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sexta-feira, 2 de junho de 2017

FFF

O tripleto Fátima, Fado e Futebol, fazia os auspícios do sucesso nacional nos anos 60.
Em particular, em 13 de Maio de 1967, na altura das comemorações dos 50 anos de Fátima, ocorre a primeira visita de um Papa a Portugal, por outro lado, no Futebol, o sucesso da selecção de 1966 com o 3º lugar no campeonato do mundo, ou as vitórias do Benfica na Taça dos Campeões Europeus, emparelhavam com o Fado, no sucesso internacional de Amália Rodrigues, nas digressões de 1966 e 68, que incluíram a França e os Estados Unidos.
Também havia o Hóquei em Patins, mas como Portugal e Espanha partilhavam sucessivamente os títulos mundiais, foi modalidade que nem sequer conseguiu obter o estatuto olímpico. Os países ibéricos não percebiam que não lhes seria outorgada mais nenhuma divisão do mundo, em nenhuma modalidade. Digamos que não tiveram o bom senso de deixar à França e Inglaterra obter uns sucessivos campeonatos, para integrar a lista do elenco olímpico, e só depois dessa integração autorizada é que manifestariam a sua supremacia...

Bom, mas este tripleto FFF, voltou a ocorrer a 13 de Maio de 2017, numa altura em que eu estava por outras paragens do oriente, onde o assunto passou completamente despercebido. 
Se a visita do Papa Francisco na comemoração dos 100 anos de Fátima estava prevista, já a vitória do Festival da Eurovisão foi uma completa surpresa, a que se juntou o inédito quarto campeonato consecutivo do Benfica, um ano depois de Portugal ter vencido o Campeonato Europeu... tanto mais que o treinador benfiquista iniciou o seu sucesso no clube de Fátima, e Rui Vitória sagrou-se campeão vencendo o Vitória, o clube de que era treinador antes de ser contratado pelo Benfica. Para completar a coisa, o intérprete da canção vencedora, sendo Salvador, tinha o nome apropriado à mensagem de Fátima.

Se na comemoração dos 50 anos, a invocação do FFF tinha o problema de Portugal não ter ganho nenhuma competição, e em especial o Festival da Eurovisão, que era coisa na altura tão desejável quanto um campeonato de futebol, nesta comemoração dos 100 anos, foi o tripleto completo, ao ponto de coincidir a satisfação no mesmo dia, para os cristãos benfiquistas.

A junção dos 3 eventos nesse sábado de 13 de Maio, não sendo milagre, deu todos os ares de parecer ser uma revelação do 3º segredo, não fosse conhecerem-se os arranjinhos do Festival da Eurovisão, e em não muito menor escala, do futebol nacional e internacional.

Para quem apreciar, fica aqui a comparação entre 1967 e 2017:
Eduardo Nascimento - "O vento mudou" (12º lugar, Eurovisão, 1967) 

Salvador Sobral - "Amar pelos dois" (1º lugar, Eurovisão, 2017)

No final, na performance do vencedor, Salvador convida a irmã, e diz no meio da canção (5:25):
"Um abraço para Portugal!.... isto estava tudo comprado, na verdade!" 
... ou, menos ironicamente, como Luísa Sobral referia em 2011, 

... ou como é salientado na wikipedia: «This was Portugal's first win – and first top five placing – in 53 years of participation, the longest winless run by a country in Eurovision history.» 

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