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domingo, 23 de fevereiro de 2020

Nebulosidades auditivas (77)

Do tempo em que a modernidade atingia um dos seus picos, em 1977, a disco-music recebia diversos temas icónicos, em particular dos Bee Gees, no filme Saturday Night Fever... de tal forma, que apesar de se localizar predominantemente entre 1975-79, ainda hoje o disco passa por música dos anos 80... 
Do final dos anos 70 até ao início dos anos 2000, as discotecas foram o ponto de encontro de todos os jovens, até que na década de 2010, as discotecas foram desaparecendo, e agora será mais moda de jovens passados, entretanto divorciados.

Giorgio Moroder com Donna Summer, ou Grace Jones, traziam sonoridades bastante diferentes do habitual, marcadas pelo uso de sintetizadores, de uma música electrónica que tinha começado nos anos 60, mas que seria uma especial marca dos anos 80. Estes temas parecem ainda hoje ter uma sonoridade que ficou por explorar.
1977 - Donna Summer - I feel love

1977- Grace Jone - La vie en rose

Pela mesma altura surgiam os exageros algo grotescos como os dos Sex Pistols, e a razão era simples... surgiam porque podiam!
Tal como a pintura ao fazer a sua evolução abstracta, chegou ao ponto de fazer aparecer um Quadrado Negro, por Malevich (1915), também a "música" com Yves Klein, ou com John Cage (1952), decidiu apresentar uma peça com 4'33'' de silêncio.
Por isso nada mais natural do que em 1975 aparecerem uns Sex Pistols elevando o ruído desafinado de guitarras estridentes ao estatuto de música.
São bizarrias que nem piada chegam a ter por serem demasiado óbvias, mas no entanto fazem delícias de intelectuais toscos, talvez por reflectirem o caos ou vazio das suas próprias mentes.
Também tivémos João César Monteiro, com o seu filme negro (literalmente) "Branca de Neve", com a devida "graça" de ter sido financiado pelo estado com quase 1 milhão de euros. Ou mais recente o grotesco livro em branco de Simove, que já teria sido usado com mais piada em 1880 para ilustrar os feitos de um general, candidato à presidência americana.

Interessa que a comunidade depressa entendeu que sem uma mínima melodia, não havia música pop, e após o punk, dificilmente se poderia fazer pior, o que permitiu uma panóplia de estilos musicais no início dos anos 80. Para entendermos que o punk manteve adeptos incondicionais até 1986, basta ver o caso dos Sigue Sigue Sputnik que tiveram uma publicidade exagerada, anunciados como precursores da música que se ouviria no Séc. XXI...
Claro que nisto só acreditaria quem fosse mesmo muito jovem.

Para comparação, fica um tema dos Chemical Brothers, saído no ano passado, e que de certa forma ilustra como voltamos a estar próximo da música disco.


2019 - Chemical Brothers - Got to keep on


2 comentários:

  1. 5G DEFINITIVAMENTE CLASSIFICADO COMO NÃO PERIGOSO PARA A SAÚDE
    A Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não-Ionizante (ICNIRP), o órgão científico com sede na Alemanha que avalia os riscos para a saúde das transmissões de rádio diz que não há nenhuma evidência científica de que a tecnologia 5G represente ameaça à saúde humana.

    https://www.bbc.com/news/technology-51839681

    Cumprimentos

    José Manuel

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    1. Sim, não vejo nenhuma razão particular para esse medo, mas é claro que estas radiações das telecomunicações estão a assumir proporções consideráveis, e não me parece boa ideia pensar que podemos sempre "aumentar" a fasquia.
      Cumprimentos.

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