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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

A velha e a nova Caledonia

A velha Caledonia era a designação romana para a Escócia. Tem todo aquele sabor dos galos celtas, como em Gales, Galiza, Galícia, ou Galatia, mas aqui mais ao estilo de Cale, do Porto Cale.

Nova Caledónia foi depois uma designação acomodada por Cook na sua "descoberta" austral.
Tipicamente a ilha terá sido visitada por Pedro Fernandes Queirós, e certamente muito antes disso, por outros navegadores portugueses.

Em breve a Nova Caledónia, actualmente sob jugo francês, irá a um referendo de autonomia, conforme foi aqui informado pelo José Manuel Oliveira.

O referendo irá ocorrer no dia 4 de Novembro de 2018:
e as sondagens apontam para uma vitória do "Não", o que é facilmente entendível, já que os franceses encarregaram-se da técnica de pacotilha habitual - encheram a ilha ainda com migrantes, de forma a tornar a população indígena muito minoritária.

A situação é razoavelmente bem explicada neste vídeo da PressTV - "We are Rebels".

We are Rebels - New Caledonia (Press TV, 2014)

Os habitantes originais da ilha teriam o nome de Canaques, e pode-se aqui falar de
Carnac versus Canaque

... no sentido em que Carnac fica em França (é verdade, há também Karnak no Egipto, mas se os egípcios foram ali colonizadores, pois ninguém soube), enquanto Canaque é o povo da ilha (também se escreve agora Kanak, talvez para parecerem mais egípcios!).

A sua tentativa de independência tem mais de 30 anos, e teve um desgraçado episódio em 1988, com uma intervenção militar francesa, quando alguns canaques tomaram reféns na ilha de Ouvéa, tendo culminado na execução de 19 elementos canaques, pelos franceses... numa típica manifestação de que a descolonização dos portugueses era imperativa, mas a dos franceses nem por isso.

3 comentários:

  1. O resultado do referendo na Nova Caledónia deu a esperada vitória à posição francesa, ou seja do "Não", já que os Canaques são uma minoria na sua própria terra.
    Pelo lado geral o "Não à independência" ganhou com 54% contra 46%, mas entre a população Canaque, a estimativa é que apenas 3% votaram pelo lado francês.

    https://www.lowyinstitute.org/the-interpreter/new-caledonia-independence-referendum-reminder-realities

    Macron, é claro, ficou muito satisfeito com a manutenção do velho império, de lantejoulas, mas fica com um novo referendo a ser realizado dentro de dois anos.
    Neste caso o resultado foi mais próximo do que previsto, e a expectativa será que mais jovens Canaques possam votar de futuro, relembrando que os Canaques são apenas 39% da população da ilha, sendo o restante na sua maioria descendente de franceses.

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  2. Olá, ver Moscou accuse la France de contrôler Mayotte de manière illégitime, a propósito do exército europeu os belgas foram comprar aviões de combate aos USA... e não à França, isto vai acabar com os franceses a arranjarem mais um "inimigo comum" para federarem definitivamente a UE

    Cumprimentos de Genebra
    José Manuel

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    1. Pois, já vi aqui:
      https://www.bfmtv.com/international/moscou-accuse-la-france-de-controler-mayotte-de-maniere-illegitime-1562912.html

      Sim, claramente que a política francesa de manter colónias espalhadas por todo o lado, inventando pretextos para aí ir ficando, é conhecida. Neste caso de Mayotte é mais grave porque tem uma resolução das Nações Unidas que obriga a um referendo, que a França rejeitou com o direito de veto... depois de ter perdido com 11 votos em 16.

      Mantêm-se estas velhas questões de alargar o quintal, na qual os franceses são peritos pela grande ambição territorial, e desejo de protagonismo mundial. Ao contrário dos ingleses, que o fazem de forma mais ou menos pensada, os franceses tratam disto com os pés e só admitem concessões ou cedências quando são derrotados.

      Cumprimentos.

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