Visto no cinema Berna em lisboa, anos 70,
    e este no mesmo sitio também :
    https://www.youtube.com/watch?v=N_jGOKYHxaQ

    para lá caminhamos!

    Cpts

    José Manuel CH-GE

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    1. Bom, se nos lembrarmos dos cenários catastrofistas que se desenharam em filmes... lembro-me por exemplo deste:
      https://en.wikipedia.org/wiki/Escape_from_New_York
      que previa Manhattan em 1997 como sendo uma ilha prisão, dado o crescimento da criminalidade.

      Como forma dissuasora, somos educados com worst-case-scenarios, com exemplos violentos do passado, que motivam a perspectiva de exemplos violentos para o futuro.
      O principal motivo do terror é combater a ameaça de terror. Portanto, para combater o medo sempre se usou o medo... o que escusado será dizê-lo, é uma pescada de rabo na boca, e que é ainda uma forma óbvia de eternizar o medo na população.
      Sendo claro que há pessoal afectado, capaz de coisas muito más, o pior não surge de ninguém isolado, mas sim de organizações, que acabam por corporizar na sua estrutura que "o melhor é ser o pior possível". Para provar que têm razão são capazes de engendrar a ameaça, apenas para arranjarem meios de a combater.
      A nossa impotência é praticamente total, e o pior sofrimento nem sempre é a dor, mas muito mais o não querer aceitar a impotência de a evitar. É muito diferente a perspectiva do sujeito que acabou de ser vítima de um acidente natural, ou do sujeito que teve exactamente as mesmas mazelas, mas causadas por um qualquer opositor. Num caso vê as coisas como um azar, noutro caso vê as coisas com ressentimento e vontade de vingança... apenas porque atribui uma inteligência à causa.
      Lá está, neste caso, se o Ronaldo aceitar o toque na perna como acidental, tal como poderia ter ocorrido se tivesse caído mal, então aquilo não o afectará. Mas se achar que o francês vinha com intenção de o pôr KO, terá mais dificuldade em esquecer o episódio... E o ressentimento é tanto maior, quanto mais colocar inteligência no acto do opositor. Porque achar que o opositor é apenas um bronco desmiolado, é uma coisa, agora é diferente achar que o opositor fez aquilo com requinte de malvadez.
      Por isso, o que causa mais sofrimento é o entendimento de existir uma inteligência perversa.
      Simplesmente, se se considerar, como eu considero, que a perversão é um mero reflexo de oposição à boa intenção, então nunca se vê aí nenhuma inteligência... é apenas manifestação de mentes fracas, condicionadas por agentes exteriores, que eles nem fazem ideia que existem.

      Abraço!

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  2. Rollerball-Os Gladiadores do Século XXI / Soylent Green-À Beira do Fim

    Rolem a bola que quando derem por ela estão à beira do fim, digo eu!

    Para mim neste caso deste dois filmes são distopias e nào "worst-case-scenarios" :
    (...) Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo

    Olá,

    Pois é uns vêm catástrofes onde são avisos, para mim as antevisões são para podermos evitar que se produzam, e parece que este Rollerball se está a realizar, o esquema foi parecido quando do circo romano ?
    (...) In the film the world of 2018 (referred to in the tagline as "the not too distant future") is a global corporate state, containing entities such as the Energy Corporation, a global energy monopoly based in Houston, which deals with nominally-peer corporations controlling access to all transport, luxury, housing, communication, and food on a global basis. According to the tagline, in this world, "wars will no longer exist. But there will be... Rollerball".
    Afinal o monopólio sobre os campos aráveis foi a queda do império romano feita pelos germânicos, não muito adeptos de circo e bolas a rolar.

    Se pelo filme Rollerball vejo actualmente uma sociedade dominada por monopólios que utilizam o desporto colectivo violento para dominarem uma sociedade amorfa (só lhes interessam o divertimento), em 1973 o filme Soylent Green me faz pensar que lá chegaram por causa da tal sociedade do divertimento em que viveram:
    (...) The 20th century's industrialization leaves the world overcrowded, polluted and stagnant. In 2022, with 40 million people in New York City, housing is dilapidated and overcrowded; homeless people fill the streets; many are unemployed, the few "lucky" ones with jobs are only barely scraping by, and food and working technology is scarce. Most of the population survives on rations produced by the Soylent Corporation, whose newest product is Soylent Green, a green wafer advertised to contain "high-energy plankton" from the World Ocean, more nutritious and palatable than its predecessors "Red" and "Yellow", but in short supply.

    Distopia ou worst-case-scenarios o que retiro são as hipóteses plausíveis para participar a que esses cenários horríveis não se produzam, afinal as ruínas de antigas civilizações dizem que é inútil pois o pão e circo é mais forte que tudo.

    Cpts.
    José Manuel CH-GE

    comentário escrito sem dicionario de português neste laptop

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    1. Certo, mas também é preferível ter as populações a confrontarem essa tendência competitiva em termos desportivos, como o fizeram desde o tempo da Grécia Antiga, quando as Olimpíadas foram instituídas.
      Talvez não tenha evitado as guerras entre Esparta e Atenas, mas de certa forma serviu para atenuar permanentes rivalidades entre ambas. Também os confrontos de torneios, entre cavaleiros, tiveram esse papel de servir para resolver disputas na Idade Média, sem arrastar todo um exército atrás dos envolvidos. Não evitava as guerras, mas ia servindo para distrair algumas...
      O problema que isso não resolve certamente é favorecer o ideal de competição contra o ideal de colaboração. E sempre que for dado a entender que o competir supera o colaborar, pois é a confrontação que estará a ser educada.

      Abraços.

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