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sábado, 3 de agosto de 2019

Liberdade do silêncio (2) ... mais caladinhos que ratinhos

O silêncio continua...

Passaram 3 meses, em 17 de Julho, após o acidente com o maior número de vítimas mortais, ocorrido em Portugal neste ano. Falamos do acidente do autocarro na Madeira, no Caniço:



O artigo é do dia seguinte, 18 de Abril, onde também se lia:


... e depois disso, o longo silêncio!

Em condições normais, após 3 meses, deveria saber-se praticamente tudo... mas neste país, e na Alemanha, não se sabe rigorosamente nada. 
Falou-se num inquérito, etc. e tal, mas o que se sabe: - zero, zero, zero!

Não é só esse o problema. O problema principal, é que ninguém quer saber.
Não há uma linha escrita na imprensa sobre o assunto há mais de 3 meses.
Nunca foi publicado nada sobre o inquérito, mesmo que fosse preliminar, e não oficial.
Não houve um jornalista interessado em saber - como está o inquérito, qual o prazo, etc... ninguém se interessou em saber se as condições para se repetir um acidente daquele tipo estariam afastadas.
Ninguém quis saber, ninguém quer saber, e já vimos em 2017 que as tragédias se podem repetir.

Após Abril, não se encontra nada escrito na internet sobre este acidente, nem em português, nem em inglês, nem em alemão. Foi como se o acidente nem sequer tivesse acontecido...

Depois, há quem se atreva a dizer que seria impossível haver silêncio sobre certas coisas...

5 comentários:

  1. Três dias numa oficina de automóveis a ver dezenas de carros portugueses em reparação quando esperava pelo arranjo do meu suíço com problema de climatização, disse ao meu mecânico que tem curso superior em engenharia, isto aqui assusta os turistas (estado dos carros portugueses), vi coisas que nunca tinha visto ante de 74, Portugal está podre, os portugueses não conseguem ou não querem ver defeitos no que os rodeia, os veículos a motor estão repletos de sistemas eletrónicos, a maioria das oficinas e mecânicos não têm capacidade para lidar com a parte eletrónica que controla os veículos, resultado acidentes e perca de vidas, penso ser o que aconteceu na madeira, os motoristas de autocarros na Suíça quando descem estradas muito inclinadas escorregadias metem a caixa de velocidades em N, não arriscam rotações dos motores que deem acelerações, não creio que na madeira tenha sido falta de travões,
    não vislumbro solução para os problemas dos portugueses, quando o problema islâmico no Magrebe estiver resolvido acabasse a mama do turismo em Portugal, depois têm que sair do euro, Portugal é uma espécie de Cuba da Europa

    cumprimentos
    José Manuel

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    1. É que no caso concreto, o problema principal não é a causa do acidente, o problema mesmo é a falta de interesse em saber qual foi a causa. Isso é que denota um espírito de morto-vivo, em que os jornalistas já nem sequer parecem ter motivação para fazer as mais básicas perguntas.

      Sim, os novos carros já não dão para os velhos mecânicos... ainda me lembro de andar de volta do motor do meu carro, quando ele engasgou na Riviera francesa. Se fosse hoje, a única coisa que poderia fazer era chamar o reboque... mas por outro lado, isso também evita soluções artesanais.
      Na maioria dos casos, actualmente há muito menos problemas mecânicos do que antigamente, e as revisões são coordenadas à distância.

      Portugal devia ter saído do euro logo em 2010, desde aí anda só a meter-se num buraco mais fundo do que aquele em que querem pôr a Inglaterra. Marrocos não precisa do euro, nem de UE nenhuma, para apresentar índices de desenvolvimento maiores do que aqueles que tem Portugal. Também faz o favor de não andar todos os anos a pagar milhares de milhões de euros para alimentar as fantochadas com que a banca nacional nos presenteia.

      Abraço.

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  2. O silêncio é ensurdecedor quer com esta como com muitas outras notícias... e pior ainda é quando resolvem trazer à tona acontecimentos passados, transvestem-nos com novas narrativas e são poucos que se dão ao trabalho de confirmar se foi mesmo assim ou não... Alzheimer é uma doença lixada! Isso e as "fake news"!

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    1. Sim, esta é apenas uma notícia em que a ocultação foi evidente.
      Há muitos outros casos, e o uso do futebol até à exaustão é aspecto clássico de quando se quer manter um poder decadente. Outro, ouvi dizer, é sublimar a cozinha e o vinho, os cozinheiros e as canções dos escanções.

      Extremamente engraçada foi a invenção da SIC de um "polígrafo", onde se dão ao luxo de dar carimbo de credibilidade a "fake news" que eles próprios difundem.
      Aliás o comportamento típico do mentiroso começa por ser em acusar os outros de mentiras. Uma fuga de quem está bem atolado no lodo é espalhar lodo à sua volta.

      Aqui não é apenas Alzheimer de falta de memória, é mesmo Açaimer de açaimes colocados à volta de quem quiser falar. E já são postos de bom grado, porque a malta tem medo de ter que morder a língua, sendo bem mais agradável receber ouro do que receber chumbo.

      Abraço.

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  3. Na visita do Presidente da República à Alemanha, ocorrida ontem, a 8 de Agosto, vi a entrevista em directo, onde os jornalistas se lembraram de perguntar tudo, excepto pelo resultado do inquérito deste "pequeno incidente" com 29 mortos (afinal a coisa mais grave ocorrida entre os dois países recentemente).

    Na realidade estavam tão preocupados com o assunto da greve dos motoristas de combustíveis, que parecia nada mais existir. Sinal dos tempos de notícias Pavlovianas, vi as bombas de combustível com filas enormes, e ainda a greve só está anunciada para 2ªfeira.

    Para rematar o ramalhete, o tempo está nublado há mais de uma semana, e chove copiosamente em Agosto. Mas, não importa, faça sol ou chuva, calor ou frio, o aquecimento global não se discute e é verdadeiro.
    Relembrando o livro 1984 de Orwell:

    The Party knows everything, is everything:
    the Party knows that there are five fingers here, even if you only see four of them.
    The Party knows the truth that you cannot see from the place you are standing at, because you are weak alone.
    The Party is strong and omniscient, and therefore if the Party says that two and two equals three, or five, it will always be right: you, by yourself, cannot know the truth.

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