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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

And our hearts bleed in red, white and blue (3)

Hoje será dia de tomada de posse de Joe Biden, e portanto espera-se a partir de hoje que os media tratem o novo presidente da mesma forma que trataram o cessante. Para culminar o desplante e provocação, à excepção da Newsmax, as restantes cadeias de televisão ignoraram o discurso final de Trump:

Trump farewell video: Major networks boycott president’s speech 
(Independent, 19.01.2021)

Uma estação (CSPAN 3), decidiu passar o discurso final de Clinton, enquanto Trump falava.
Trump fez mais um bom discurso, que será ignorado, mas cujo conteúdo por escrito está aqui:

Remarks by President Trump In Farewell Address to the Nation (January 19, 2021)


Selecciono algumas frases:

  • I also want to take a moment to thank a truly exceptional group of people: the United States Secret Service. My family and I will forever be in your debt. 
  • Four years ago, I came to Washington as the only true outsider ever to win the presidency.
  • Also, and very importantly, we imposed historic and monumental tariffs on China; made a great new deal with China. But before the ink was even dry, we and the whole world got hit with the China virus.
  • We’ve never seen numbers like we’ve seen, and that’s before the pandemic and after the pandemic. We rebuilt the American manufacturing base, opened up thousands of new factories, and brought back the beautiful phrase: “Made in the USA.”
  • Another administration would have taken 3, 4, 5, maybe even up to 10 years to develop a vaccine. We did in nine months.
  • And perhaps most importantly of all, with nearly $3 trillion, we fully rebuilt the American military — all made in the USA. We launched the first new branch of the United States Armed Forces in 75 years: the Space Force
  • I am especially proud to be the first President in decades who has started no new wars.
  • Our allegiance is not to the special interests, corporations, or global entities; it’s to our children, our citizens, and to our nation itself.
  • I did not seek the easiest course; by far, it was actually the most difficult. I did not seek the path that would get the least criticism. I took on the tough battles, the hardest fights, the most difficult choices because that’s what you elected me to do. 
  • At the center of this heritage is also a robust belief in free expression, free speech, and open debate. Only if we forget who we are, and how we got here, could we ever allow political censorship and blacklisting to take place in America. It’s not even thinkable. Shutting down free and open debate violates our core values and most enduring traditions.
  • In America, we don’t insist on absolute conformity or enforce rigid orthodoxies and punitive speech codes. We just don’t do that. America is not a timid nation of tame souls who need to be sheltered and protected from those with whom we disagree. That’s not who we are. It will never be who we are.
  • As I think back on the past four years, one image rises in my mind above all others. Whenever I traveled all along the motorcade route, there were thousands and thousands of people. They came out with their families so that they could stand as we passed, and proudly wave our great American flag. It never failed to deeply move me. I knew that they did not just come out to show their support of me; they came out to show me their support and love for our country.
  • Now, as I prepare to hand power over to a new administration at noon on Wednesday, I want you to know that the movement we started is only just beginning. There’s never been anything like it. The belief that a nation must serve its citizens will not dwindle but instead only grow stronger by the day.

Aparentemente há ainda quem considere que este vídeo é também forjado, mas neste caso não me parece. Dadas as circunstâncias posteriores, será de colocar em questão a suspeita de que o outro vídeo tenha sido forjado ou não - e continuo a pensar que sim, que foi. A referência de agradecimento especial aos Serviços Secretos, "que o protegeram a ele e à família", poderá não ser apenas algo formal.


Secret Service - A flash in the night (1982)

É claro que Trump sai completamente derrotado deste processo, e a afirmação "I will never concede", pesa forte num discurso em que de facto concede o poder ao adversário, mas o que poderia Trump fazer?... e relembro o que escrevi no primeiro postal sobre este tema:

Trump é por enquanto quem detém o poder de fazer uma transição pacífica, e não é nada claro como sectores mais radicais vão reagir, quando a rendição de Trump se tornar inevitável. Ao terminar com "our hearts bleed in red, white and blue", Trump foi buscar o azul dos democratas, e aparentemente terá sido uma mensagem de união, do presidente de todos os americanos.

Esta receita da maçonaria, da transição de um regime para uma ditadura "iluminada", já tivemos dela notícia, quando subiu ao poder o Nero da Trafaria, ou seja, o Marquês de Pombal, com a sua ditadura sanguinária. A ditadura vai denegrir ao máximo o legado de prosperidade anterior, ao ponto de a fazer esquecer após umas dezenas de anos, vendendo o ditador como regenerador.
Nesse aspecto, se não tiver o devido cuidado, Trump arrisca a ter um azar dos Távoras.
Tem ainda a acusação sobre a encenação do Capitólio, que parece ter sido mesmo encenada (ver link no comentário de A. Saavedra, onde Nuno Rogeiro mostra um protestante "anti-Trump" de um certo grupo Black Fist Coalition a incitar a invasão do Capitólio, e coordenação/cumplicidade com outros elementos "brancos" no interior do Capitólio).

Na aparência de sair derrotado, Trump foi um dos mais bem sucedidos vencedores, conseguindo fazer soar ao mesmo tempo diversas campainhas que não tocavam há décadas. Por isso, e pela sua popularidade, irá ficar ao nível de Kennedy no coração de muito americanos, que disso não se irão esquecer durante as próximas décadas... se, como tudo aparenta, entrarmos agora numa espiral recessiva. As bolsas especularam para máximos, e podem agora cair a pique, a bem dos especuladores, porque nós pagamos, para nos deixarem em paz!
Chama-se a isso extorsão, mas atenção - as palavras estão a mudar...

2 comentários:

  1. Sleepy Joe é o segundo Presidente dos USA católico (pró Vaticano) veremos se como Kennedy termina o mandato, 82% dos americanos são protestantes (lido no Wikistrike), sai Mogul entra Sleepy?

    Para quem duvida dos tempos que vivem:
    George Orwell, Aldous Huxley : "1984" ou "Le meilleur des mondes" ? (da Arte TV)
    https://www.youtube.com/watch?v=8lHcq-jaMr0

    Cumprimentos
    José Manuel

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    1. Sim, para aqueles que acham que a discriminação é apenas colorida, um presidente católico em Washington foi ainda mais raro que um presidente negro, já que Kennedy foi morto antes de acabar o primeiro mandato, enquanto Obama cumpriu 2 mandatos.

      Mas o problema de Sleepy Joe é o mesmo de Obama, funcionam como figuras decorativas, como bibelots que se punham em cima da televisão.
      Ao fim dos primeiros dias, já ninguém se lembra o que estão lá a fazer, nem os próprios sabem...

      O link para o Documentário da Arte TV desapareceu.
      Consegui reencontrar aqui:
      - Parte 1
      - Parte 2
      e realmente faz um bom resumo das obras de Orwell e Huxley.
      Obrigado!

      Cumprimentos.

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