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domingo, 24 de janeiro de 2021

O litígio do lítio

As palavras litígio e lítio têm a mesma raiz, que será "lithos" (pedra em grego), ainda que litigar remeta para um termo latino apropriado a tribunais, o que será uma evolução do método de resolução de conflitos baseado em apedrejamento.

Sendo hoje dia eleitoral, para a presidência do país, de facto interessa pouco saber quem será escolhido para a fazer esse papel de actor popular, porque os máximos representantes em Portugal, são mínimos representantes no panorama global. Tendo Marcelo Rebelo de Sousa a reeleição previsível, a ida dos portugueses às urnas, é mesmo só para passear, ou para se chatearem... portanto, tratou-se de um não assunto.

Entretanto, e como é um dia indicado para falar do que se vai passando em Portugal, esta reportagem da televisão franco-alemã ARTE, aborda o assunto da exploração de lítio por estas bandas:


Portugal: The dirty truth behind green cars. (ARTE)

A maior parte das pessoas não conhecerá a reportagem da ARTE, mas já conhecerá razoavelmente a questão. Portugal tem alguns recursos minerais de lítio, e especialmente tem recursos infindáveis de esperteza saloia, pelo que deveria procurar exportar esse produto nacional, dos quais os vários candidatos presidenciais são uma boa amostragem, com excepção talvez do candidato João Ferreira, que parece estar a fazer um frete, a que o PCP o obriga. Poderia dizer-se que Tino era o melhor exemplar, mas os esquemas de Marcelo para contornar as leis de confinamento, que ele próprio promulga, são uma pérola, típica de uma classe beta (notando que não é alfa, que é pior). 

A questão do lítio do ponto de vista ambiental é um pouco complicada, tendo obviamente os problemas de atingir parques naturais, e já foi pouca a paisagem que não ficou afectada por eólicas, barragens, etc, de forma que é só ver a paisagem interior polvilhada de iniciativas deste tipo, 

Interessa notar que curiosamente, a seguir ao Hidrogénio (1), os elementos mais abundantes na superfície da Terra são também aqueles constituem a maior parte da matéria orgânica - Carbono, Azoto e Oxigénio (6, 7, 8), sendo razoavelmente raros o Hélio, Lítio, Berílio e Boro (2, 3, 4, 5), existindo depois muitos outros. 

Acerca do lítio, o primeiro composto que o continha, a petalita, foi descoberta por José Bonifácio de Andrada, na Suécia em 1800. Aliás, há andradites, um tipo de granadas, que têm o nome deste químico luso-brasileiro. O lítio, sendo metal alcalino tem propriedades similares ao sódio e potássio, mas é muito mais leve (pode aparecer como gás), e a série "Periodic Videos" sobre a tabela periódica, é instrutiva:


Uma questão neste tipo de coisas, não é apenas o lado ambiental, é também a perda de recursos, que existem naturalmente no território nacional. Convém notar que, por exemplo, os EUA têm uma fonte imensa de petróleo, que prescindiram de explorar internamente, para aproveitarem os recursos de outros países. 

Além disso, o lítio que existe em Portugal pode ser importante no contexto europeu (a Espanha deverá ter uma quantidade similar), mas é residual no contexto mundial. Também existiram em Portugal e Espanha importantes jazigos de ouro (ver Tagus Aureo) que os fenícios, cartagineses, e depois os romanos, exploraram até à exaustão. Mesmo o ouro colonial que chegou a Portugal, teve o habitual destino do desaparecimento. Ou seja, seria incomparavelmente melhor investimento essa produção ser acompanhada por uma política de recuperação e reciclagem do lítio... e quem o fizer, acabará por acumular os recursos de lítio dos outros.

Energia negra
Quanto ao problema de energia, e a utilização de fontes mais ou menos "verdes", é mais uma vez, um não problema, destinado pelo status quo a manter entretido o povo com não-problemas, quando se conhece tecnologia há décadas... ou já um século, pelo menos. Já referimos o caso dos antigos modelos de carros eléctricos (Detroit, 1907) que tinham autonomia superior a 300 Km... mas sabemos que estas coisas, demoram séculos a avançar, no que a certos assuntos diz respeito:


Detroit Electric (1911)

Além disso, há uma fonte de energia que é um problema em si mesma - o Sol.
Se fosse fonte que desse para desligar, teria havido guerras apocalípticas para o seu controlo... mas um problema que surgiu, foi tornar-se numa fonte gratuita de energia para toda a população humana. 
Ora, isso significaria independência e liberdade, algo muito aborrecido de ser dado aos cidadãos a troco de coisa nenhuma.

Damos um exemplo caricato, que é uma das formas mais hipócritas e degradantes de fazer negócio, que depois se explica vendo quem esteve durante anos à frente do negócio da energia. Já nem falo do escândalo de subsídios às eólicas, e outras enormidades. A EDP tenta vender o programa "Energia Solar" para a "geração zero", e de facto será zero em termos de miolos, porque um gerador solar permite praticamente ser auto-suficiente em termos energéticos, de forma que traduzir isso numa poupança da conta, é quase um explícito engano ao consumidor, por via de uma publicidade cor-de-rosa, com figurinhas cor-de-rosa.
- Ah... mas e tal, porque à noite não há luz, e tal, e depois só com energia solar ficávamos sem energia. 
Isto é a conversa do enganado, desculpando o logro em que o metem.
Acontece que, desde há muito tempo, se conhecem imensas de formas de energia potencial, que permitem acumular a energia de um certo tempo para outro. 
- Como?
Por exemplo, gastando a energia durante o dia, para meter água num reservatório, pode depois usa-la à noite deixando-a escorrer, como fazem nas barragens.
- Ah... pois, é! Então e ninguém pensou nisso ainda?... - Acha? Acha, mesmo?

Mais simples, e portátil - comprimindo ar a um ponto extremo, e depois libertando-o, como fizeram os promotores de veículos a ar-comprimido. Mas atenção, depois vêm os problemas (é preciso inventar uma série de problemas)... e espera-se o tempo suficiente até que o pessoal desista das ideias.

Estou agora à espera da invenção que irá surpreender toda a gente!
Sim, nem a Tesla, nem nenhum dos outros construtores automóveis eléctricos pensou nisso!
Vão falar com eles, que eles vão delirar com esta ideia. Qual é?
- Baterias já carregadas! Uau... sem precisar de perder horas a carregar de novo.

Em vez de chegar à estação de serviço, e ficar horas à espera de carregar, tira a bateria anterior, já gasta, e coloca uma nova carregada!
Ah... pois, é! Então e ninguém pensou nisso ainda?... - Acha? Acha, mesmo?

Efectivamente, sabe-se há um século, pelo menos, que a energia poderia ser fornecida a custo zero, ou quase, tirando os custos mínimos de manutenção. Já falámos aqui de Tesla e dos iglús...

Por isso, a forma mais barata que encontraram de manter a energia cara, foi a de convencer os jovens que o problema foi sempre da geração anterior, que não se interessava pelo ambiente... até que os jovens crescem e são os seus filhos a fazer o mesmo papel - assim, se espera.

Com efeito, saímos pouco da época feudal, em que os servos da plebe não tinham terra, e tinham que pagar impostos aos senhores feudais, para se poderem auto-sustentarem.
Agora, com a República, é tudo diferente. 
Somos cidadãos, que pagamos impostos, para nos auto-sustentarmos. 
Muito menos impostos, é claro. 
Por exemplo, antigamente o conde pagava ao jardineiro, e lá iam eles tratar de pagar o IRS ao rei.
Pagavam ao sapateiro, e ia o sapateiro dar 23% de IVA ao rei.

Pronto, mas somos cidadãos proprietários e livres...
Quanto à propriedade - como se chama a renda de propriedade? IMI? 
Quanto à liberdade... dadas as circunstâncias de mascarilha e confinamento, que vigoram há quase um ano, se outra coisa não bastasse, acho que estamos falados! 
Só ainda não passamos fome - mas já faltou mais.
Felizmente, o voto é um direito. Claro, exercemos o voto de não ter voto no assunto.

7 comentários:

  1. Realmente Alvor Silves é mesmo uma cabecinha pensadora! ;-)
    E a lavagem tem sido tal, que mesmo vendo certas situações bem à nossa frente, parece que ficamos cegos e não conseguimos nem ver nem perceber o óbvio. Assim que li o seu texto, ocorreu-me, quase de forma espontânea os exemplos das naves espaciais e satélites... qual a fonte de energia que utilizam? É bem curioso como isto dos avanços tecnológicos funcionam e depois como são utilizados na dialética quer entre Estados quer como controlo e gestão interna.
    Fica mais alguma informação sobre a fonte de energia e circuitos para o funcionamento de satélites:
    https://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/como-se-usa-a-energia-nuclear-no-espaco

    A. Saavedra

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    Respostas
    1. Bom, toda a parte da NASA é uma ficção científica, porque a única coisa que poderá ter algum humano no espaço, será a estação espacial internacional, e só podem ir lá se a Rússia deixar (e isto deveria dar que pensar).

      Satélites, sim, esses há bastantes, mas tudo o que orbita não precisa de qualquer energia para o fazer. Precisa de muito pouco para funcionar, normalmente será energia directa do Sol.

      Energia nuclear levada para Marte, conforme esse link, depende muito onde acreditarmos que está Marte, ou em Devon Island no Canadá:

      https://odemaia.blogspot.com/2017/02/pano-de-fundo.html

      Cumprimentos.

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    2. Caramba... pronto. Já arrumei as botas ;-)
      A. Saavedra

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    3. Não arrume...o Da Maia é "alérgico" aos ET's porque não sabe ainda que é um deles, aliás somos todos:
      https://www.youtube.com/watch?v=yCpUl7pFOBE
      Arrival e começa a dar aula de português

      Cpts
      José Manuel

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    4. Outra boa! Agora eu sou ET... só faltava essa.
      Bom, posso descender de ETs, que foi pergunta que nunca fiz aos meus pais...
      Mas não, tenho bem vivas as memórias da minha infância terrena.

      Eu não sou racista com ETs, para mim é tudo a mesma bosta.
      Não distingo homenzinhos verdes nem doutras cores, já pedactilos, tipo polvos, posso ter tido um comportamento algo censurável, pois não nego que gosto de polvo à lagareiro... mas estou sempre pronto a rever a dieta alimentar que nos foi programada pela nossa biologia terrena.

      Cumprimentos.

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    5. Como estava a fazer sátira com BD do Espaço 1999 (odorava ver na TV) e para desanuviar dos covides, pareceu-me apropriada a graçola do ET, saudações de Oumuamua.
      Encontrei duas pérolas:
      Hegra (Mada'in Salih)
      https://en.wikipedia.org/wiki/Hegra_(Mada%27in_Salih)
      e não admira que também tenham isto:
      Al Naslaa
      https://risingstar.world/wp-content/uploads/2018/07/Al-Naslaa-Rock-web.jpg
      e tudo isto não é nada árabe.

      Perto de Portugal há isto que é interessante:
      Daga de cristal de 5.000 años
      https://codigooculto.com/civilizaciones-antiguas/daga-cristal-5000-anios-tumba-megalitica-prehistorica-iberica/

      E isto que fala de gigantes "ET" descritos pelo conquistador Pedro Cieza de León:
      COMMENTARIOS REALES
      QVE TRATAM DEL ORIGEM DE LOS YNCAS, REYES QVE FVERON DEL PERV, DE SV IDOLATRIA LEYES Y gouierno en paz y guerra: de sus vidas y conquistas, y de todo lo que fue aquel Império e su Republica, antes que los Españoles passaran a el.
      Escritos por el Inca Garcilasso de la Vega, natural del Cozco, e capitan de su Magestade.
      DIRIGIDO A LA SERENISSIMA PRIN-
      cesa Doña Catalina de Portugal, Duqueza de Bragança, & c.
      Com licencia de la Sancta Inquisition, Ordinario, y Paço.
      EN LISBOA:
      En la officina de Pedro Crasbeeck.
      Anõ de M.DCIX.
      https://codigooculto.com/wp-content/uploads/2021/01/comentarios-reales-incas.jpg

      tirado daqui:
      https://codigooculto.com/enigmas/legendarios-gigantes-peru/

      Pedro Cieza de León
      https://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_Cieza_de_Le%C3%B3n

      Cumprimentos
      José Manuel

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    6. Caro José Manuel,
      acerca das várias informações que trouxe, obrigado, e tiveram o corresponde postal no blog ao lado:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2021/01/dos-comentarios-74-pedras-cortadas.html

      Acerca do inca_Garcilaso de la Vega (existe um escritor espanhol da mesma altura e com o mesmo nome)

      https://en.wikipedia.org/wiki/Inca_Garcilaso_de_la_Vega

      creio que foi uma daquelas obras que li há onze anos, e merecia realmente uma referência, porque creio que tinha descrições que envolviam viagens anteriores à chegada dos espanhóis.
      Sei que o assunto não ficou claro para mim, e por isso acabei por não fazer nenhum postal (se fosse hoje teria feito...)

      Não me lembro da descrição dos patagões, mas é natural que por lá estivessem, o meu foco na altura era outro...

      Obrigado.

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