terça-feira, 18 de junho de 2019

Pan-demónio

Uma semi-surpresa nas últimas eleições, foi a eleição de um deputado do PAN (pessoas, animais e natureza), fazendo-se crer que tal ideologia teria qualquer coisa de novo.
Como é óbvio, o respeito pelos animais, etc, não é ideia nova... mas será menos conhecido que teve um dos maiores suportes no Partido Nazi. 

Goering proibe a vivisecção animal,
e os animais respondem com a saudação nazi.
A Alemanha nazi tornou-se pioneira em protecção dos animais, sendo o primeiro país a banir vivisecção animal em 1933, conforme se pode ver num panfleto nazi ilustrativo...


Aliás Goering ia mais longe, anunciando que havia a necessidade de leis para proteger os animais (na sua criação, transporte, etc) e mostrar simpatia pelo seu sofrimento, devendo isto ser leis de humanidade. 


Acresce que Hitler, a partir de 1938, tornou-se vegetariano convicto, e teria como um objectivo o fim da chacina animal para consumo humano, após a guerra.

Além de todas estas virtudes que o PAN enaltece, o líder nazi também promoveu que o tabaco e o álcool fossem banidos da sociedade alemã.


Portanto, em poucas palavras, Hitler estava completamente alinhado com a ideologia actual do politicamente correcto, pelo menos no que diz respeito à protecção de animais, ambiente, anti-tabagismo e até anti-alcoolismo. Quem sabe, seria talvez defensor das "alterações climáticas", caso o assunto fosse à época abordado.

Do lado do menos politicamente correcto, estava o destino que Goering preconizava para quem desrespeitasse as leis que protegiam os animais: campos de concentração. 
Portanto, a humanidade ideal nazi passava por tratar humanos abaixo de cão.

Agora, o PAN optou por algo semelhante. 
Num artigo de Daniel Oliveira, "Mendigo abaixo de cão", citamos o seu comentário certeiro (para variar) a propósito da caricata regulamentação animal que o PAN propôs à Assembleia Municipal de Lisboa:
Noutra norma, o regulamento pede para, quando se retira o animal ao seu dono, “ter em conta a dor ou sofrimento que pode ser causado ao animal resultante da sua ligação afetiva ao detentor ou a outros animais”. Não tem uma linha sobre a dor ou sofrimento causado ao dono. É como se os animais passassem a ocupar, no ordenamento jurídico, o lugar das crianças, com o seu bem-estar à frente do ser humano adulto. Na realidade, é assim mesmo que o PAN vê as coisas.
Atendendo ao grotesco caso do pitbull Zico, neste "progressismo" demente os animais estão mesmo acima das crianças, pois nem sequer a morte de um bebé os sensibilizou, conseguindo projectar na besta agressora a personificação de um anjo vítima da sociedade.

Nada disto surpreende quem estiver mais atento, porque demagogicamente é fácil proclamar-se "progressista" com ideias que têm milhares de anos. O respeito pelos animais, levado ao ponto do vegetarianismo, é uma filosofia que tem na Índia adeptos há milhares de anos. Aliás, já falámos aqui do caso Bisnau, em que a protecção da vida era levada mais longe, incluindo as árvores.
Os nazis inventaram um mito ariano com raízes indo-europeias, em que o aspecto vegan se encaixava bem, especialmente comparando com a prática kosher judaica, e similares árabes (ou até cristãs), onde os animais eram sangrados em sofrimento até à morte. O aspecto vegetariano vestia assim uma capa de superioridade ética e moral, na conduta animal, que acompanhava de mãos dadas com o lado negro do desrespeito pela vida humana.

Claro que as ideias de respeito e protecção dos animais e da natureza são excelentes.
Não será por serem defendidas por gente com fusíveis queimados, que passam a ser más.
Simplesmente também não é por idiotas defenderem boas ideias que passam a ser modelos sensatos.
Os nazis tiveram algumas excelentes ideias, mas também puseram a humanidade abaixo de cão.
Ora, quando o ganir canino toca mais que o choro humano, a ameaça à humanidade está presente.

Na melhor das hipóteses, estes grupos sociais resultam de malta que anda à procura de uma causa, de um grupo de fidelidade para socializar, e o pretexto de defender animais é apenas um entre muitos, como seria apanhar beatas, fumar charros, beber imperiais, ou evitar a extinção dos gambuzinos.
Na pior das hipóteses, têm mesmo os fusíveis queimados e não há recuperação racional possível.

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