segunda-feira, 18 de março de 2019

Apanhados do Clima

Na passada sexta-feira, decorreu uma daquelas pseudo-acções "espontâneas", muito bem organizadas, neste caso, servindo para arrastar jovens para uma inédita greve sobre "alterações climáticas".

Para quem gosta da história da carochinha, o pseudo-protesto arranjou uma protagonista sueca de 16 aninhos... que entretanto, e como se não bastasse a tonalidade kitsch da estação, nestas "pseudo-globalizações espontâneas", já a vemos como nomeada a candidata para o Nobel da Paz.

Portugal, é claro não deixou de agremiar a malta para o mesmo balir, neste caso em formato juvenil. 
O uso de cabritinhos para propagar ideologia tem uma longa tradição, que remonta aos balillas italianos, à juventude hitleriana, ou à mocidade portuguesa, para falarmos apenas no caso dito fascista, onde foi mais conhecido o empenho na lavagem de cérebro, desde tenra idade. 
É claro que na outra mão, na esquerda, teríamos as juventudes comunistas internacionais, e também é bem conhecido o uso de jovens na recruta fundamentalista islâmica, etc...

O que normalmente é claro, é que quando falham outros argumentos, a agremiação de membros jovens para um fanatismo de grupo, é um típico processo, já na fase perigosa e desesperada.

Em termos mais científicos, já falei sobre o assunto nos postais "Snowmageddon".
Mas, como a coisa já começa a atingir a formação da cabeça dos nossos petizes, talvez seja oportuno deixar aqui mais alguns dados objectivos.

Conforme argumentou Ivar Giaever, a manipulação de dados sobre o aumento de temperatura planetária é simplesmente baseado no uso de mais medições, cujo local é seleccionado. Se quisermos aumentar a temperatura em Portugal basta fazer novas medições no Alentejo, e se quisermos diminuir, basta fazer mais medições em montanha, na Serra da Estrela ou arredores.

Raramente vemos as temperaturas de uma cidade analisadas ao fim destes últimos anos.
Com base nos dados da Pordata, podemos ver concretamente o que se passou, antes dos dados serem tratados para a narrativa conveniente.

Por exemplo, pegando em Viana do Castelo, com medições desde 1970, vemos que o máximo foi em 1995 e 1997 com 16.2ºC e desde 2014 que a temperatura média anual é inferior a 15ºC.
Ora, como Viana do Castelo não está propriamente fechada numa estufa fria, vejamos o que foi acontecendo nas diversas estações metereológicas:
Variação da média das temperaturas máximas (Viana, Lisboa, Faro e Funchal) 
e da média das temperaturas mínimas (Bragança, Porto, Castelo Branco, 
Angra do Heroísmo), desde 1960 a 2018. [fonte: Pordata]

Podemos concluir da análise destes gráficos que houve um aumento preocupante da temperatura?
Claro que não. No máximo só se poderia inferir isso no caso do Porto e de Angra do Heroísmo, no que diz respeito a um pequeno aumento da temperatura mínima. Mas isso já não se conclui em Bragança ou em Castelo Branco.

Convém ainda notar que estes dados começam nos anos 1960, quando em 1970 se falava até num possível início de uma "Idade do Gelo"... ou seja, numa altura em que os valores observados da temperatura eram muito baixos. 

Se quisermos pegar em dados para Portugal inteiro, podemos ver uma compilação que apareceu no Público em 2013, para os meses de Verão, para concluir que não houve grande alteração. 
Em 1951 foram registados 22.9ºC e em 2013 aparecia 22.0ºC (com um máximo em 2005 de 23.4ºC). 

Só que quando falamos de dados em Portugal, falamos de que valores? 
Dos valores medidos só em Lisboa, Porto e Faro, ou falamos dos valores medidos em novas estações que foram sendo introduzidas? 
Faz sentido fazer uma média se juntarmos mais estações, mais no sul do que no norte?
É claro que se juntarmos mais estações no sul, a temperatura vai aumentar.
Da mesma maneira que se quisermos fazer uma média do peso dos portugueses, é natural que aumente se juntarmos indivíduos gordos, e diminua se incluirmos indivíduos magros. 
Estamos a falar deste tipo de truques básicos e rasteiros, que é praticado sem critério, e com uma pseudo-capa científica.

Portanto, quando se fala do aumento global, isso corresponde a uma efectiva e propositada falha de método científico de cálculo, que permite toda a especulação, com direito aos aproveitamentos comerciais que foram sendo instalados.

Que estas coisas apareçam agora com a vinda da Primavera, quando a temperatura começa de novo a subir, pois isso é só mais um hábito recorrente, que indicia bem toda a má fé aparente, e inerente ao processo.

Nem sequer estou a dizer que há ou deixa de haver algum aumento de temperatura. Com os dados que vejo, o que se pode concluir é que a temperatura tem-se mantido razoavelmente estável, e isso sim, é até surpreendente pela pouca variação.

Toda a especulação científica que se tem gerado, agora metendo as crianças ao barulho, que sabem pouco mais que nada, pois isso descreve-se apenas numa palavra - vergonhoso!

8 comentários:

  1. Boa noite caro Da Maia,

    É realmente um assunto controverso mas deixe-me apontar o seguinte. As temperaturas até podiam ser tiradas em Beja ou Santarém provavelmente as capitais mais quentes do país, desde que a medição seja sempre no mesmo local e na mesma data de ano para ano, dá para se tirar conclusões relativamente acertadas. Pessoalmente não considero que essas vagas de frio momentâneas em que cai muita neve em curto espaço de tempo e duram uma semana ou pouco mais sejam sinónimo de arrefecimento global assim como não considero aquelas ondas de calor momentâneas e de pouca duração como aconteceu durante o Verão passado durante 3 ou 4 dias sejam por outro lado sinónimo de aquecimento global. Não, penso que temos de olhar para o panorama geral e a longo prazo. O árctico parece estar-se a tornar mais frio mas isso deve-se ao buraco de ozono porque o resto do planeta parece estar a aquecer e isso vê-se pelo descongelamento dos glaciares no antárctico. Afinal se não for devido a aquecimento porque descongelam eles? Na minha opinião o Ivar Giaever recebeu uma bom extra para a reforma pela sua intervenção na palestra anti teoria do aquecimento global patrocinada muito provavelmente por alguma companhia petrolífera. Aliás ao exaltar a extracção de crude escondeu mal as suas verdadeiras motivações. O que eu constato é que desde miúdo que chove bastante menos. Talvez devido ao aumento de poluição e a menos áreas florestais que criem humidade mas ao existir menos pluviosidade, logo menos água isto significa forçosamente menos frio logo mais calor e claro que isto acentua-se mais quanto mais afastados dos pólos estiverem os territórios. Olhe neste Inverno não acendi o aquecedor um único dia, mesmo no quarto do puto não o acendi, simplesmente não fez "frio" que o justificasse.

    Por tudo isto não tenho tanta certeza se a teoria do aquecimento global é assim tão descabida. Afinal quem lucraria? Ar condicionados tanto aquecem como arrefecem, as notícias têm tanto por onde pegar/alarmar. Enfim vejamos como se irá desenrolar este episódio.

    Ab

    JR

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    1. Caro João, só reparei agora nas suas respostas agora.
      As nossas memórias não são propriamente muito fiáveis, mas ajudam a colocar questões.
      Quando foi a eleição de Al Gore vs. G. W. Bush, eu disse a amigos que tinha nos EUA que não voltava lá enquanto o Bush fosse presidente.
      Portanto, estava bem sintonizado no discurso de Al Gore, e acreditei que as medições que eles estavam a fazer eram um trabalho sério. Na realidade, acabei por ir ainda aos EUA antes da 2ª Guerra do Golfo, mas dei-me mal com as restrições no aeroporto de LA, e só voltei aos EUA em 2009, quando o Obama ganhou as eleições.
      Portanto, enquanto pessoa que já acreditou na tanga do aquecimento global, e nas outras tangas, percebo perfeitamente que seja fácil seguir os "consensos científicos".
      Mas depois, quando se colocam questões, eu não fico satisfeito com as respostas ou não-respostas que são dadas.

      Para confirmar cientificamente o tal "aquecimento global", deve-se fazer justamente o que aqui fiz. Pegar em cidades que tenham um registo de temperatura antigo, e comparar a variação cidade a cidade.
      O João viu alguma vez isso feito? Eu não vi, e digo-lhe mais. É difícil encontrar variações de temperatura anual para diversas cidades, quando não deveria ser, deveria ser fácil, porque essa deveria ser a prova exibida a quem duvidasse.
      Não há nenhuma prova exibida, só há um "diz que disse" pseudo-científico, de uma temperatura global que mudou dramaticamente depois de 1990, com o fecho das estações de temperatura da URSS.
      Veja este gráfico, que encontrei agora:

      https://www.uoguelph.ca/~rmckitri/research/nvst.html

      Indica claramente que a média da temperatura global aumentou com um salto em 1990, quando fecharam 6000 das 12000 estações. Só isso fez aumentar 2ºC a temperatura média medida no planeta.

      Eu já vi como se desenrolou o episódio, porque as notícias alarmistas estão aí há 20 anos, a dizer que daqui a 20 anos iríamos ver o que se iria passar:
      https://odemaia.blogspot.com/2018/09/snowmageddon-6-coiros-e-coros.html

      Já se passaram os tais 20 anos, e o que continua é o mesmo fandango alarmista, que quanto mais não seja peca por ser ultra-exagerado.
      Até eu, já tinha na escola secundária sensibilização para os problemas ambientais, ou seja, isso já existe desde o fim dos anos 70.
      Lembro-me perfeitamente do drama dos CFC e da camada de ozono.
      Acho excelente que se sensibilize a população para o problema da poluição, mas acho igualmente detestável que se minta descaradamente, com propósitos económicos.
      Abraço,
      da Maia

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  2. Boa tarde caro Da Maia,

    O Inverno deste ano não é propriamente uma “recordação” mas concordo que estações anormais tenham existido sempre.

    Eu aceito que existam interesses económico-financeiros por detrás da teoria do aquecimento global mas o facto de existir alguém a tentar ganhar dinheiro com o aquecimento global não prova que ele não exista. Há e haverá sempre alguém a ver oportunidade de enriquecimento mesmo nas mais detestáveis circunstâncias. Quanto às medições que existem poucas ou muitas parecem indicar maioritariamente como resultado o aumento da temperatura global. A dúvida sobre a não veracidade da teoria surge-me também porque acho que aqueles que mais a deveriam encobrir são precisamente aqueles que a divulgam. Por exemplo os Estados Unidos da América que deveriam ser contra a teoria para poderem poluir à vontade do freguês rasgando tratados de kyoto e afins são precisamente aqueles que a provam como real através até de organizações governamentais como a Nasa.

    https://climate.nasa.gov/vital-signs/global-temperature/

    Eu acho que estamos precisamente a atingir o ponto de que nos avisavam há vinte anos atrás e que todos os fenómenos climatéricos extremos que são cada vez mais recorrentes nos têm vindo a provar. Talvez a premonição não tenha sido exacta e o mundo ainda roda mas isso não invalida que as coisas não estejam bem piores, mais quentes e a piorar.

    Eu vejo a teoria do aquecimento pelo menos como uma possibilidade mas enfim concordamos com a necessidade de consciencialização e actuação contra o problema da poluição.

    Ab

    JR

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    1. Caro João,
      não usei a ideia de haverem interesses financeiros para justificar uma coisa ou outra. Normalmente, o que acontece, é que são apenas invocados os interesses financeiros pelo lado dos lobbies petrolíferos, etc. Apenas quis fazer notar que há também interesse financeiro do lado "ambientalista", que é altamente manipulado, usando especialmente o pessoal mais jovem.
      A pressão ambientalista é colocada agora sobre os países em desenvolvimento, como não foi colocada antes sobre os países que a impõem. Os maiores visados no acordo de Quioto são a China, a Índia, Indonésia, etc... países que não se pretende que comecem a consumir da mesma forma que o Ocidente consome. E há razões ambientais para isso, é claro, mas o problema é também o domínio económico ocidental.
      Nos EUA tem um grupo forte, industrial, que não alinha com as políticas globais do sector financeiro. O sector financeiro é quem domina praticamente toda a política mundial, é um sector liberal, mais associado aos democratas do que aos republicanos. O sector industrial tem um grande peso na economia interna, é mais conservador e ligado aos republicanos, e não achou piada à deslocalização da produção - por isso fez por eleger Trump. Mas de um modo geral, quer republicanos, quer democratas, estão fortemente ligados a Wall Street, e por isso alinham muito mais na economia global do que no proteccionismo de Trump.
      A NASA, assim como a maioria das universidades americanas, estão muito ligadas ao sector financeiro, alinham na globalização, e vão definindo o que é e o que não é politicamente correcto, a nível mundial.

      O que me preocupa é que nunca pensei que fosse assistir a uma total estagnação do desenvolvimento mundial, e isto vai trazer consequências.
      Nos últimos 40 anos a sociedade estagnou no seu desenvolvimento, como nunca tinha acontecido antes (excepto na Idade Média). Só a internet e os telemóveis é que fazem crer o contrário...
      Abç

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  3. Bom dia caro Da Maia,

    Fora interesses económicos continuo a pensar que o aquecimento global poderá ser real e preocupante mas agradeço a exposição bastante esclarecedora, deu para perceber o panorama geral da coisa.

    Obrigado.

    JR

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    1. A propósito... há agora pseudo-notícias de « Seca em Maio ».
      Manipulação descarada, surgem títulos nos diversos jornais hoje:

      - Maio agrava situação de seca (Observador)
      - Maio extremamente quente e seco agrava situação de seca meteorológica (Publico e JN - têm exactamente o mesmo título - LOL)

      Ao mesmo tempo, as televisões fizeram disto noticiário matinal.

      Não interessa nada que Abril tenha sido um mês chuvoso, muito mais chuvoso (120 mm) que a média da época do ano (80 mm). Interessa agora Maio, para a conversa da "SECA".

      Seca? Mas que raio de seca é esta? Diz o IPMA:
      Situação de seca meteorológica fraca a moderada em setembro e outubro 2018. No final de novembro não existia seca meteorológica em todo o território, no entanto, a partir do final de dezembro cerca de 53% do território estava em seca fraca, situação que foi agravando gradualmente até ao final de março, mas que no final de abril diminuiu significativamente.


      https://www.ipma.pt/pt/oclima/observatorio.secas/pdsi/monitorizacao/evolucao/

      Seca "fraca a moderada"?
      Em Setembro e Outubro havia "seca", depois como em Novembro choveu muito, a "seca" desapareceu. Mas depois voltou em Março, em Abril desapareceu...
      Isto é SECA dia-sim-dia-não.

      Mas há algum problema?
      - Não, nenhum!
      Só há na cabeça desta malta doente.

      A palavra de ordem é "SECA". Se os valores estão abaixo da média, temos "seca". Se não estão, pois então deviam dizer "inundação", mas aí não dizem nada, porque a palavra de ordem permitida é só "seca".
      Entrámos na manipulação de dados, que os políticos adoram...

      Repare que não se diz "monotorização do nível de água", diz-se "monotorização da seca", para que a palavra "seca" esteja sempre presente.

      Vejamos as barragens:
      https://snirh.apambiente.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.3

      Acontece que em Maio há 4 zonas com mais água do que a média, e 8 zonas com menos água do que a média. Poderia dizer-se que há 4 zonas em "inundação" e 8 zonas em "seca", mas o registo é só para a "seca".

      Com efeito, temos barragens do Minho com mais água que o habitual, e só no barlavento algarvio se pode considerar que há duas ou três barragens com menos água (56% em vez de 80%). Tudo o resto é normalíssimo, com variações mínimas/ridículas, que podem estar associadas à gestão de água em cada barragem.

      Isto tudo só tem um nome - "manipulação noticiosa da informação".

      Tudo isto é tanto mais ridículo, quanto se anuncia a chegada de uma tempestade, a chamada "depressão Miguel", e portanto temos as notícias:

      https://www.msn.com/pt-pt/video/ver/chuva-forte-vento-inundações-depressão-miguel-chega-a-portugal/vp-AACrUGR

      Ou seja, ao mesmo tempo que se anuncia "chuva e inundações", que tal uma notíciazinha de "seca", para desenjoar?

      Isto é mais que ridículo, é uma tristeza...

      Abraço.

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  4. Bom dia,

    Como em tudo actualmente também as notícias climáticas não se podem levar demasiado a sério. Tudo é exagero e alarmismo com o intuito de vender mais ou ser o mais visto. Eu não ligo muito a essas coisadas simplesmente constato o dia a dia e pesquisando em uma ou outra fonte de informação que me pareça mais fidedigna tiro as minhas conclusões ou simplesmente ignoro. Acho que isto está a chegar a um ponto em que se aceita como "normal" os alarmismos noticiários sem que ninguém os leve muito a sério. Quero dizer, os jornalistas sabem que o que estão a reportar é falso e exagerado mas também sabem que os leitores o sabem também e vive-se assim neste lusco fusco de mentira e estupidez reflexo da superficialidade, falsidade e falta de valores da sociedade contemporânea.

    Ab.

    JR

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