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sábado, 8 de setembro de 2018

Snowmageddon (6) coiros e coros científicos

Terá começado ontem uma conferência na Universidade do Porto que reunia cépticos sobre as "alterações climáticas", ou pelo menos sobre as suas causas. 

Como o assunto é um "dogma científico" da moda, reunindo um grande consenso, criou-se rapidamente um "grupo de apedrejamento", de fervorosos zelotas nacionais, destinado a impedir que tal conferência se realizasse num espaço universitário. Felizmente, a Fac. Letras não seguiu os zelotas, e a Profª. M. A. Araújo pôde iniciar a conferência. 

Abrimos este tópico "Snowmageddon" em Janeiro de 2014, e a paranóia continua, tornando a vida complicada a quem ousar duvidar de tamanha certeza. 
Afinal, como podemos duvidar de tamanha certeza?

Costumava (no passado) verificar-se a razão quando as previsões acertavam.
Há um problema com o número 2020. 
Era uma data distante em 2000, e pensava-se que chutar para 2020 era suficiente para alarmar caos.

Vejamos então algumas previsões colocadas em 2020 (falta pouco mais que um ano):

O Pentágono avisava Bush que em 2020 - "as maiores cidades europeias ficarão afundadas pelo aumento do nível do mar, e a Inglaterra seria mergulhada num clima siberiano":


Isto já para não falar dos "conflitos nucleares, mega-secas, fome, e grandes motins".
Era isto que os jornais e televisões anunciavam em 2004, e assim foram enchendo o nosso espaço informativo durante mais de duas décadas com esta conversa persistente.

(2) Ver por exemplo o artigo do mesmo jornal em 11 de Setembro de 2004 que considerando a previsão para 2020 tinha como título "The drowning world" (o afogamento do mundo), prevendo que navios já usariam já um Ártico descongelado para atalhar caminho, que o estreito de Bering estaria sempre sem gelo, entre muitas outras alarvidades.

Foi ainda em 2004 que foi lançado o filme "The day after tomorrow" com um cartaz sugestivo:

(3) As neves do Quilimanjaro iriam desaparecer... (Telegraph, 18 de Outubro de 2002)
"As neves do Quilimanjaro" era um bom título, baseado no romance de Hemingway. Ficando em África, era um ponto quase seguro para este tipo de especulações de aumento de temperatura. 
Assim vamos encontrando uma variação das previsões:
(i) Em 2002 dizia-se que iriam desaparecer em 2020 - artigo do Telegraph (já mencionado).
(ii) Em 2003 dizia-se que provavelmente em 2010 só haveria lama - artigo do New York Times.
(iii) Em 2009 iriam desaparecer dentro de 20 anos - artigo do Guardian.
(iv) Em 2011 começavam os problemas da previsão (o desaparecimento até 2015 não se verificaria):
AMHERST - If there is a poster child for global warming, it may be the vanishing snows of Kilimanjaro, which were predicted to disappear as early as 2015 in a widely-publicized report a decade ago.
(vi) Entretanto em 2018 - aparece o maior nevão em muitos anos... 


Mas o que é que isto interessa?
Não interessa nada!
Porque deixou-se de confrontar as previsões com o que aconteceu de facto!
Os dogmas são assim.
Não há discussão, cada um acredita ou não no dogma instaurado.
A ciência servia uma ponte de entendimento, que era confirmada ou desmentida pelos factos.
A religião não serve ponte de entendimento, é dogmática, baseada na fé - acredita-se ou não!
Cada vez mais a ciência comporta-se como religião fundamentalista.

Daí ter aparecido o nome "Alterações Climáticas" que substituiu o "Aquecimento Global"... porque alterações climáticas existem desde que existe tempo na Terra, desde que existem estações do ano. E por isso tanto o "frio" com o "calor" serviam à narrativa, para conformarem políticas, e mais do que isso apostas de casino... porque tudo isto será esquecido com políticas europeias de "direito ao esquecimento", e muito outras tangas, que querem massacrar a memória, para poder tratar toda a gente como crianças, acabadas de nascer.

Portanto, apesar de toda a evidência científica ter deitado por terra todos os alarmes catastrofistas das previsões bacocas, nada disso parece afectar a corja científica que gosta de fazer da ciência uma religião. 
Nem todos, porque ao menos o prémio Nobel da Física (1973), Ivar Giaever, por causa disto decidiu abandonar a American Physical Society, um dos coros onde queriam agremiar os coiros do unanimismo:

Ivar Giaever (prémio Nobel) discursa contra o "Aquecimento Global"

É claro que Ivar Giaever é logo atacado, dizendo-se que está ligado ao lobby dos petro-dólares.
Assim já ninguém vai ver o que diz, a "inquisição" cataloga-o como "pagão" e já está!
Numa religião não interessa a evidência, interessa o clube de que se é adepto.

Então, e não houve interesse em vender a propaganda do CO2 (o gás que todos nós respiramos)?
Contra os carros que poderiam ser fabricados na Índia e na China a preços arrasadores, o que foi feito pela UE?
Colocou normas cada vez mais reduzidas, que obrigavam a uma alta tecnologia inexistente.
Nem interessou nada a Volkswagen ter sido apanhada pelos EUA, mostrando que também não conseguia acompanhar o que exigia, nada isso interessa, quando não há nenhuma punição, já que os governos europeus servem apenas para enfeitar.

Eu faço aqui ênfase neste ponto, porque o que está em causa não é apenas o "aquecimento global", que é claro que se pode ter manifestado em quantidades reduzidíssimas. A poluição é um problema global, que deve ser tratado... mas seriamente! Beneficiámos no ar das nossas cidades com a redução dos poluentes, mas confundir tudo no mesmo saco, não é a mesma coisa.

Interessa que esta corja científica que se reúne para apedrejamentos, para ameaçar e desonrar quem quer que seja que não alinhe nas suas tretas, está a crescer, porque o interesse monetário tratou de ser paradigma mundial no financiamento da investigação e nas universidades.

Isto leva à crescente inquisição científica... cheia de certezas de coisa nenhuma.
Com a vontade de explicar tudo, e não conseguir explicar muito, entra a matar onde está insegura, e onde as evidências de total incompetência aparecem.

Senão, vejamos alguns exemplos:

(1) Como apareceu o Universo?
Usa as equações da relatividade geral de Einstein no Big-Bang.
Então o Universo já sabia das equações para se formar em conformidade?

(2) Como apareceu a Vida?
Por acaso, apareceram umas moléculas que permitiram a vida.
Substituindo "acaso" por "vontade divina" e temos uma explicação religiosa.

(3) Como apareceu a Inteligência humana?
Por acaso, os neurónios começaram a desenvolver uma coisa a que se chama "inteligência".
Outra vez, substituindo "acaso" por "vontade divina" e temos uma explicação religiosa.

O facto de ter aqui apresentado explicações claras e simples, isso não interessa nada.
Não interessa nada, porque quando a ciência se faz por fé e grupos religiosos, nada o que não pertença ao clube, interessa.


6 comentários:

  1. Segue uma lista de cientistas, que se manifestaram publicamente contra o pseudo-consenso climático:

    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_scientists_who_disagree_with_the_scientific_consensus_on_global_warming

    (tinham que ter já página na Wikipedia, por outras razões)

    O número de cientistas que estavam cépticos poderia atingir os 40%, conforme era dito em 2011, e dizia-se estar a aumentar.
    Claro que isto era opinião de um céptico:

    https://www.nas.org/articles/Estimated_40_Percent_of_Scientists_Doubt_Manmade_Global_Warming

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  2. "Neve na África do Sul cobriu girafas e elefantes de branco"...

    http://www.sabado.pt/vida/detalhe/neve-na-africa-do-sul-cobriu-girafas-e-elefantes-de-branco

    O nevão começou sobre a costa oeste da África do Sul no fim da semana passada e não mais parou, com algumas regiões a registarem mais de 25 centímetros de comprimento de neve nos últimos três dias.

    Vem bem a propósito das neves do Quilimanjaro.
    Aqui se nota como o nome "aquecimento global" tinha que ser mudado.
    Assim, são apenas "alterações climáticas", mesmo sendo inverno no hemisfério sul.

    Arrefecimento global?

    Would it surprise you to learn the greatest global two-year cooling event of the last century just occurred? From February 2016 to February 2018 (the latest month available) global average temperatures dropped 0.56°C.

    https://www.realclearmarkets.com/articles/2018/04/24/did_you_know_the_greatest_two-year_global_cooling_event_just_took_place_103243.html

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  3. Pois.. e parece que temos somente 12 anos para reverter esta "calamidade"... e a única coisa que falta é só mesmo vontade política...
    http://www.ver.pt/e-agora-ou-nunca-estamos-a-ficar-sem-tempo/

    "Se nada for feito, em 2030 o mundo irá assistir a um desastroso aquecimento global que poderá ser na ordem dos 3ºC (o dobro do limite máximo aceitável). Porém, os autores do relatório insistem que existem mudanças que podem mudar o rumo desta história. Existem conhecimentos científicos, meios financeiros e capacidade tecnológica, faltando apenas a vontade política para levar a cabo as acções necessárias à estabilização das temperaturas. O investimento pode ser grande, mas os benefícios – económicos e não só – são ainda maiores."

    A tragédia, o drama e o horror...

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    1. Pois, mas nós, que já sobrevivemos a 2 fins do mundo (31/12/1999 e 21/12/2012), ao "bug do millenium", que iria parar tudo, etc, etc, já aprendemos que a comunicação social só faz notícias do que lhe interessa, abandonou qualquer escrutínio, e passou a funcionar como qualquer rede social - impune ao disparate.

      Agora, que se aproxima o inverno, é tempo de mandar os últimos bitaites sobre o calor, antes que faça frio...

      Abraço.

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    2. Oumuamua
      https://www.youtube.com/watch?v=oq0oCfFATbk&fbclid=IwAR16FzaP8mMju-2AJV_gYb5idaj4PvXkzX6NmIQlaTiasfaDDFZaoocfvUk

      Cumprimentos de Genève
      José Manuel

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    3. Não conhecia esse objecto, externo ao sistema solar.

      Também tem página na wikipedia:

      ʻOumuamua

      Aparentemente só foi detectado quando se preparava já para sair do sistema solar.

      Não me parece muito estranho que existam objectos fora do sistema solar que o possam atravessar. Aliás, parece-me até que deve ser considerada uma possibilidade frequente... e o problema é se não aparece só 1 e este foi só o primeiro de uma chuva de milhares de asteróides "em passeio".

      Obrigado pela informação.

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