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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Apollo 18

Ao contrário do Apollo 13, um típico filme de Hollywood com a famosa frase "Houston, we have a problem", o mais recente filme Apollo 18, lançado o ano passado, 2011, leva os problemas um pouco mais longe ao jeito "we have an ET problem", o que deixou a NASA algo desconfortável, havendo mesmo uma página para esclarecer que tendo sido canceladas 3 das 20 missões previstas, a Apollo 18 nunca esteve planeada... isto para esclarecer a afirmação feita no final do filme - de que os astronautas enviados teriam morrido prematuramente.


É claro que ainda que a explicação da NASA seja assertiva, há dois assuntos abordados no filme que não deixarão de exercitar a especulação: a não ida dos russos à Lua, e o fim da exploração lunar.
Isso já para não falar na dificuldade que a NASA tem em explicar as diversas inconsistências que aparecem nas fotos e filmes que lançaram. A explicação com Kubrick parece-me a mais interessante.

Por mero acaso, fui dar com uma página web que tem um logotipo "falso" da missão Apollo 17:

  
Apollo 17: logotipo oficial e "falso"...

Este tipo de coisas acontece bastante. Pode ser uma brincadeira inicial que depois ganha outras proporções, por divulgação sem a mínima verificação. Nesse mesmo site aparece uma carta de Buzz Aldrin endereçada a L. Smith, falando do General Kleinknecht, e informando-o de que teria levado uma bandeira maçónica no vôo lunar da Apollo 11:

Dado o outro problema, poderíamos duvidar da autenticidade desta carta. Mas, atendendo a que, como o próprio site refere, os astronautas também levaram uma bandeira do Vaticano, agora exposta, e ao que parece terão mesmo levado bandeiras de 135 países! Por que não a do Rito Escocês?
Sendo verdadeira a carta, mostra só o problema da influência destas organizações, estando presentes em todos os momentos, com alguém de confiança.

O site tem ainda uma observação interessante - o que faz a constelação de Orion na insígnia da missão Apollo?

Ou seja, seria apenas estética colocar o destino Terra - Lua, passando pelo cinto de Orion, as chamadas "três marias"? Mitologicamente, numa das versões, Orion era um caçador que teria uma atracção pela deusa da Lua - Artemisa, que se livrou dele por influência de Apolo.
No entanto, é abusar da especulação escolher aquele logotipo, dando relevo a uma constelação em particular, e despropositadamente colocando-a entre a Terra e a Lua.

Aproveito este tópico para o último eclipse lunar deste ano, que se dará amanhã, a 28 de Novembro, e ainda que não possa ser visto em Portugal, é-o na maioria da Europa. Por outro lado, temos a conjunção de Saturno e Vénus, apenas a 1º de diferença, e a aproximação da Lua a Júpiter... uma combinação notável nestes dias.

Talvez aquilo que seja mais intrigante na Lua é a sua grande dimensão, que permite eclipses quase perfeitos. Proporcionalmente, seria como Júpiter ter um satélite do tamanho de Úrano... 
A Lua sendo 1/4 da Terra tem dimensões semelhantes a Mercúrio que é 1/3, ou até a Marte, que é  apenas metade, e por isso pode ser considerada um planeta menor, ainda que seja ligeiramente mais pequena que Ganimedes e Titã (satélites de Júpiter e Saturno), que são quase da dimensão de Marte e maiores que Mercúrio. 
Comparação entre a Lua, Ganimedes e a Terra

O sistema Terra-Lua aparece assim como particularmente instável. Os planetas interiores, Vénus e Mercúrio não têm nenhum satélite natural, e os outros planetas têm satélites comparativamente muito mais pequenos na proporção 1/20 (caso de Júpiter e Saturno) e não 1/4, como no caso da Terra. As instabilidades orbitais nem permitem satélites de satélites, pelo menos de dimensões razoáveis - excluímos os satélites artificiais, é claro. 
O centro de massa do sistema ainda está dentro da Terra, mas à superfície, pelo que basicamente a Terra oscila também, aproximando-se ligeiramente do Sol em dias de Lua cheia, e afastando-se nos de Lua nova, numa alteração de 10 mil Km, que é insignificante, face à alteração de 5 milhões, 500 vezes superior, entre solstícios de inverno (afélio) e verão (periélio).
Este sistema dançante, muito bem coordenado, pode ser destabilizado por pequenas alterações, e talvez uma das maiores preocupações nas viagens Terra-Lua devesse ser mesmo evitar mexer muito... reduzindo as influências orbitais ao mínimo.