O filho de Afrodite é Eros, mais conhecido por Cupido, enquanto filho de Vénus, na vertente romana.
Aphrodite's Child foi o nome da banda de Vangelis e Demis Roussos, que faria um considerável sucesso entre 1968 e 1972. Esse nome foi escolhido pelo representante da Mercury Records, e a ligação entre Mercúrio e Vénus, é próxima... ainda que Mercúrio ou Hermes, tenham maternidade em Maia (na vertente romana ou grega).
Com a Grécia mergulhada na Ditadura dos Coronéis, em 1967, a caminho de Londres, Vangelis (Evangelis) e Demis (Artemios) ficaram retidos em Paris, apanhados pelo Maio de 1968, de que se comemoram agora 50 anos.
O seu primeiro sucesso, "Rain and Tears" (uma adaptação de um tema barroco do Séc. XVII do compositor alemão Pachelbel), tornou-se um sucesso ligado aos protestos de 1968, segundo Demis Roussos, porque "rain and tears" lembrava aos jovens o gás lacrimogéneo usado pela polícia.
Com a Grécia mergulhada na Ditadura dos Coronéis, em 1967, a caminho de Londres, Vangelis (Evangelis) e Demis (Artemios) ficaram retidos em Paris, apanhados pelo Maio de 1968, de que se comemoram agora 50 anos.
O seu primeiro sucesso, "Rain and Tears" (uma adaptação de um tema barroco do Séc. XVII do compositor alemão Pachelbel), tornou-se um sucesso ligado aos protestos de 1968, segundo Demis Roussos, porque "rain and tears" lembrava aos jovens o gás lacrimogéneo usado pela polícia.
Aphrodite's Child - Rain and Tears (1968)
Face à figura magra que aparece no vídeo, pode não ser fácil reconhecer Demis Roussos, sendo mais volumosa a presença de Vangelis no teclado (de óculos escuros).
Ambos tiveram um sucesso enorme. Especialmente Vangelis, já que Demis Roussos, tendo um sucesso estrondoso na sua carreira a solo nos anos 70, não se adaptou bem à dinastia song que reinaria a partir dos anos 80. Fora desses circuitos mais juvenis, Demis Roussos tornou-se numa estrela incomparável para a geração de 40/50, eclipsando o circuito que distribuía então a música francesa e italiana - e que dominava uma certa distribuição discográfica europeia (neste caso a Philips).
Ambos tiveram um sucesso enorme. Especialmente Vangelis, já que Demis Roussos, tendo um sucesso estrondoso na sua carreira a solo nos anos 70, não se adaptou bem à dinastia song que reinaria a partir dos anos 80. Fora desses circuitos mais juvenis, Demis Roussos tornou-se numa estrela incomparável para a geração de 40/50, eclipsando o circuito que distribuía então a música francesa e italiana - e que dominava uma certa distribuição discográfica europeia (neste caso a Philips).
Demis Roussos - Forever and Ever
Não era difícil ouvir dizer que a sua voz era "divina", de tal forma as musas do monte rodopiante deixaram ali a sua marca. Mas, a partir dos anos 80 e 90, já praticamente só repetia os seus sucessos dos anos 70, e os delicados trinados que as musas lhe tinham deixado já não entravam numa cultura musical onde a bateria dominava.
Nesse aspecto, foi Vangelis muito mais bem sucedido, não porque abusasse da batida... aliás quer um, quer outro, não desdenharam a herança das puras melodias, mas especialmente porque se soube enquadrar bem no circuito anglo-saxónico, especialmente em bandas sonoras que lhe valeram prémios em Hollywood, nomeadamente o Óscar com "Chariots of Fire" (e o que é esse filme, sem a música?)...
Figura muito mais discreta do que espalhafatosa, ao contrário de Demis, aparece num vídeo da sua colaboração com o vocalista dos Yes, Jon Anderson. O álbum The friends of Mr. Cairo é um exemplo menos conhecido da genialidade de Vangelis.
Jon & Vangelis - The friends of Mr. Cairo (1981) - [versão completa aqui]
Mr. Cairo era um personagem secundário do filme The Maltese Falcon, com Humphrey Bogart, de que já falámos a propósito de Malta e Santelmo.
Mas, mesmo para os personagens mais abençoados pelas musas, Mercúrio pode ser hermético na divulgação do seu trabalho, e se Demis Roussos já nos deixou, Vangelis continua a produzir, ainda que não tenha necessariamente a divulgação que se esperaria, e que é tão bem gerida pelos mercadores dos nossos ouvidos.
Fica aqui o seu último trabalho de 2016, de nome Rosetta, a propósito da missão da ESA, que redundou no "estrondoso" sucesso de que aqui falámos (aliás ainda hoje deveríamos estar extasiados com as imagens que transmite do calhau onde caíu).
Vangelis (2016) Rosetta Mission - Origins
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