domingo, 12 de junho de 2016

Tragédia da Passagem de Dyatlov

Em 1959, um grupo de dez montanhistas russos, experientes, dirige-se para uma montanha dos Montes Urais denominada Kholat Syakhl ou "Monte da Morte", um deles acaba por ser forçado a regressar cedo, devido a problemas de saúde... seria o único sobrevivente.
Os restantes 9 irão morrer em circunstâncias que permanecem misteriosas até hoje, num caso que é conhecido como Dyatlov Pass Incident.
Fotografia do grupo de Igor Dyatlov, que iria explorar os Montes Urais.
Nada tenho a acrescentar ao que se sabe, mas o incidente é deveras estranho, e terá sido mais conhecido por um filme "Devil's Pass", que é baseado nessa história, e que foi realizado por Renny Harlin (que também realizou o filme "Long Kiss Goodnight", mencionado num comentário ao postal anterior, e daí a ligação que segui).

A descrição do episódio que envolveu este grupo de montanhistas é suficiente, para evitar acrescentos artificiais de terror. Não tendo havido sobreviventes, o que se sabe resulta das conclusões do grupo de salvamento que partiu à sua procura. Tivesse ocorrido no período de Estaline, e o desaparecimento de 9 pessoas na URSS não era suposto ser considerado "estranho", pelo menos de acordo com a mitologia desenvolvida no Ocidente... extrapolada muitas décadas depois das denúncias internas feitas pelo próprio Nikita Kruschev.
Restos da tenda do acampamento do grupo de Dyatlov.
O que o grupo de salvamento encontrou foi uma tenda abandonada, rasgada do interior, para permitir uma fuga rápida dos montanhistas, tendo saído descalços ou em peúgas, para temperaturas negativas de -30ºC. Os primeiros corpos a terem sido encontrados, separados, a centenas de metros da tenda, tinham apenas sinais de morte por hipotermia, havendo sinais de terem tentado fazer fogo. Passados dois meses de buscas foram encontrados os restantes três, que apresentavam sinais de morte mais traumática - lesões internas (costelas partidas) sem qualquer sinal de lesões exteriores no corpo, acrescendo-se o estranho caso de Lyudmilla Dubinina, que foi encontrada sem olhos nem língua.

O caso foi arquivado secretamente, e só tornou a público depois da queda do muro de Berlim, nos anos 90. Diversas teorias foram avançadas desde aí, mas mesmo as mais exóticas, que incluíam um ataque de yeti, um ataque de tribos locais, um incidente com ovnis, etc... todas elas acabam por deixar pontas soltas, sem grande explicação. 
Um investigador russo, Lev Ivanov, escrevera no relatório terem sido vítimas de "uma desconhecida força elementar que tinham sido incapazes de ultrapassar", e afirmaria depois pensar que se tinham tratado de ovnis, dado o relato de outro grupo de montanhistas, afastado, que reportara ter visto "bolas de fogo no céu".
Uma teoria mais aceite é que poderiam ter sido vítimas de uma experiência militar soviética, envolvendo um novo tipo de arma (ultrassons, radiação), que desconheceria a presença do grupo no local. Mas ainda que isso pudesse explicar uma parte do sucedido - o pânico, dificilmente explicaria o caso do corpo que foi encontrado mutilado.

1 comentário:

  1. Em Julho de 2020, as autoridades russas "fecharam o assunto", após investigação reiniciada no ano anterior.

    https://www.sabado.pt/mundo/detalhe/61-anos-depois-o-misterio-dos-nove-estudantes-mortos-na-siberia-foi-resolvido

    Dizer-se que "o mistério dos nove estudantes mortos na Sibéria foi resolvido" é uma forma das autoridades russas encerrarem o processo burocrático legal, que estava a ser movido pelas famílias. É claro que uma explicação por acidente resultante de avalanche e a morte de todos por hipotermia, dificilmente explica o que foi encontrado.

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