Na passada sexta-feira, decorreu uma daquelas pseudo-acções "espontâneas", muito bem organizadas, neste caso, servindo para arrastar jovens para uma inédita greve sobre "alterações climáticas".
Para quem gosta da história da carochinha, o pseudo-protesto arranjou uma protagonista sueca de 16 aninhos... que entretanto, e como se não bastasse a tonalidade kitsch da estação, nestas "pseudo-globalizações espontâneas", já a vemos como nomeada a candidata para o Nobel da Paz.
Portugal, é claro não deixou de agremiar a malta para o mesmo balir, neste caso em formato juvenil.
O uso de cabritinhos para propagar ideologia tem uma longa tradição, que remonta aos balillas italianos, à juventude hitleriana, ou à mocidade portuguesa, para falarmos apenas no caso dito fascista, onde foi mais conhecido o empenho na lavagem de cérebro, desde tenra idade.
É claro que na outra mão, na esquerda, teríamos as juventudes comunistas internacionais, e também é bem conhecido o uso de jovens na recruta fundamentalista islâmica, etc...
O que normalmente é claro, é que quando falham outros argumentos, a agremiação de membros jovens para um fanatismo de grupo, é um típico processo, já na fase perigosa e desesperada.
Em termos mais científicos, já falei sobre o assunto nos postais "Snowmageddon".
Mas, como a coisa já começa a atingir a formação da cabeça dos nossos petizes, talvez seja oportuno deixar aqui mais alguns dados objectivos.
Conforme argumentou Ivar Giaever, a manipulação de dados sobre o aumento de temperatura planetária é simplesmente baseado no uso de mais medições, cujo local é seleccionado. Se quisermos aumentar a temperatura em Portugal basta fazer novas medições no Alentejo, e se quisermos diminuir, basta fazer mais medições em montanha, na Serra da Estrela ou arredores.
Raramente vemos as temperaturas de uma cidade analisadas ao fim destes últimos anos.
Com base nos dados da Pordata, podemos ver concretamente o que se passou, antes dos dados serem tratados para a narrativa conveniente.
Por exemplo, pegando em Viana do Castelo, com medições desde 1970, vemos que o máximo foi em 1995 e 1997 com 16.2ºC e desde 2014 que a temperatura média anual é inferior a 15ºC.
Ora, como Viana do Castelo não está propriamente fechada numa estufa fria, vejamos o que foi acontecendo nas diversas estações metereológicas:
Variação da média das temperaturas máximas (Viana, Lisboa, Faro e Funchal)
e da média das temperaturas mínimas (Bragança, Porto, Castelo Branco,
Podemos concluir da análise destes gráficos que houve um aumento preocupante da temperatura?
Claro que não. No máximo só se poderia inferir isso no caso do Porto e de Angra do Heroísmo, no que diz respeito a um pequeno aumento da temperatura mínima. Mas isso já não se conclui em Bragança ou em Castelo Branco.
Convém ainda notar que estes dados começam nos anos 1960, quando em 1970 se falava até num possível início de uma "Idade do Gelo"... ou seja, numa altura em que os valores observados da temperatura eram muito baixos.
Se quisermos pegar em dados para Portugal inteiro, podemos ver uma compilação que apareceu no Público em 2013, para os meses de Verão, para concluir que não houve grande alteração.
Em 1951 foram registados 22.9ºC e em 2013 aparecia 22.0ºC (com um máximo em 2005 de 23.4ºC).
Só que quando falamos de dados em Portugal, falamos de que valores?
Dos valores medidos só em Lisboa, Porto e Faro, ou falamos dos valores medidos em novas estações que foram sendo introduzidas?
Faz sentido fazer uma média se juntarmos mais estações, mais no sul do que no norte?
É claro que se juntarmos mais estações no sul, a temperatura vai aumentar.
Da mesma maneira que se quisermos fazer uma média do peso dos portugueses, é natural que aumente se juntarmos indivíduos gordos, e diminua se incluirmos indivíduos magros.
Estamos a falar deste tipo de truques básicos e rasteiros, que é praticado sem critério, e com uma pseudo-capa científica.
Portanto, quando se fala do aumento global, isso corresponde a uma efectiva e propositada falha de método científico de cálculo, que permite toda a especulação, com direito aos aproveitamentos comerciais que foram sendo instalados.
Que estas coisas apareçam agora com a vinda da Primavera, quando a temperatura começa de novo a subir, pois isso é só mais um hábito recorrente, que indicia bem toda a má fé aparente, e inerente ao processo.
Nem sequer estou a dizer que há ou deixa de haver algum aumento de temperatura. Com os dados que vejo, o que se pode concluir é que a temperatura tem-se mantido razoavelmente estável, e isso sim, é até surpreendente pela pouca variação.
Toda a especulação científica que se tem gerado, agora metendo as crianças ao barulho, que sabem pouco mais que nada, pois isso descreve-se apenas numa palavra - vergonhoso!