O tripleto Fátima, Fado e Futebol, fazia os auspícios do sucesso nacional nos anos 60.
No final, na performance do vencedor, Salvador convida a irmã, e diz no meio da canção (5:25):
Em particular, em 13 de Maio de 1967, na altura das comemorações dos 50 anos de Fátima, ocorre a primeira visita de um Papa a Portugal, por outro lado, no Futebol, o sucesso da selecção de 1966 com o 3º lugar no campeonato do mundo, ou as vitórias do Benfica na Taça dos Campeões Europeus, emparelhavam com o Fado, no sucesso internacional de Amália Rodrigues, nas digressões de 1966 e 68, que incluíram a França e os Estados Unidos.
Também havia o Hóquei em Patins, mas como Portugal e Espanha partilhavam sucessivamente os títulos mundiais, foi modalidade que nem sequer conseguiu obter o estatuto olímpico. Os países ibéricos não percebiam que não lhes seria outorgada mais nenhuma divisão do mundo, em nenhuma modalidade. Digamos que não tiveram o bom senso de deixar à França e Inglaterra obter uns sucessivos campeonatos, para integrar a lista do elenco olímpico, e só depois dessa integração autorizada é que manifestariam a sua supremacia...
Bom, mas este tripleto FFF, voltou a ocorrer a 13 de Maio de 2017, numa altura em que eu estava por outras paragens do oriente, onde o assunto passou completamente despercebido.
Se a visita do Papa Francisco na comemoração dos 100 anos de Fátima estava prevista, já a vitória do Festival da Eurovisão foi uma completa surpresa, a que se juntou o inédito quarto campeonato consecutivo do Benfica, um ano depois de Portugal ter vencido o Campeonato Europeu... tanto mais que o treinador benfiquista iniciou o seu sucesso no clube de Fátima, e Rui Vitória sagrou-se campeão vencendo o Vitória, o clube de que era treinador antes de ser contratado pelo Benfica. Para completar a coisa, o intérprete da canção vencedora, sendo Salvador, tinha o nome apropriado à mensagem de Fátima.
Se na comemoração dos 50 anos, a invocação do FFF tinha o problema de Portugal não ter ganho nenhuma competição, e em especial o Festival da Eurovisão, que era coisa na altura tão desejável quanto um campeonato de futebol, nesta comemoração dos 100 anos, foi o tripleto completo, ao ponto de coincidir a satisfação no mesmo dia, para os cristãos benfiquistas.
A junção dos 3 eventos nesse sábado de 13 de Maio, não sendo milagre, deu todos os ares de parecer ser uma revelação do 3º segredo, não fosse conhecerem-se os arranjinhos do Festival da Eurovisão, e em não muito menor escala, do futebol nacional e internacional.
Para quem apreciar, fica aqui a comparação entre 1967 e 2017:
Eduardo Nascimento - "O vento mudou" (12º lugar, Eurovisão, 1967)
Salvador Sobral - "Amar pelos dois" (1º lugar, Eurovisão, 2017)
No final, na performance do vencedor, Salvador convida a irmã, e diz no meio da canção (5:25):
"Um abraço para Portugal!.... isto estava tudo comprado, na verdade!"
... ou, menos ironicamente, como Luísa Sobral referia em 2011,
"But I'm not there yet... but someday I'll be"... we'll see!
... ou como é salientado na wikipedia: «This was Portugal's first win – and first top five placing – in 53 years of participation, the longest winless run by a country in Eurovision history.»
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