Páginas

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Nomes pelos tempos

[Augusto]
Um dia, o Saraiva de Carvalho foi propor a revolução ao Latino: 
– Mas há-de ser tudo assassinado – toda a família real.
in Memórias, Raúl Brandão (Dezembro de 1900)
[Otelo] 
Saraiva de Carvalho garante que, se soubesse como o País ia ficar, não teria realizado a revolução.

[Francisco] Sousa Tavares
"O que é um grande exemplo de lealdade Portuguesa, posto que não sei como o diga, que dos leais estão cheios os Hospitais."
(Prólogo do Tratado dos Descobrimentos ... até 1550, de António Galvão)

[Francisco] Sousa Tavares 
"Vivemos um momento histórico como talvez desde 1640 não se vive. É a libertação da pátria."

[Duarte] Pacheco Pereira
"Nesta viagem se fizeram tantas e tão grossas despesas com tão poucas naus que, por não parecer grave de ouvir e crer, o deixo de dizer pelo miúdo das quais o nosso Princípe por então não houve mais utilidade que somente ser descoberta e novamente sabida alguma parte daquela Etiopia Sob-Egipto e o princípio da Índia Inferior".
(sobre a viagem de Vasco da Gama, in Esmeraldo de Situ Orbis, c. 1510) 

[José] Pacheco Pereira
"Quanto menos se pode ou se quer falar do presente, vai-se ao útil baú das citações. Nas comemorações do 25 de Abril na Assembleia chovem citações por todo o lado: Shakespeare, Habermas, Kant, Saramago, Sophia, Arendt, e muitos mais. A Wikipedia reina. Quanto mais se cita, menos se diz".

quinta-feira, 25 de abril de 2013

... as ideias contam.

Coloco aqui uma interessante sequência de comentários que troquei com "Anónimo" no blog Delito de Opinião, que ficou num texto (sobre That cher) ... as ideias contam
Tendo convidado a que a conversa prosseguisse aqui, deixo o registo relevante, para que possa prosseguir.


sábado, 20 de abril de 2013

Man on the Moon

Há já quase dois anos coloquei aqui um vídeo polémico e interessante, um documentário da ARTE sobre a encenação da viagem à Lua em 1969, ligado à encenação que Kubrick usou no seu filme notável "2001, Odisseia no Espaço". Conforme disse à época, ainda que se tenha pretendido que o documentário fosse uma piada, nada o indicava explicitamente, e se o fosse teria o mau gosto de brincar com a morte de Vernon Walters.
A propósito do texto sobre os Macavencos, lembrei-me doutro filme de Kubrick, "Eyes Wide Shut", de 1999.  
(vídeo que faz uma análise interessante sobre o significado de cenas do filme)

Este foi o último filme de Kubrick, que morreu de ataque cardíaco, quando se preparava para entregar a versão final. O filme estreou, alguns meses depois, sendo póstumo a Kubrick, tal como o documentário da ARTE foi póstumo relativamente a Vernon Walters. Uma trágica coincidência num documentário que relatava o medo que Kubrick tinha de vir a ser assassinado.

O título do post é "Man on the Moon", o que nos levaria para outro filme de Milos Forman, sobre Andy Kaufmann, mas antes de voarmos sobre o ninho de cucos, consideramos a célebre canção dos REM, que terá dado título ao filme.

... e a canção continua:
                 If you believed they put a man on the moon, man on the moon
                 If you believe there's nothing up his sleeve, nothing is cool

Sim, se acreditámos, eles puseram um homem na Lua, se acreditamos que não há nada na manga, nada é divertido. Divertido é ver um excerto de 007 - Diamonds are Forever.
Sim, neste James Bond de 1971, o personagem aparece num cenário onde se filma uma missão lunar... algo ousado num ano em que se filmavam também as Apollo 14 e 15, supostamente em solo lunar, e não num cenário de cinema.
Com as Apollo 16 e 17, as missões lunares terminam em 1972. Sentida a falta, passados 5 anos aparece no cinema um outro filme - Capricorn One (1977), cujo enredo é exactamente uma conspiração que leva à encenação de uma viagem a Marte, numa altura em que já tinham acabado as outras lunares...
Estas duas observações encontrei-as nalguns vídeos dos "teóricos da conspiração" que acham que as imagens de homens na Lua são falsas... como por exemplo, este documentário, já bem velhinho, que passou na Fox, em 2001 (creio que antes da tragédia das torres gémeas):

Devo dizer que a minha avó também achava que o Homem não tinha ido à Lua. É claro, eu achava que era coisa cheché, própria de uma geração que tinha dificuldade em aceitar o progresso. Ela não dava justificação, e eu talvez tivesse negligenciado ela ter passado por duas guerras mundiais, ter vivido a transição em que conviveram burros e zeppelins, e ter passado pelos quarenta anos de Salazar. A minha outra avó, que nascera ainda no Séc. XIX, deixara a previsão de que o Séc. XXI seria um século em que se iria assistir a uma insanidade mental. Acho que compreendo agora o porquê.

"Man on the Moon"... é uma canção do álbum "Automatic for the People", dos REM.
Se procurarmos, vemos que REM significa também Roentgen Equivalent Man, que é uma unidade de radiação, que mede o envenenamento radioactivo. Por exemplo, 100 REM é suposto ser uma dose letal.

Acontece que a Cintura de Van Allen é um cinto, uma zona de grande radiação cósmica. Pela versão oficial, só os astronautas que viajaram até à Lua passaram essa cintura, ou seja, desde 1972 que ninguém passa!
Diz-se que os satélites que a cruzam podem medir até 2500 REM por ano, mas que os astronautas não sofreram mais que 5 REM, portanto uma dose não letal. É claro que os "teóricos da conspiração" estão convencidos que não é bem assim... que a Cintura de Van Allen é intransponível pela radiação letal, que provocaria a morte dos astronautas.

Depois, argumenta-se, quando Lindbergh fez a viagem do Atlântico, passados poucos anos havia já carreiras comerciais fazendo a ligação... o que impediria repetir as idas à Lua, feitas entre 1969 e 1972?
Por que razão ninguém lá voltou passados 40 anos?
Pois, provavelmente ninguém passou mesmo a Cintura de Van Allen, ninguém deu o "salto" (Van Halen).

De entre os planetas, só aqueles com forte campo magnético, como o caso da Terra, têm uma Cintura de Van Allen significativa. Só tem essa cintura a Terra, e depois Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.

Ainda não tenho como completamente claro que essa cintura de partículas é o problema, ou poderá até ser o que impede que a forte radiação do Sol nos "frite"... porque, enfim, temos uma forte radiação do Sol, sim, mas é no espectro do visível. Ora, o Sol, pelas explosões nucleares, deveria emitir todo o tipo de radiação, e se a nossa atmosfera nos protege dos ultravioleta, o que é que nos protege das radiações superiores, como sejam os Raios X ou gama? Creio que poderá ser mesmo a Cintura de Van Allen.
Aliás, quando se diz que a temperatura na parte iluminada da Lua será mais de 200ºC, dará para perceber a quantidade de radiação que se medirá fora dessa cintura.

Traduzindo, isto significaria... estamos presos na Terra!
- Alguém interessado em dar notícia?
- Que tipo de reacção isto iria causar?
Ou seja, seria melhor produzir a ilusão de que não haveria limitação, permitindo ir à Lua. A ilusão de que podemos continuar a exploração espacial, ainda que esta não se faça... explicando-se por "razões económicas". Ou haverá uma notícia em falta - "a humanidade está presa na Terra"? E não sabendo bem porquê, parece que fomos presenteados ou com um escudo que nos protege, ou com um cinto que nos prende!

Se os EUA não foram à Lua, os russos não quiseram nunca denunciá-los. A filha de Van Allen relatava numa entrevista que, quando o pai comunicara a existência da cintura, em 1958, poucos meses depois foram à URSS, num clima muito amistoso, e ela sentira que havia assuntos que faziam cair aquele frio muro que dividia países pela ideologia. Houve um entendimento científico na exploração espacial, que terminou até no acoplamento Apollo-Soyuz de 1975.

Depois do fim das idas à Lua, também os russos não investiram muito mais nas explorações, e nem sequer anunciaram um enviar de sondas a outros planetas distantes, como fez a Voyager, que depois caracterizou o programa da NASA. Agora também temos a exploração espacial europeia, japonesa e chinesa (e norte-coreana?), nenhuma ousando colocar um homem na rota da Lua, nem sequer apresentando fotos inquestionáveis da presença de objectos deixados pela tripulação que saiu da Apollo.

Conclusão, passados 40 anos, americanos e russos mantiveram o mistério sobre as idas à Lua, e é espantoso que não se tenha produzido nenhuma prova inquestionável da presença humana na Lua, apesar de tantas viagens supostamente efectuadas.

24 Abril 2013