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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pirâmides Romanas (de Remo e Rómulo)

É habitual falar-se das pirâmides egípcias, aztecas, maias, entre outras novas... mas não das romanas!

Apesar de ser conhecimento certamente comum dos habitantes de Roma, a Pirâmide de Céstio (Cestius), construída no tempo de Augusto, não faz parte dos mais populares roteiros e monumentos da cidade de Roma.
Dir-se-à que Roma tem muitos monumentos, etc. (há sempre muita imaginação argumentativa), mas é notável existir em Roma uma pirâmide com quase 40 metros de altura (aprox. 12 andares), que é ignorada pela maioria da população mundial. Mesmo os mais fanáticos por pirâmides, acabam por esquecer esta!
 
Imagens da Pirâmide de Cestius em Roma,
que é "atravessada" pelas muralhas de Aureliano.

Outro facto que parece notável é estar escrito que a pirâmide demorou menos de um ano a ser construída, sendo que a data de construção será pouco anterior ao nascimento de Cristo, mais precisamente é datada entre 18 e 12 a.C.

Não é um monumento de nenhum imperador ou general! - é suposto ser o túmulo de um magistrado.
Parece algo estranho tal túmulo para um personagem menor de Roma, especialmente porque nada de semelhante dimensão restou do Imperador Augusto, seu contemporâneo, e o mais influente imperador na História de Roma.

Mais estranho ainda é a pirâmide não ser caso único...
Havia um par, denominado Pirâmides de Remo e Rómulo - lendários fundadores de Roma.

Esta seria a Pirâmide de Remo, quanto à Pirâmide de Rómulo...
A Pirâmide de Rómulo, mais próxima do Vaticano, começou a ser destruída em 1499, quando o Papa Alexandre VI (o papa castelhano que negociou o Tratado de Tordesilhas) decidiu usar pedras para construir o novo bairro, chamado Borgo Nuovo. Ao que parece em 1518 ainda restavam pedras... mas depois desapareceu por completo! (**)


O símbolo do Borgo Nuovo 
pode lembrar as pirâmides com a esfínge deitada,
assinalando talvez a destruição da Pirâmide de Rómulo.  

Não encontrámos nenhuma imagem associada à Pirâmide de Rómulo... que aparentemente seria maior e mais bela do que a de Pirâmide de Remo, ou seja a Pirâmide de Céstio - a única que restou e que se encontra em algumas (poucas) imagens antigas. Não é assim tão estranho não encontrarmos imagens, já que apesar de todos os Leonardos, Rafael, Miguel Angelo, etc... também não nos lembramos ter visto imagens do Coliseu, ou de vários outros monumentos. Encontrámos uma reconstrução de Roma feita com base documental em 1773, que mostra claramente uma pirâmide, em primeiro plano, e duas outras, mais afastadas:

Podemos suspeitar que as pirâmides de Remo e Rómulo sempre lá estiveram... ou seja, foram elas a razão de Roma ter aparecido ali com aquela lenda. Podemos suspeitar que a atribuição do nome a Cestius, ligado ao magistério sagrado dos Epulones, foi afinal uma simulação à época de Augusto, um dos "supressores de memória".
A destruição da pirâmide de Rómulo pelo Papa Alexandre VI Bórgia insere-se assim perfeitamente neste esquema de ocultação, e só será mais estranho que o Papa Alexandre VII tenha decidido recuperar a Pirâmide de Remo, e que esta tenha acabado por resistir pelo menos 2 milénios, tal como as de Gizé.

Apesar desta pirâmide ser inferior a qualquer uma das três de Gizé, não deixa de ter uma dimensão notável, que a coloca próximo da dimensão da Pirâmide da Lua no México:



Se olharmos para este gráfico de pirâmides, não deixa de ser ainda interessante notar que a mais alta está na Coreia do Norte, em Pyongyang, no Hotel Ryugyong. O facto de não sabermos que existia tal coisa monumental na Coreia do Norte, perceber-se-à no contexto do "Eixo do Mal" com que fomos presenteados.


(**) Outra informação sobre a Pirâmide de Rómulo neste texto:
Meta Romuli: a name sometimes given in the Middle Ages to a pyramidal monument that stood between the mausoleum of Hadrian and the Vatican (Mirab. 20, ap. Urlichs 106: sepulcrum Romuli quod vocatur meta; Graphia 16, ap. Urlichs 119).1 It was called meta alone (see references in LS I.161, 186-189; DAP 2.viii.1903, 383-384; memoria Romuli (Ordo Benedicti in Lib. Cens. Fabre-Duchesne,º ii.153; Mon. L. I.525); Ant. di Pietro ap. Muratori SS xxiv.1038, 1040, 1062 (1413-1417 A.D.)); and sepulcrum Remuli (Anon. Magl. ap. Urlichs 161: meta quae ut dicitur fuit sepulcrum Remuli qui mandato Romuli in Iano mortuus fuit: et de meta praedicta sicut iam dixi dubitoque non fuit Remuli per Romulum facta, quia illis temporibus Romulus et sui non erant tantae potentiae). Magister Gregorius calls it pyramis Romuli (JRS 1919, 42, 56). At the beginning of the Renaissance it was also incorrectly called Sepulcrum Scipionis (q.v.). The name meta Romuli was probably given to this monument because the pyramid of Cestius (q.v.)  had in some way come to be called meta Remi. It is described as larger than the pyramid of Cestius and of great beauty. From its marble slabs were made in the tenth century the pavement of the Paradiso of S. Peter's and the steps of the basilica. It stood at the intersection of the Via Cornelia and the Via Triumphalis, on the east side of the latter (DAP cit. 383-387), and its southern part was removed when Alexander VI constructed the Borgo Nuovo in 1499 (LS I.126). The rest stood until 1518 at least (LS I.161, 186-189). The monument therefore covered the Borgo Nuovo and the Via di porta Castello at their intersection (besides the literature already cited, see Mon. L. I.525; BC 1877, 188; 1908, 26-30; 1914, 395-396; Jord. II.405-406; HJ 659; Becker, Top. 662. It may be seen in various medieval and early Renaissance views of Rome (LR 560, fig. 214; Cod. Esc. 7v.) 

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