É conhecida a associação fonética entre "Paquistão" e "Pr'aqui estão"!
As reportagens da CNN eram repetidas por todas as televisões, e à época não me lembro de ninguém duvidar da veracidade das imagens. Entretanto, parece que algum empregado da CNN conseguiu fazer sair as imagens, e instalou-se a polémica. Na wikipedia ficou apenas uma discussão de não aprovação:
Mas há outros sítios (exemplo 1, exemplo 2) onde se referiu o assunto, convenientemente abafado.
Há, como habitual, tentativas de "compor a coisa", dizer que o cenário de estúdio era no Hotel Dhahran, mas enfim... até poderia ser, só que o ecrã azul desaparece, para dar lugar à imagem de fundo:
Isto, é claro, para não falar de todo ambiente de gozo, inclusive colocando a cabeça de um boneco Ken (da Barbie) na altura em que o vice presidente Dan Quayle falava da base naval de Mayport... e outras referências, ao modelo Scud com "Larry King Show" or "Bust" (Apanhado).
Será caso único? É claro que não é, e estamos carecas de saber sobre a manipulação mediática.
Um momento hilariante foi quando Jon Stewart se referiu a uma encenação de comunicação via satélite, feita também pela CNN.
Conforme diz Jon Stewart
Abanar o Cão...
Wag the Dog (Manobras na Casa Branca) é um filme de 1997, e talvez o que melhor mostra, de forma explícita, até que ponto pode ir o circo mediático para efeitos de manipulação da opinião pública.
Neste filme a situação vai ao ponto de se inventar uma fictícia guerra nos Balcãs, para virar as sondagens e dar a vitória numa eleição presidencial... Lembramos que este filme é anterior à vitória de G.W. Bush e portanto a população americana ainda poderia acreditar que havia alguma verdade nas eleições - ainda que tudo o resto fosse falso.
Tudo é feito com poucas imagens dessa suposta guerra, repetidas até à exaustão, muito comentário, muitos factos secundários. A manipulação não vive do suposto facto, vive da reacção comum da população ao mesmo evento difundido. Por isso, a certa altura, é mais importante mostrar que todos estão sintonia (episódio do "Old Shoe"), para que quem não esteja se sinta desintegrado.
Este filme tem vindo sucessivamente à baila, num período em que cada vez é mais evidente a manipulação despótica da sociedade, ao estilo do que previra Aldous Huxley no seu Brave New World.
Outro episódio recente onde foi percebida esta manipulação exagerada foi com o caso Sandy Hook, onde foi observado que os consternados pais, pareciam ser afinal meros actores (rindo e fazendo movimentos de concentração, antes de irem para o ar)... isto para além de inúmeros outros detalhes (não se viram corpos, nem foram identificadas vítimas, apenas uma foto circulou abundantemente, havia um check-in no local, o drama tinha sido comunicado antes de ocorrer, etc...)
Continua...
Portanto, não devemos negligenciar que estas grandes encenações continuam. Seja sob a forma de aviões que desaparecem, reaparecendo ou não, seja sob forma de eventos que causam drama público, e que justificam determinadas acções.
Nem sequer é preciso mencionar mais casos, afinal o 911 é apenas o modelo mais conhecido... da Porsche.
... porém
Há uma coisa bastante curiosa, relativamente a velhas e a novas imagens.
Quando revemos filmes de ficção científica antigos, é muitas vezes constrangedor ver os maus efeitos especiais, como se passados uns anos tivéssemos ganho uma nova percepção para identificar cenas mal feitas, encenações demasiado evidentes. Não é apenas aquilo que em criança nos parecia como monstro verosímil e em adulto passa a ser apenas um peluche feio... é também toda a percepção mais apurada, mesmo entre adultos. Mesmo a encenação da CNN no Golfo, com as máscaras de gás e o capacete, que passou nas TVs nos anos 90, parece-nos hoje ridícula. Não foi apenas porque o cinema evoluiu - a nossa capacidade crítica de ver defeitos nas encenações também aumentou.
Por isso, se as "produções especiais" ganharam maior capacidade técnica, também a populaça ganhou maior capacidade crítica... e isto foi quase de um momento para o outro, no espaço de poucos anos. É também por isso que a NASA tem agora mais dificuldade em passar os filmes antigos... aqueles saltinhos na Lua já parecem efeitos especiais de 2ª categoria quando os vemos de novo.
Iraqui... ir aqui
Porém, há uma outra que ganha algum sentido, o americano "Iraqui" é afinal um "Ir Aqui"...
Porém, há uma outra que ganha algum sentido, o americano "Iraqui" é afinal um "Ir Aqui"...
Terá sido mesmo um "ir lá sem sair daqui", pelo menos no caso de Charles Jaco, um repórter da CNN que era suposto estar na Arábia a cobrir a Guerra do Golfo em 1991, mas afinal estaria num cenário de estúdio... em imagens difundidas internacionalmente.
As reportagens da CNN eram repetidas por todas as televisões, e à época não me lembro de ninguém duvidar da veracidade das imagens. Entretanto, parece que algum empregado da CNN conseguiu fazer sair as imagens, e instalou-se a polémica. Na wikipedia ficou apenas uma discussão de não aprovação:
Mas há outros sítios (exemplo 1, exemplo 2) onde se referiu o assunto, convenientemente abafado.
Há, como habitual, tentativas de "compor a coisa", dizer que o cenário de estúdio era no Hotel Dhahran, mas enfim... até poderia ser, só que o ecrã azul desaparece, para dar lugar à imagem de fundo:
Isto, é claro, para não falar de todo ambiente de gozo, inclusive colocando a cabeça de um boneco Ken (da Barbie) na altura em que o vice presidente Dan Quayle falava da base naval de Mayport... e outras referências, ao modelo Scud com "Larry King Show" or "Bust" (Apanhado).
Será caso único? É claro que não é, e estamos carecas de saber sobre a manipulação mediática.
Um momento hilariante foi quando Jon Stewart se referiu a uma encenação de comunicação via satélite, feita também pela CNN.
The Daily Show calls out CNN (ver após 50 seg)
Ashley from a parking lot in Phoenix, reporting via satellite with Nancy Grace, who seem to be in the same parking lot, in Phoenix. Basing that, of course, in the fact that the cars that are passing by Ashley location box also appear to be passing by in Nancy Grace's box.
Who does that?
The audicity of "something even resembling a news organization" to pretend that a correspondent is in an entirely different location. when in fact that correspondent is no more than a few feet away... maybe in the very same studio, for all we know.
Pretty shameful!
É claro que as estações televisivas mentem descaradamente, mesmo as supostas serem mais respeitáveis, e tanto sobre os assuntos mais delicados, como sobre os mais corriqueiros. O que nem sempre é fácil é serem apanhadas em flagrante...
E é claro, como o circo ainda está em funcionamento, não convém que a populaça saiba destas palhaçadas.
Wag the Dog (Manobras na Casa Branca) é um filme de 1997, e talvez o que melhor mostra, de forma explícita, até que ponto pode ir o circo mediático para efeitos de manipulação da opinião pública.
Neste filme a situação vai ao ponto de se inventar uma fictícia guerra nos Balcãs, para virar as sondagens e dar a vitória numa eleição presidencial... Lembramos que este filme é anterior à vitória de G.W. Bush e portanto a população americana ainda poderia acreditar que havia alguma verdade nas eleições - ainda que tudo o resto fosse falso.
Tudo é feito com poucas imagens dessa suposta guerra, repetidas até à exaustão, muito comentário, muitos factos secundários. A manipulação não vive do suposto facto, vive da reacção comum da população ao mesmo evento difundido. Por isso, a certa altura, é mais importante mostrar que todos estão sintonia (episódio do "Old Shoe"), para que quem não esteja se sinta desintegrado.
Este filme tem vindo sucessivamente à baila, num período em que cada vez é mais evidente a manipulação despótica da sociedade, ao estilo do que previra Aldous Huxley no seu Brave New World.
Outro episódio recente onde foi percebida esta manipulação exagerada foi com o caso Sandy Hook, onde foi observado que os consternados pais, pareciam ser afinal meros actores (rindo e fazendo movimentos de concentração, antes de irem para o ar)... isto para além de inúmeros outros detalhes (não se viram corpos, nem foram identificadas vítimas, apenas uma foto circulou abundantemente, havia um check-in no local, o drama tinha sido comunicado antes de ocorrer, etc...)
Continua...
Portanto, não devemos negligenciar que estas grandes encenações continuam. Seja sob a forma de aviões que desaparecem, reaparecendo ou não, seja sob forma de eventos que causam drama público, e que justificam determinadas acções.
Nem sequer é preciso mencionar mais casos, afinal o 911 é apenas o modelo mais conhecido... da Porsche.
... porém
Há uma coisa bastante curiosa, relativamente a velhas e a novas imagens.
Quando revemos filmes de ficção científica antigos, é muitas vezes constrangedor ver os maus efeitos especiais, como se passados uns anos tivéssemos ganho uma nova percepção para identificar cenas mal feitas, encenações demasiado evidentes. Não é apenas aquilo que em criança nos parecia como monstro verosímil e em adulto passa a ser apenas um peluche feio... é também toda a percepção mais apurada, mesmo entre adultos. Mesmo a encenação da CNN no Golfo, com as máscaras de gás e o capacete, que passou nas TVs nos anos 90, parece-nos hoje ridícula. Não foi apenas porque o cinema evoluiu - a nossa capacidade crítica de ver defeitos nas encenações também aumentou.
Por isso, se as "produções especiais" ganharam maior capacidade técnica, também a populaça ganhou maior capacidade crítica... e isto foi quase de um momento para o outro, no espaço de poucos anos. É também por isso que a NASA tem agora mais dificuldade em passar os filmes antigos... aqueles saltinhos na Lua já parecem efeitos especiais de 2ª categoria quando os vemos de novo.
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