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domingo, 25 de maio de 2014

NASA e NASmyth

Em 1885 um abastado inventor amador britânico, James Nasmyth decide publicar umas fotos da Lua:

 

Nasmyth não é primeiro a fotografar a Lua. Lewis Rutherfurd tinha-o feito com qualidade similar em 1865. 

Mas Nasmyth vai muito mais longe ao apresentar a foto da direita.
Deparei por acaso, há dois meses, com o livro
James Nasmyth & James Carpenter (1885)

Ora, quando vi a imagem da direita tive que perceber o que se passava! Como era possível em 1885 fazer uma foto da Lua com aquele grau de ampliação, quase só visto por via das sondas espaciais Apollo.

A história é muito curiosa, porque revela bem o engenho inventivo de Nasmyth.
Trata-se de uma foto sim, mas não é da Lua, é de um modelo da Lua.
Qual foi a ideia de Nasmyth?
Construir um molde que ia moldando até que se ajustasse às observações que fazia com um bom telescópio de 20 polegadas, que tinha adquirido. O problema é que as fotos através da lente ficavam sempre muito reduzidas face ao que conseguia ver... se conseguia ver mais, como colocar isso objectivamente, sem ser por mero desenho? 
Surgiu-lhe a ideia de fazer um modelo plástico da Lua, e ir moldando até que o que via no telescópio era igual ao que via no molde esculpido. O resultado foi surpreendente, pois as imagens assemelharam-se muito ao que se observava, e outros astrónomos validaram que as fotos de Nasmyth correspondiam ao que eles próprios viam nos seus telescópios.

Coloco aqui mais 9 imagens constantes do livro de Nasmyth
  

  

  

Bom, até aqui não haveria grande problema, mas Nasmyth decide dar um passo à frente.
Se tinha o modelo, e ele ajustava-se bem às observações, por que não tirar fotos do modelo usando outras perspectivas?
Assim, Nasmyth vai mesmo fazer uma foto como seria vista uma cratera por uma Apollo em órbita lunar:
Não parece assim tão errada quanto depois veio a ser publicitado pela NASA... Nasmyth até considera luzinhas das estrelas, algo que a agência preferiu omitir.

Bom, e afinal o que fazia a NASA nos anos 1960?

Pois... a NASA fazia modelos, usando a mesma técnica que Nasmyth tinha pensado 80 anos antes.
(artigo com várias fotos dos modelos usados pela NASA)

Não é negado que a NASA usou estes modelos para simulação das viagens, e que as filmagens usando estes modelos seriam muito próximas daquelas que foram depois divulgadas.

Para vermos como Nasmyth foi uma fonte inspiradora da NASA, basta ver uma idealização sua de um eclipse terrestre visto da Lua, que faz lembrar muitas das paisagens espaciais desenhadas na NASA.
Idealização de Nasmyth sobre um Eclipse Terreste visto na Lua.

Procurei imagens de eclipses terrestres, mas só encontrei verosímeis vindos da sonda japonesa Kaguya... mas parece que é suposto a última missão Apollo 17 ter tirado este:

... ora essa imagem da Terra em eclipse é suposto ter sido retirada daqui:
 
Eclipse terrestre visto da Lua (em web.mit.edu
e habitual foto da Terra - sem eclipse - divulgada pela Apollo 17.
[sim, eu sei, são todas a mesma]

... enfim, só se for mesmo para eclipsar o que resta da credibilidade da NASA, já que ninguém no seu bom senso pode considerar tal imagem minimamente verosímil. 

Como a imagem não é fácil de encontrar, creio que é melhor a NASA assumir a incompetência de se esquecer de tirar imagens de um eclipse terrestre, do que ousar que no bréu do eclipse terrestre havia luz e sombras verticais de astronautas... para além de várias falhas na própria difracção da luz solar, entre muitas outras coisas, onde a Terra ser gigantesca é o menor dos problemas.

Afinal, basta reparar que a imagem da Terra que escolheram para o eclipse é a celebrada foto da Terra feita pela Apollo 17. Pois, pois é! 
A menos que a Terra não tenha rodado e que as nuvens tenham ficado estáticas uns dias para a fotografia, parece que a manipulação é demasiado evidente - mesmo para os baixos standards a que a NASA nos tem habituado.

Para compreendermos como as palavras traduzem mais do que parecem, notemos no seguinte:
NAS-A
NAS-MYTH
... e que Nasmyth foi inspiração para o NASA-Myth, creio que ficou bem claro.

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