Por razões que ninguém faz esforço de entender, há coisas feitas em Portugal com uma qualidade surpreendente, e cujos protagonistas são praticamente desconhecidos. Depois, é claro, há outros, os mais conhecidos, que pouco mais são que filhos dos pais, sobrinhos dos tios, afilhados dos padrinhos, em geral, os úteis inúteis.
André Tentúgal, que não é conhecido pelo nome, nem do projecto "We Trust", lançou uma série de músicas que entraram no ouvido como se lá estivessem sempre estado. Certamente a maioria das pessoas já ouviu uma destas músicas sem dar conta que se tratava de uma banda portuguesa.
Deixo aqui três exemplos.
Deixo aqui três exemplos.
We Trust (2015) - "The Future"
We Trust (2011) - "Time (Better not stop)"
We Trust (2015) - "We are the ones"
Esperava-se que, com o tempo, a coisa não pudesse continuar a ser ignorada, como se nada se passasse... mas não é apenas um caso português, longe disso!
O mundo da música tem patronos muito bem definidos que vão decidindo o que é, e o que não é popular - chamam a isso "play lists" às quais a rádio não tem autorização de escapar.
A Antena 3, com a desculpa de passar uma maioria de produção nacional, foi tentando fazer o percurso alternativo, mas isso apenas fez algumas músicas conhecidas, e não os seus autores.
Nem interessa que os grupos sejam populares em franjas muito específicas de jovens, ou outros ouvintes... o que interessa é que feito esse percurso, parece que nunca chega a autorização de cima, para poderem sair do nível de quase anonimato.
Os "We Trust" aparentemente terminaram em 2016, sem que tivesse dado conta disso.
Neste caso, nem sequer se tratam de bandas cuja carga simbólica é naturalmente repelida, como é o caso dos Mão Morta, são simples autores que procuram o sucesso, e não pretendem mudar as consciências. Como prova disso, André Tentúgal parece que vai concorrer ao Festival da Canção de 2019...
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