É uma perfeita estupidez começar por assumir que nós somos seres insignificantes num pequeno planeta, num minúsculo Sol, numa entre muitas galáxias... isso poderá ser um ponto de chegada conclusivo, mas nunca um ponto de partida reflexivo.
Porquê?
Porque podemos fechar os olhos e as gloriosas vistas desaparecem, o eremita pode isolar-se numa cela insonorizada para recusar o mundo exterior, mas nunca conseguirá fugir de si próprio.
Suponhamos agora que o eremita ao encontrar-se em sintonia consigo, em auto-suficiência, recusava o exterior. O que acontecia? Entrava num sonho enfabulado de si mesmo. Definiria o seu próprio universo. É também isso que compram as drogas, uma alucinação conveniente. Se essa alucinação não fosse atenuada pela ressaca, poderia ter um destino ainda mais vegetal.
Podemos acreditar ter ido à Lua ou à galáxia mais recôndita do universo, sem nunca ter saído do mesmo sítio... tudo depende do tipo de alucinação que se acorda.
É perfeitamente possível pegar numa pessoa, enfiá-la num simulador qualquer e fazer-lhe crer que andou na Lua. Como já dissemos, as velhas questões filosóficas sobre a ilusão dos sentidos, tornam-se cada vez mais exequíveis com os simuladores de realidade virtual.
A dualidade entre nós e o exterior é feita por aquilo a que se habituou chamar "sentidos".
No entanto, como sabemos, num sonho, ou numa alucinação, não precisamos dos olhos para vermos, não precisamos das pernas para andar, nem dos ouvidos para ouvir.
Sonho embalado
Ora, a velha questão filosófica era distinguir o sonho da realidade... já que nada impediria esta realidade de ser apenas um sonho. Para esse efeito, as respostas científicas valem zero, são profissões de fé.
Pior, as comunidades, os grupos, justificam-se diminuindo o indivíduo.
Glorificam heróis para representar o grupo, mas isso serve uma diminuição dos outros indivíduos.
Os grupos precisam de justificar-se pelas suas heranças.
Um grupo é sempre incompleto, porque não tem unidade nas diferenças individuais.
No máximo pode procurar unidade na forma de um líder... mas isso corresponderia a uma anulação efectiva dos restantes, surgindo como extensão corporal desse líder. Como a anulação dos restantes não se poderia efectivar, a menos de seres robotizados, a sua manifestação será sempre uma perturbação à unidade.
Por definição, a unidade existe apenas no indivíduo. É ele que agrega em si, de forma harmoniosa, diferentes manifestações mentais, que até poderiam corresponder a diversos indivíduos, como personagens num conto, mas que sabem conviver juntos num só corpo, num só cérebro.
pSismos
Que sentido tem um sujeito afirmar-se perante os outros como solipsista?
O bipsismo consiste em assumir que apenas existem estas duas entidades, ao invés de uma, e segue-se assim naturalmente ao solipsismo.
Porquê?
Porque podemos fechar os olhos e as gloriosas vistas desaparecem, o eremita pode isolar-se numa cela insonorizada para recusar o mundo exterior, mas nunca conseguirá fugir de si próprio.
Suponhamos agora que o eremita ao encontrar-se em sintonia consigo, em auto-suficiência, recusava o exterior. O que acontecia? Entrava num sonho enfabulado de si mesmo. Definiria o seu próprio universo. É também isso que compram as drogas, uma alucinação conveniente. Se essa alucinação não fosse atenuada pela ressaca, poderia ter um destino ainda mais vegetal.
Podemos acreditar ter ido à Lua ou à galáxia mais recôndita do universo, sem nunca ter saído do mesmo sítio... tudo depende do tipo de alucinação que se acorda.
É perfeitamente possível pegar numa pessoa, enfiá-la num simulador qualquer e fazer-lhe crer que andou na Lua. Como já dissemos, as velhas questões filosóficas sobre a ilusão dos sentidos, tornam-se cada vez mais exequíveis com os simuladores de realidade virtual.
A dualidade entre nós e o exterior é feita por aquilo a que se habituou chamar "sentidos".
No entanto, como sabemos, num sonho, ou numa alucinação, não precisamos dos olhos para vermos, não precisamos das pernas para andar, nem dos ouvidos para ouvir.
Sonho embalado
Ora, a velha questão filosófica era distinguir o sonho da realidade... já que nada impediria esta realidade de ser apenas um sonho. Para esse efeito, as respostas científicas valem zero, são profissões de fé.
Pior, as comunidades, os grupos, justificam-se diminuindo o indivíduo.
Glorificam heróis para representar o grupo, mas isso serve uma diminuição dos outros indivíduos.
Os grupos precisam de justificar-se pelas suas heranças.
Um grupo é sempre incompleto, porque não tem unidade nas diferenças individuais.
No máximo pode procurar unidade na forma de um líder... mas isso corresponderia a uma anulação efectiva dos restantes, surgindo como extensão corporal desse líder. Como a anulação dos restantes não se poderia efectivar, a menos de seres robotizados, a sua manifestação será sempre uma perturbação à unidade.
Por definição, a unidade existe apenas no indivíduo. É ele que agrega em si, de forma harmoniosa, diferentes manifestações mentais, que até poderiam corresponder a diversos indivíduos, como personagens num conto, mas que sabem conviver juntos num só corpo, num só cérebro.
pSismos
Que sentido tem um sujeito afirmar-se perante os outros como solipsista?
A posição do "eu" como única entidade decorre de uma deficiência da noção.
O "eu" só poderia ser considerado como único num universo estático.
Assim que há mudança, temos duas hipóteses: - ou o "eu" controla por completo essa mudança, ou ela é-lhe alheia.
Se controla por completo a mudança, não há nenhuma mudança... porque efectivamente já estava prevista antes, já existia em si conscientemente no momento anterior.
Vemos assim que a posição solipsista é puramente insustentável na existência de tempo.
Um solipsista coerente está congelado.
Daqui deveria seguir-se o bipsismo... mas o termo não existe, e há múltiplas definições de dualismo, nenhuma das quais ajustáveis muito ajustáveis ao que vou dizer. Talvez a mais próxima seja ontológica, no dualismo yin-yang do taoísmo, ou a uma dança de Xiva... mas mesmo assim usa uma definição temporal, passando mais a triplicidade.
Bipsismo.
Um solipsista coerente está congelado.
Daqui deveria seguir-se o bipsismo... mas o termo não existe, e há múltiplas definições de dualismo, nenhuma das quais ajustáveis muito ajustáveis ao que vou dizer. Talvez a mais próxima seja ontológica, no dualismo yin-yang do taoísmo, ou a uma dança de Xiva... mas mesmo assim usa uma definição temporal, passando mais a triplicidade.
Bipsismo.
Bom, mas o que é então este bipsismo?
Definida a consciência no "eu", aparece inevitavelmente o "não eu" - ou seja, tudo o que nos é alheio, sem um nexo remetido ao "eu".
Até aqui parece ser uma mera dualidade entre "eu" e "não-eu".
Começa por ter diferença, porque a própria noção temporal nos é alheia... não controlamos o tempo. Este "não-eu" surge assim como uma entidade imensa... englobando tempo, espaço, ideias, etc.
Até aqui parece ser uma mera dualidade entre "eu" e "não-eu".
Começa por ter diferença, porque a própria noção temporal nos é alheia... não controlamos o tempo. Este "não-eu" surge assim como uma entidade imensa... englobando tempo, espaço, ideias, etc.
O bipsismo consiste em assumir que apenas existem estas duas entidades, ao invés de uma, e segue-se assim naturalmente ao solipsismo.
Que estas duas entidades existem, é inegável, tão inegável quanto o "eu" existir.
A questão é saber se o "não-eu" tem que ser necessariamente múltiplo, ou pode ser visto como uma única entidade, nesta perspectiva dual.
A questão é saber se o "não-eu" tem que ser necessariamente múltiplo, ou pode ser visto como uma única entidade, nesta perspectiva dual.
O mais próximo que temos disso é a relação unipessoal com Deus, mas apesar de se dizer que está em a toda a parte, ninguém assume que Deus seja simultaneamente a vizinha, o padeiro, e o piriquito. Pode-se admitir "estar" temporariamente, mas não "ser".
Ora, aceitando que o "não-eu" é uma entidade conectada, entra-se na suprema "teoria da conspiração" - tudo o resto está em oposição... numa forma de Deus unipessoal, se quisermos. Só que os processos lógicos têm o reverso da medalha, e seria igualmente válido na perspectiva oposta, em que o "eu" passa a ser o "não-eu".
Bom, mas que entidade controla a relação entre o "eu" e "não-eu", a sua evolução?
Tripsismo
Ora, aceitando que o "não-eu" é uma entidade conectada, entra-se na suprema "teoria da conspiração" - tudo o resto está em oposição... numa forma de Deus unipessoal, se quisermos. Só que os processos lógicos têm o reverso da medalha, e seria igualmente válido na perspectiva oposta, em que o "eu" passa a ser o "não-eu".
Bom, mas que entidade controla a relação entre o "eu" e "não-eu", a sua evolução?
Tripsismo
O controlo da evolução por um "não-eu" remete pelo menos para uma entidade superior formada pelo par ("eu", "não-eu"), que não pertence a nenhum dos dois, a menos que se assumisse que o "eu" era uma subparte do "não-eu", algo contraditório por definição.
Automaticamente vemos que o "não-eu" é uma entidade de alguma forma circunscrita à lógica, e há noções perenes, automáticas, matemáticas, que escapam a qualquer controlo, seja do "eu" ou de um "não-eu" mais personalizado.
Assim, devemos falar no "eu", no "não-eu", e nos automatismos, lógicos e matemáticos, que circunscrevem os dois.
Na evolução temporal (cronos), para além de cada um, existe a fronteira (raia) que delimita.
É uma entidade independente, é o corte adamantino que faz a separação entre o "eu" e o "não-eu".
Sabemos que há alguma previsibilidade na evolução dessa linha fronteiriça, pelas leis da natureza, pela lógica, e assim a relação entre "eu" e "não-eu" não é arbitrária. Pode ser algo caótica, pelo que desconhecemos, mas é também algo ordenada pelo que conhecemos.
Assim, o supremo teórico da conspiração pode ficar descansado porque não há nenhum poder ilimitado do "não-eu" sobre o "eu". Um espírito racional tem meios inerentes para recusar o ilógico. O ilógico só tem existência temporária em discursos, em pensamentos, não pode ter existência na realidade.
Face ao bipsismo há uma pequena grande diferença - não se tratam de duas entidades que interagem de qualquer forma... há regras, e um caminho determinado para ambas.
A determinação não é pré-determinação, é um traço que já separou o "eu" do "não-eu", do princípio ao fim.
Qual fim?
O fim do "eu" apresentaria o "não-eu" como entidade única... no entanto tal coisa só se definiria como negação do "eu", e por isso o "eu" estaria inevitavelmente presente.
Esta dualidade é arbitrária. Passamos então ao outro lado do espelho.
O fim do "não-eu" apresentaria o "eu" como entidade única... no entanto tal coisa só se definiria como negação do "não-eu", e por isso o "não-eu" estaria inevitavelmente presente.
Esta segunda redacção é mais fácil de aceitar, porque nos parece absurdo poder eliminar o "não-eu", mas como vemos é só uma questão de mudar os nomes.
Os outros
Tudo isto parece esquisito, porque estou em terrenos de que ninguém fala ou ousa falar.
Na realidade, uma vez percebido, é simples.
Podemos prosseguir na análise do não-eu, continuando nas divisões.
Uma divisão óbvia é assumir que o não-eu é composto de várias entidades não ligadas. No entanto isto é uma pura suposição de vivência, não há nenhuma certeza que nos diga que o padeiro, a vizinha e o piriquito são personagens diferentes e não são emanações da mesma entidade. É claro que todos vão dizer que não são... mas é essa consistência que temos que concluir, e não assumir. Até porque os próprios não poderiam fazer crer diferente, pela consistência do seu papel.
Como tivemos oportunidade de referir no texto Truman a hipótese de um indivíduo estar sozinho, sendo completamente manietado por um exterior organizado, é teoria de conspiração, mas também hipótese de inegável consistência. Só que quanto mais o exterior se define em função do interior, maior é a potência do impotente. A dualidade torna-os equipotentes lógicos.
Já concluímos que o "eu" tem que assumir pelo menos a existência de um "outro", e será uma entidade igualmente inteligente porque responde dessa forma. É inútil pensar que o que se nos opõe ou é mais ou é menos inteligente. A inteligência está definida à medida do receptor, e por isso o receptor tem a inteligência necessária para o seu completo entendimento do seu universo. Isso implica não olhar só para além de si, implica olhar para si, antes de mais. O completo entendimento não é o entendimento total, é antes de mais o entendimento da razão das limitações.
A análise da dualidade entre "eu" e "não-eu" não garante a existência de múltiplos outros. Existindo muitos "eus" existem igualmente muitos "não-eus". Se os "eus" estão separados, os "não-eus" não estão, têm uma parte conjunta, que se manifesta na complementaridade comum. A isto deveria ser dado um outro tipo de atenção... mas não é aqui o propósito.
Para termos as coisas mais claras, conhecidas as possibilidades na internet, um observador exterior pode pensar que eu e os comentadores somos todos a mesma pessoa, eu posso achar que diferentes comentadores são o mesmo, etc... Nem é preciso inventar, esse tipo de questões já se colocou aqui.
A interacção na internet tornou estes assuntos mais claros, mas nada impede que eles se coloquem mesmo ao nível da realidade que admitimos, especialmente com o advento de androides manietados.
No entanto, estas questões são mais antigas.
Por exemplo, quando era admitido as pessoas estarem "possuídas por espíritos".
Hoje em dia, quando vemos alguns discursos repetidos...
... só nos resta agradecer a Ayrault e Hollande a ilustração de como um espírito se pode manifestar em dois corpos distintos, sem estar em nenhum deles.
Na evolução temporal (cronos), para além de cada um, existe a fronteira (raia) que delimita.
É uma entidade independente, é o corte adamantino que faz a separação entre o "eu" e o "não-eu".
Sabemos que há alguma previsibilidade na evolução dessa linha fronteiriça, pelas leis da natureza, pela lógica, e assim a relação entre "eu" e "não-eu" não é arbitrária. Pode ser algo caótica, pelo que desconhecemos, mas é também algo ordenada pelo que conhecemos.
Assim, o supremo teórico da conspiração pode ficar descansado porque não há nenhum poder ilimitado do "não-eu" sobre o "eu". Um espírito racional tem meios inerentes para recusar o ilógico. O ilógico só tem existência temporária em discursos, em pensamentos, não pode ter existência na realidade.
Face ao bipsismo há uma pequena grande diferença - não se tratam de duas entidades que interagem de qualquer forma... há regras, e um caminho determinado para ambas.
A determinação não é pré-determinação, é um traço que já separou o "eu" do "não-eu", do princípio ao fim.
Qual fim?
O fim do "eu" apresentaria o "não-eu" como entidade única... no entanto tal coisa só se definiria como negação do "eu", e por isso o "eu" estaria inevitavelmente presente.
Esta dualidade é arbitrária. Passamos então ao outro lado do espelho.
O fim do "não-eu" apresentaria o "eu" como entidade única... no entanto tal coisa só se definiria como negação do "não-eu", e por isso o "não-eu" estaria inevitavelmente presente.
Esta segunda redacção é mais fácil de aceitar, porque nos parece absurdo poder eliminar o "não-eu", mas como vemos é só uma questão de mudar os nomes.
Os outros
Tudo isto parece esquisito, porque estou em terrenos de que ninguém fala ou ousa falar.
Na realidade, uma vez percebido, é simples.
Podemos prosseguir na análise do não-eu, continuando nas divisões.
Uma divisão óbvia é assumir que o não-eu é composto de várias entidades não ligadas. No entanto isto é uma pura suposição de vivência, não há nenhuma certeza que nos diga que o padeiro, a vizinha e o piriquito são personagens diferentes e não são emanações da mesma entidade. É claro que todos vão dizer que não são... mas é essa consistência que temos que concluir, e não assumir. Até porque os próprios não poderiam fazer crer diferente, pela consistência do seu papel.
Como tivemos oportunidade de referir no texto Truman a hipótese de um indivíduo estar sozinho, sendo completamente manietado por um exterior organizado, é teoria de conspiração, mas também hipótese de inegável consistência. Só que quanto mais o exterior se define em função do interior, maior é a potência do impotente. A dualidade torna-os equipotentes lógicos.
Já concluímos que o "eu" tem que assumir pelo menos a existência de um "outro", e será uma entidade igualmente inteligente porque responde dessa forma. É inútil pensar que o que se nos opõe ou é mais ou é menos inteligente. A inteligência está definida à medida do receptor, e por isso o receptor tem a inteligência necessária para o seu completo entendimento do seu universo. Isso implica não olhar só para além de si, implica olhar para si, antes de mais. O completo entendimento não é o entendimento total, é antes de mais o entendimento da razão das limitações.
A análise da dualidade entre "eu" e "não-eu" não garante a existência de múltiplos outros. Existindo muitos "eus" existem igualmente muitos "não-eus". Se os "eus" estão separados, os "não-eus" não estão, têm uma parte conjunta, que se manifesta na complementaridade comum. A isto deveria ser dado um outro tipo de atenção... mas não é aqui o propósito.
Para termos as coisas mais claras, conhecidas as possibilidades na internet, um observador exterior pode pensar que eu e os comentadores somos todos a mesma pessoa, eu posso achar que diferentes comentadores são o mesmo, etc... Nem é preciso inventar, esse tipo de questões já se colocou aqui.
A interacção na internet tornou estes assuntos mais claros, mas nada impede que eles se coloquem mesmo ao nível da realidade que admitimos, especialmente com o advento de androides manietados.
No entanto, estas questões são mais antigas.
Por exemplo, quando era admitido as pessoas estarem "possuídas por espíritos".
Hoje em dia, quando vemos alguns discursos repetidos...
... só nos resta agradecer a Ayrault e Hollande a ilustração de como um espírito se pode manifestar em dois corpos distintos, sem estar em nenhum deles.
17/05/2014
Aquele símbolo do meio faz-me lembrar uma certa uma música dos Beatles...
ResponderEliminar"All we need is LOVE, tantaratantan, all we is need is love, love... LOVE is all we need "
ou melhor ainda.... em versão tuga... ó Leonilde is love... hehehehhe
;-)
"Oleo nidis lave"... que é como quem diz em latim, "azeite lava os ninhos".
EliminarE aqui também podia rir, mas não sei se deva.
Pois, cara Amélia, qualquer semelhança com a coincidência é mera realidade.
Bom, mas podia ter colocado "mu" e optei por "um".
Porquê?
Por ser mais fino, já que não ia invocar aqui o "mu" do boy, do Puto, filho de Vénus... e ainda que em Maio estejamos sob o signo do Touro, há um certo prurido com bois e vacas, pelo duplo significado.
Aqui, pode ler de cima para baixo, ou de baixo para cima ;-)
e agradeço o seu comentário para esclarecer isto.
Não acabei de escrever... como habitual, já ia num relambório tal que nem eu tinha pachorra para o ler!
Tenho que ver se consigo tornar a leitura menos desagradável.
Acerca do "All you need is Love"... tantra tantra tantra ;-)
uma coisa é dizer isso, que é importante, mas parece mariquinhas,
pois é tão válido quanto dizer
"All you need is to kill everybody and be the sole master of the universe".
que basicamente é o que dizem os videojogos que a criançada gosta.
Por isso, para efeitos de competição entre uma ideia e outra, interessa perceber onde é que o amor não é mariquinhas, e o aniquilar a população adversária o é... isto para quem não nasceu mariquinhas - para os outros "it goes without saying".
Ora, a maior conquista em termos de amor não é gostar do semelhante... isso até é fácil, quanto mais ele é semelhante, se gostarmos de nós. Isso é até mariquinhas, já que o mais próximo de si é o seu sexo.
O verdadeiro desafio macho é gostar do adversário apesar das diferenças abissais. Não é aniquilar o outro, nem se anular a si - tudo isso é mariquinhas. É mariquinhas, porque anulando os outros ficamos sozinhos, e aí ficamos na masturbação individual de gostar do que já conhecemos. Anulando-se a si, é o mesmo relativamente ao outro que domina sozinho.
Não querendo abusar da mesma Aba da chapelada, aqui fica um vídeo alternativo que pegou num curto filme cómico de Jos Stelling:
https://www.youtube.com/watch?v=x-WI7Ucrqe0
Vou ver se acabo o relambório...
Aaahhh espere.... SOMOS TODOS UM.... creio ser um lema holístico... estilo New Age (ou Nova Era se preferir)
EliminarO vídeo é surreal... hehehehehe... aproveitei para rever alguns vídeos dos ABBA...
Apenas quis brincar com os símbolos.. ;-)... Eu sei que os temas que aborda aqui são sérios e até assustadores... é uma forma de eu conseguir exorcizar toda esta informação...
Grata pela resposta... ;-)
Também achei imensa piada à mini-história de Jos Stelling... é um retrato certeiro do desejo masculino numa sociedade de frustrações e condicionantes sexuais.
EliminarQuanto aos temas mais sérios, que procuro levar na desportiva...
Dizer que "somos todos um", já diziam também os 3 mosqueteiros.
Também resulta de Trinitá... não o cowboy insolente, mas sim a trindade cristã.
Quando se diz que "3 é a conta que Deus fez" remete-se para essas frases lapidares.
Por exemplo, pode ser visto como uma questão lógica.
1. Tem uma afirmação
2. Tem a negação da afirmação
3. Tem a afirmação ou a sua negação
mas não há a quarta, porque não pode ter simultaneamente
4. a afirmação e a sua negação
Dizer que "somos todos um", ou invocar a trindade como mistério, são hermetismos que nada significam, pretendendo significar tudo.
Quando se desafia o bluff, vê-se que remetem para os tais ensinamentos herméticos, que vão a Zaratustra, Hermes Trimegisto, etc.
Porque dizer "somos todos um", sem mais nada, seria aniquilar as diferenças, e não somos todos iguais. Pretender dizer que temos uma base comum, isso é evidente, já que a base humana é comum para todos os homens, e a base material é comum para toda a matéria.
Esses movimentos New Age são uma espécie de maçonaria para a população, empregnando o misticismo e retirando a racionalidade.
Não é fácil falar dos mesmos assuntos, mantendo uma grande diferença - a racionalidade, a lógica, e procurando retirar todo o misticismo que é vazio, ou antes é uma simples crença comum a todas crenças, e que se opõe à actual crença científica.
A crença que une religiões e misticismos é a de que há um nexo para tudo.
A crença científica actual é oposta, acha nem tudo tem nexo. Só admite alguns nexos científicos, ou seja os nexos aceites por uma certa comunidade científica.
Francamente, não percebo muito bem o propósito desta ciência actual que acha que as coisas têm nexo às segundas quartas e sextas, e não têm nexo nos restantes dias da semana. É conforme lhes calha... porque o Acaso é desculpante.
A maior parte das pessoas esquece que a ciência é feita por homens, e por isso dá-lhe um valor superior ao humano.
Os cientistas são artesãos que se têm armado em sacerdotes.
Enfim, é como se o pedreiro achasse que a sua arte de maçonaria tinha a explicação do universo. O sapateiro, o ferreiro, o agricultor, todos poderiam ver explicações generalizadas pelas suas artes... só que uns levam-se mais a sério que outros, mas sem razão consistente que o justifique.
"Francamente, não percebo muito bem o propósito desta ciência actual que acha que as coisas têm nexo às segundas quartas e sextas, e não têm nexo nos restantes dias da semana. É conforme lhes calha... porque o Acaso é desculpante.".. hahahahahaha... muito bom...olhe que eu também tenho dificuldade em perceber, mas do pouco tempo em que convivi com essas "aves raras" (os cientistas) percebo que apesar de toda a lógica e racionalidade são demasiado humanos e o EGO... uuuiiiiii... o ego, esse é gigante!!!
ResponderEliminarFala em dias da semana. mas se calhar é conforme as fases da Lua... hehehehehe...
Pois, pois... é um problema educacional.
EliminarForam habituados a subir degraus, e acham sempre que é preciso subir mais um degrau para o poleiro.
Eu não tenho nenhum problema com egos, que são manifestações naturais da individualidade. Cada um acha-se especial e único, porque é único. Mas, o facto de ser único não se tem que traduzir em competição com os outros. Não é preciso colocar-se em cima dos outros para se ver como único. Se é bom ver as nossas qualidades, para não definhar, é também bom ver os defeitos, para não inchar demasiado.
Quanto às fases da Lua, pois, a brincar, a brincar... é capaz de ser mesmo isso que se ajusta aos humores.